Cinco Votos para Obter Poder Espiritual.

Primeiro - Trate Seriamente com o Pecado. Segundo - Não Seja Dono de Coisa Alguma. Terceiro - Nunca se Defenda. Quarto - Nunca Passe Adiante Algo que Prejudique Alguém. Quinto - Nunca Aceite Qualquer Glória. A.W. Tozer

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Paul Washer – A Queda de Adão [A Verdade sobre o Homem – 2/13]

 
Lição 2: A Queda de Adão
De acordo com Seu próprio intento e beneplácito, Deus criou Adão e Eva e ordenou que eles não comessem da árvore do conhecimento do bem e do mal. A obediência à ordem levaria a uma vida contínua, tanto de alegre comunhão com Deus tanto de domínio sobre a criação. A desobediência à ordem levaria à morte espiritual e física e todos os males decorrentes delas.
Adão e Eva foram tentados e desobedeceram à ordem. Por causa de sua desobediência, sua comunhão com Deus foi quebradas e eles caíram de seu estado original de justiça e santidade. Tais consequências devastadoras da desobediência de adão não foram limitadas a ele, mas resultaram na queda de toda a raça humana. Apesar de as Escrituras não removerem todo o mistério que cerca esta grande verdade, elas afirmam que o pecado e a culpa de Adão foram imputados, ou creditados, a todos os seus descendentes, e que todos os homens sem exceção são agora nascidos carregando a natureza caída de Adão e exibindo a hostilidade de Adão para com Deus.
Estes pontos serão discutidos nas lições que se seguem, começando com a Queda de Adão.

A Queda de Adão

Após ter Deus criado Adão à Sua imagem, Ele lhe deu uma simples ordem: “Da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás.” Um aviso seguiu esta proibição: “No dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gênesis 2:17). A obediência de Adão para com Deus o levaria a um contínuo ou possivelmente até mesmo maior estado de felicidade. Sua desobediência levaria à morte.

1. Em Gênesis 2:16-17 são encontrados a ordem e o aviso dados a Adão. Leia o texto até que você se familiarize com seu conteúdo e então responda às seguintes perguntas:
a. De acordo com o versículo 16, que privilégio Deus deu a Adão? Como tal privilégio prova que Deus se importava com Adão e não desconsiderava suas necessidades?
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b. De acordo com o versículo 17, que proibição foi dada a Adão? O que foi dito a Adão para que não fizesse?
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c. De acordo com o versículo 17, qual seria a pena pela desobediência à ordem de Deus?
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2. Em Gênesis 3:1-6 é encontrado o registro bíblico de como Adão e Eva foram tentados a desobedecer à ordem de Deus. Leia o texto até que você se familiarize com seu conteúdo, e então responda às seguintes perguntas:

a. No versículo 1, as Escrituras declaram que uma serpente literal tentou a Eva. De acordo comApocalipse 12:9 20:2, quem era aquele trabalhando na serpente e através da serpente?
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b. De acordo com os versículos 4 e 5, que promessa Satanás fez a Eva?
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c. De acordo com o versículo 6, como Eva e seu esposo Adão responderam à tentação de Satanás através da serpente?
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3. Gênesis 3:7-10 registra os resultados imediatos da desobediência de Adão e Eva. Leia o texto diversas vezes até que você se familiarize com seu conteúdo e então escreva seus pensamentos. Quais foram os resultados da desobediência deles?

a. Versículo 7
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b. Versículos 8-10
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Nota: (a) Com um ato de desobediência, Adão e Eva caíram de seu estado original de justiça para a corrupção moral. Seus corações e mentes não eram mais puros, mas se tornaram maculados e vergonhosos. As coberturas que eles fizeram com folhas de figueira foram uma tentativa impotente de esconder sua vergonha, seu pecado, e sua corrupção. (b) O pecado sempre resulta em medo e separação de Deus. O homem pecaminoso foge da santa presença de Deus e teme Seu justo julgamento.

4. Tendo considerado os resultados imediatos da desobediência de Adão, vamos agora considerar os julgamentos divinos que caíram sobre a serpente, Eva, e Adão. Leia Gênesis 3:14-24 e então descreva tais julgamentos que afetaram a todos nós:

a. O Julgamento Divino sobre a Serpente (vs. 14-15):
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b. O Julgamento Divino sobre a Mulher (v. 16):
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Nota: A frase: “Teu desejo será para teu marido,” pode descrever uma das seguintes opções: (1) O relacionamento da mulher com seu marido seria marcado pelo anelo e a falta de satisfação. (2) A mulher que buscou independência de Deus agora teria um desejo exagerado ou uma ânsia pelo homem. (3) O relacionamento entre o homem e a mulher seria marcado pelo conflito; a mulher “desejaria” dominar seu marido, e seu marido exerceria seu “domínio” sobre ela. A terceira interpretação parece especialmente provável à luz de uma construção de palavras similar em Gênesis 4:7: “Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo.

c. O Julgamento Divino sobre o Homem (vs. 17-19):
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5. No divino julgamento sobre a serpente em Gênesis 3:14-15 é encontrada uma das maiores promessas da salvação em toda a Bíblia (v. 15). Esta promessa foi chamada de protoevangelho [Latim: proto, primeiro +evangelium, evangelho]. Escreva seus comentários sobre este texto.
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Nota: Jesus Cristo é a eventual “semente” ou descendência da mulher. Na cruz, Satanás feriu o calcanhar de Cristo (isto é, Cristo foi ferido, mas não mortalmente; Ele ressuscitou dos mortos). Através da mesma cruz, Cristo feriu a cabeça de Satanás (isto é, Satanás foi ferido mortalmente; ele foi derrotado para sempre).
Questões Importantes Sobre a Queda
O registro das Escrituras sobre a queda fornece a única explicação adequada para o presente estado decaído do homem e o mal que nos cerca. É também mediante este plano de fundo tenebroso que as resplandecentes glórias da misericórdia e da graça de Deus surgem. Nossa compreensão mínima das glórias de Cristo e Seu Evangelho é diretamente proporcional ao nosso entendimento da tragédia de Adão e sua condenação.
Em nosso estudo da queda, nos deparamos com algumas das questões mais importantes e complexas de todas as Escrituras: a origem do mal, a natureza da liberdade humana, a soberania de Deus, e Seu eterno propósito. Ainda que o que conhecemos a respeito de tais questões será sempre envolto em um determinado grau de mistério, é necessário que nos esforcemos por conhecer o que pudermos. Façamos as seguintes questões:
Como Adão pôde cair?
Deus ordenou a queda?
Qual o propósito eterno de Deus na queda?

COMO ADÃO PÔDE CAIR?

As Escrituras afirmam que a queda não ocorreu devido a nenhuma falha no Criador. Todas as obras de Deus são perfeitas (Deuteronômio 32:4), Ele não pode ser tentado pelo pecado (Tiago 1:13), nem pode Ele tentar outros com o pecado (Tiago 1:13). A culpa pela queda repousa perfeitamente sobre os ombros de Adão. Como Eclesiastes 7:29 declara: “Eis o que tão-somente achei: que Deus fez o homem reto, mas ele se meteu em muitas astúcias.”

Esta verdade apresenta um dos maiores problemas teológicos em todas as Escrituras: como é possível que uma criatura criada à imagem de Deus veio a escolher o mal e o pecado? Adão e Eva tinham uma verdadeira inclinação para o bem, e não havia nenhuma corrupção ou mal neles para qual a tentação pudesse apelas. Como tais justos seres puderam escolher o mal ao invés do bem, e escolher as palavras de uma serpente ao invés das ordens de seu Criador, está além da compreensão humana.

Houve numerosas tentativas ao longo da história de explicar a queda de Adão, mas nenhuma delas deixa de ter suas limitações. Devemos, portanto, nos contentarmos com a simples verdade da Escritura que, embora tenha Deus feito o homem justo e santo, ele era finito e mutável (isto é, sujeito a mudança) e capaz de fazer uma escolha contrária à vontade de Deus.

DEUS ORDENOU A QUEDA?
A palavra ordenar significa colocar em ordemdispor, ou designar. Perguntar se Deus ordenou a queda é perguntar se ele a colocou em ordem, a dispôs, designou que ela ocorresse. Outras palavras que carregam significado similar são: “decretar”, “predeterminar”, e “predestinar”. Deus determinou de antemão ou decretou que a queda deveria ocorrer? A resposta para esta pergunta é “sim”, mas nós devemos ter muito cuidado com o que isto significa e o que isto não significa.

A ordenança de Deus da queda não significa que Ele forçou Satanás a tentar nossos primeiros pais, ou que Ele os coagiu a desprezar Sua ordem. O que as criaturas de Deus fizeram, elas fizeram por sua própria vontade. Deus é santo, justo, e bom. Ele não peca, não pode ser tentado pelo pecado, Ele não tenta ninguém ao pecado.

A ordenança de Deus da queda significa que isto era certo de acontecer. Foi da vontade de Deus que Adão fosse testado, e foi da vontade de Deus deixar que Adão tanto se mantivesse de pé quanto caísse sozinho sem o auxílio divino que poderia tê-lo impedido de cair. Deus poderia ter impedido que Satanás dispusesse a tentação diante de Eva, ou à face de tal tentação, Ele poderia ter dado a Adão uma graça sustentadora especial para capacitá-lo a triunfar sobre ela. A partir do testemunho das Escrituras, entendemos que Ele não fez isso.

A ordenança de Deus da queda também significa que ela foi parte de Seu plano eterno. Antes da fundação do mundo, antes da criação de Adão e Eva e a serpente que os tentou, antes da existência de qualquer jardim ou árvore, Deus ordenou a queda para Sua glória e o bem maior de Sua criação. Ele não meramente permitiu que nossos primeiros pais fossem tentados e então esperou para reagir a qualquer escolha que eles viessem a fazer. Ele não meramente olhou através dos corredores do tempo e viu a queda. Mas a queda era uma parte do plano eterno de Deus, e Ele predeterminou ou predestinou que ela deveria e iria acontecer.

Neste ponto, uma questão muito importante surge:

“Deus é o autor do pecado?”

Esta questão pode e deve ser respondida com uma forte negativa. Deus não é o autor do pecado, nem coage o homem a pecar contra Ele. Embora Ele tenha predeterminado que a queda deveria e iriaacontecer, Ele também predeterminou que ela deveria acontecer através das ações voluntárias de Satanás, Adão e Eva. Ainda que nossas mentes finitas não possam compreender plenamente como Deus pode ser absolutamente soberano sobre todo evento da história e sobre cada ato individual sem destruir a liberdade individual, as Escrituras abundam em exemplos que demonstram que isto é verdade. José foi vendido à escravidão através do pecado deliberado de seus irmãos, e ainda assim, quando a história final foi contada, José declarou: Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus intentou para o bem, para fazer o que se vê neste dia, isto é, conservar muita gente com vida” (Gênesis 50:20 AA). O Filho de Deus foi crucificado como o resultado do pecado deliberado do homem e a hostilidade para com Deus, e ainda assim Deus ordenou ou predeterminou a morte de Cristo antes da fundação do mundo. Nas Escrituras nós lemos:

“… sendo este [Jesus] entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus, vós o matastes, crucificando-o por mão de iníquos.” -Atos 2:23
“Porque verdadeiramente se ajuntaram nesta cidade contra o teu santo Servo Jesus, ao qual ungiste, Herodes e Pôncio Pilatos, com gentios e gente de Israel, para fazerem tudo o que a tua mão e o teu propósito predeterminaram.” -Atos 4:27-28

A partir das Escrituras, nós vemos que Deus ordena ou predetermina um evento para que ele ocorra e ainda assim faz com que ele aconteça através do pecado deliberado do homem. Ele faz isso sem que seja o autor dos pecados dos homens ou coagindo-os para que o façam sem que seja da vontade deles. Homens ímpios deliberadamente pregaram Jesus Cristo à cruz e foram responsáveis por suas ações, mas o evento inteiro estava de acordo com o plano predeterminado de Deus. A queda de Satanás, e a queda da raça humana mais tarde através de Adão e Eva, foram resultados de seus próprios pecados pelos quais apenas eles são responsáveis, e ainda assim os eventos aconteceram de acordo com o ordenado, predeterminado, predestinado plano de Deus. Deus decretou um grande propósito eterno para Sua criação, e ordenou cada evento da história pelos quais tal propósito está sendo cumprido. Nada, nem mesmo a queda do homem ou a morte do Filho de Deus, ocorre à parte do decreto soberano de Deus.

“Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos! Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro? Ou quem primeiro deu a ele para que lhe venha a ser restituído?Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!”-Romanos 11:33-36
“…nele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade…” -Efésios 1:11

QUAL O PROPÓSITO ETERNO DE DEUS NA QUEDA?
Tendo demonstrado que a queda foi resultado da desobediência deliberada da criatura e ainda assim de acordo com o eterno propósito de Deus, agora é necessário que nos esforcemos por conhecer tal propósito eterno. À luz do mal e do sofrimento que resultaram da queda, pode parecer difícil aceitar que possa ter havido qualquer bom propósito nela. Todavia, a Palavra de Deus nos assegura que existe tal propósito.
Sabemos a partir das Escrituras que a criação do universo, a queda do homem, a nação de Israel, a cruz de Cristo, a Igreja, e o julgamento das nações têm um grande e derradeiro propósito: Que a plenitude dos atributos de Deus seja revelada a Sua criação e que toda a criação O conheça, O glorifique, e deleite-se plenamente n’Ele como Deus.

A Plena Revelação dos Atributos de Deus

Deus criou o universo para ser um teatro sobre o qual Ele possa exibir a infinita glória e valor de Seu ser e seus atributos, para que Ele seja plenamente conhecido, adorado, e apreciado por Sua criação. Foi dito por muitos que a queda do homem é o céu negro sobre o qual as estrelas dos atributos de Deus brilham com a maior intensidade de glória. É apenas através da queda e o advento do mal que a plenitude do caráter de Deus pode ser verdadeiramente conhecida.

Quando um Cristão adora a Deus, quais são os atributos que lhe parecem mais queridos? Não são a misericórdia, a graça e o amor incondicional de Deus? Não são estes atributos divinos mais exaltados em todos os grandes hinos da Igreja? Mas como estes atributos poderiam ser conhecidos senão através da queda do homem? O amor incondicional somente pode ser manifesto sobre homens que não correspondem às condições. A misericórdia somente pode ser derramada do trono de Deus sobre homens que merecem a condenação. A graça somente pode ser concedida a homens que não fizeram nada para merecê-la. Nossa decadência é nosso feito, pelo qual somos obrigados a assumir plena responsabilidade. Ainda assim é através do teatro negro de nossa decadência que a graça e a misericórdia de Deus são postas no centro do palco e brilham sobre um público tanto de homens quanto de anjos. É na salvação dos homens caídos que a sabedoria, a graça e a misericórdia de Deus são reveladas, não apenas ao homem, mas também a todo ser criado nos céus, na terra e no inferno.

Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus para mostrar, nos séculos vindouros, a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus. -Efésios 2:4-7
A mim, o menor de todos os santos, me foi dada esta graça de pregar aos gentios o evangelho das insondáveis riquezas de Cristo e manifestar qual seja a dispensação do mistério, desde os séculos, oculto em Deus, que criou todas as coisas, para que, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus se torne conhecida, agora, dos principados e potestades nos lugares celestiais. -Efésios 3:8-10

A Plena Revelação das Glórias de Cristo

A maior obra de Deus é a morte e a ressurreição do Filho de Deus para a salvação do povo de Deus. Contudo, se o homem não tivesse caído, não haveria Calvário e nem Salvador. A própria coisa que mais elucida a Deus (João 1:18), nos atrai para Ele (João 12:32), e faz com que O amemos (1 João 4:10, 19) desapareceria. O que tomaria seu lugar? Que outros meios poderiam ter sido usados para demonstrar as imensuráveis misericórdias de Deus? Cristo crucificado é o grande tema de todo digno hino, sermão, conversação, e pensamento cristãos. Sem a queda, a redenção seria desconhecida a nós. Nós seríamos como os anjos, anelando perscrutar algo que nós nunca poderíamos experimentar (1 Pedro 1:12).
É errado, e beira a blasfêmia, até mesmo insinuar que a cruz de Cristo foi um mero Plano “B” que foi posto em prática somente por causa da escolha errada de Adão no jardim. A cruz é o evento principal para o qual qualquer outra obra da providência de Deus aponta. Todas as coisas permanecem em sua sombra. De uma forma, a cruz foi necessária por causa da queda, mas por outro lado, a queda foi necessária para que as glórias de Deus na cruz de Cristo pudessem se dar a conhecer plenamente.

A Plena Revelação da Dependência da Criatura

Uma das verdades mais impressionantes sobre Deus é que Ele é absolutamente livre de qualquer necessidade ou dependência (Atos 17:24-25). Sua existência, o cumprimento de Sua vontade, e Sua alegria ou beneplácito não dependem de nada nem ninguém fora de Si mesmo. Ele é o único ser que é de fato autoexistente, autossustentado, autossuficiente, independente e livre. Todos os outros seres derivam suas vidas e felicidades de Deus, mas Deus encontra tudo o que é necessário para Sua própria existência e perfeita alegria em Si mesmo (Salmo 16:11; Salmo 36:9).

A existência do universo requer não apenas o ato inicial da criação, mas também o contínuo poder de Deus para sustentá-lo (Hebreus 1:3). Se Ele retirasse Seu poder mesmo por um momento, tudo se tornaria caos e destruição. Esta mesma verdade pode ser aplicada ao caráter dos seres morais, quer sejam anjos ou homens. Adão no paraíso e Satanás no céu, ainda que tenham sido criados justos e santos, não poderiam permanecer em pé à parte da graça sustentadora de um Deus Todo-Poderoso. Quão menos somos nós capazes de permanecer em pé e quão mais rapidamente cairíamos à parte da mesma graça sustentadora? A queda, portanto, fornece o maior exemplo de nossa constante carência de Deus. Se não podemos continuar nossa existência além de nosso próximo fôlego exceto pela preservação de Deus, quão menos somos capazes de manter qualquer aparência de justiça diante d’Ele à parte de Sua graça? (João 15:4-5; Filipenses 2:12-13)

Copyright © por Paul David Washer, Sociedade Missionária HeartCry. Website:heartcrymissionary.com
Publicado por Granted Ministries Press, uma divisão de Granted Ministries.Website: grantedministries.org


Via: Voltemos ao Evangelho 



segunda-feira, 28 de setembro de 2015

O Pastor precisa mesmo ser Teólogo?

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Mais uma vez, dirijo-me aos pastores. É importante deixar claro que não falo como pastor, mas como ovelha que tem alguns pedidos a fazer. Não falo em tom de superioridade, mas com muito carinho e respeito aos pastores. Tem sido semeada em muitas igrejas - e até em instituições teológicas - a ideia de que ser pastor não é ser teólogo. Antes de qualquer coisa, quero esclarecer que não sou a favor de uma teologia sem espiritualidade, nem de que o conhecimento bíblico apenas, sem que haja uma vida piedosa, seja suficiente. Também não estarei dizendo que não se pode ser pastor sem ter feito algum curso teológico. O ponto não é esse e não entrarei nessa questão.

Dito isso, apresento-lhes um fato: não é pequena a quantidade de igrejas que são pastoreadas por homens com raso conhecimento teológico e superficial conhecimento bíblico. Há instituições que carecem profundamente da sã doutrina e do zelo pelas Escrituras. Mas a grande pergunta é: Se isso é um fato, por qual motivo ele existe? Tenho um palpite. Acredito que tudo que deixamos de lado, seja em qualquer área de nossa vida, é porque não consideramos importante (que Deus tenha misericórdia de nós, pois fazemos isso). E, se a teologia tem sido deixada de lado por alguns pastores/igrejas/instituições, é porque ela não tem sido considerada importante. A teologia ortodoxa afirma que o estudo sobre Deus (Theo + logia) deve ser baseado única e exclusivamente na Bíblia. O que me leva a concluir que, quando o estudo teológico é deixado de lado, a própria Escritura também não tem sido considerada importante.

Então, surge o ponto central deste meu escrito: É possível ser pastor e não ser teólogo? Minha resposta vai mais além que um simples "não". O conceito de pastor e teólogo tem sido dicotomizado quando, na realidade, ambos nunca deveriam, nem poderiam ser considerados diferentes com relação ao pastorado. Vejamos o que Efésios 4:11-14 diz:

"E ele designou alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com o fim de preparar os santos para a obra do ministério, para que o corpo de Cristo seja edificado, até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo. O propósito é que não sejamos mais como crianças, levados de um lado para outro pelas ondas, nem jogados para cá e para lá por todo vento de doutrina e pela astúcia e esperteza de homens que induzem ao erro." 

Note, no versículo 11, que as expressões "pastores e mestres" estão ligadas. No grego, elas são apontadas por um mesmo artigo. Alguns para apóstolos; Outros para profetas; Outros para evangelistas; E, por fim, outros para PASTORES e MESTRES. Essas últimas expressões, que formam um mesmo grupo - e não dois, caracterizam os dons espirituais de homens que têm a responsabilidade de cuidar e guiar o rebanho. Sim, são os pastores. Mas o que quer dizer "mestres"? Em outras versões, encontramos a palavra "doutores" no lugar de "mestres". Essas palavras querem dizer a mesma coisa: pessoas que detém conhecimento. E, se estamos falando de mestres da igreja, que tipo de conhecimento seria se não o do Filho de Deus (v.14), o próprio Cristo, revelado na Escritura?


O próprio texto deixa claro para quais finalidades Deus designou essas pessoas. No aspecto positivo, "preparar os santos para a obra do ministério", edificar o "corpo de Cristo" - a Igreja, alcançar a "unidade da fé" e "conhecimento do Filho de Deus" - Jesus Cristo, chegar à "maturidade", atingir "a medida da plenitude de Cristo". No aspecto negativo, evitar que sejamos "como crianças", "jogados para cá e para lá por todo vento de DOUTRINA" (ênfase minha), evitar homens que "induzem ao erro". Fica claro, pelo texto, que ser pastor é ser mestre, de modo que eles tenham o conhecimento suficiente para tudo isso. Então do que estamos falando? De pastores teólogos! Sim, existem teólogos que não são pastores, mas é inadmissível biblicamente a existência de pastores não teólogos.

É provável que, até aqui, a maioria destes pastores dos quais me refiro já tenham desistido de ler este texto. Discursos e atitudes como essas provocam justamente aquilo que deve se evitado pelo pastor e mestre. As igrejas não têm crescido. Os irmãos têm permanecido como crianças, levados por qualquer vento de doutrina. E a consequência disso é erro por cima de erro. Meu convite é a você, ovelha como eu, que tem sido prejudicado pela ausência de líderes como esses. Oremos e trabalhemos por uma radical mudança em nosso meio. Não podemos nos calar. A igreja tem voz. Podemos e devemos cobrar, com amor e humildade, que nossos pastores empenhem-se no estudo teológico para servir melhor as suas igrejas. Até quando vamos ter perguntas sem respostas? Até quando vamos engatinhar enquanto outras igrejas crescem em maturidade bíblica? Aos pastores não teólogos, falo pautado na Palavra e não com minha autoridade própria, arrependam-se e mudem de atitude, ou vocês verão suas ovelhas sendo melhor pastoreadas por pregações do YouTube do que por vocês.

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Autor: Richardson Gomes
Fonte: Electus

Via: Bereianos 


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Via 

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

O PROBLEMA DA MASTURBAÇÃO

 




Por Mark Jones

Há dois anos, em um acampamento para jovens da OPC (Igreja Presbiteriana Ortodoxa), eu tive o privilégio de abordar o tópico da masturbação, entre outros assuntos (por exemplo, Machen, Machen e mais Machen). Como alguns de vocês podem saber, a OPC é notória por mandar o pessoal da PCA (Igreja Presbiteriana da América, denominação do autor) fazer o trabalho sujo teológico deles. Mas eu divago…

Então, o que você diz a rapazes e moças que, se alcançaram a puberdade, provavelmente já se masturbaram ou se encontram escravizados a essa prática? Você cita Gênesis 38.9 e muda de assunto rapidamente?

Os que estão na carne têm “olhos cheios de adultério, e não cessando de pecar” (2 Pe 2.14); eles são dados a pecar. Mas mesmo aqueles que estão no Espírito ainda pecam. E mesmo o santo mais santificado, se há algum sangue correndo em suas veias, provavelmente tem um problema com lascívia de alguma forma. Um antigo colega – agora excomungado da igreja – admitiu para mim que, a cada manhã, a primeira coisa que ele fazia era se masturbar a fim de se livrar dos seus desejos! (Não existe isso de matar o pecado pecando). Eu queria que ficasse tão consternado com o pecado dele como fiquei com o fato de que uma vez ele esteve hospedado em minha casa por duas noites. Mas eu divago de novo…

Ao tratar o problema da masturbação não podemos adotar um certo tipo de hermenêutica “batística” – isto é, “mostre apenas um texto que diz que devemos batizar bebês ou não podemos nos masturbar” – se queremos seguir adiante com moços e moças. Pelo contrário, a “boa e necessária consequência” nos capacita a abordar essa questão sensível.

Uma forma de lidar com o pecado de masturbação seria descrever o isolacionismo de um homem ou mulher se satisfazendo como completamente ridículo. Afinal, um homem ou mulher, escondido(a) em um banheiro/quarto, masturbando-se é uma tragédia. Um homem casado fazendo o mesmo é uma tragédia ainda maior. Mas, tão patético quanto essa imagem pareça, isso não impedirá uma pessoa de autogratificar-se. Auto-gratificação normalmente vence a decência, a não ser que você seja inglês.

E, então, há o problema inevitável de que a masturbação natural e rapidamente leva a pensamentos impuros. Claro, esses tipos de pensamentos podem acontecer em qualquer lugar e tempo, mas você está iludido se você pensa que pode manter sua mente moralmente neutra enquanto se masturba.

Em termos de se masturbação é errado ou não, nós podemos fazer as seguintes perguntas a respeito de todas as práticas sobre as quais não temos um texto explícito:

 - Estou no controle ou ela me controla? (para cristãos, o domínio do pecado foi quebrado; o pecado já não tem domínio sobre nós, Rm 6)

 - Isso cria uma barreira invisível entre Deus e eu? (i.e., impede minhas orações).
Você pode agradecer a Deus depois de fazer isso ou aquilo? (nós devemos dar graças em todas as circunstâncias, 1 Ts 5.18).

 - Para os cristãos, essas são questões poderosas que exigem respostas. Eu imagino que seria muito difícil para um cristão masturbar-se e, então, agradecer a Deus pela experiência.

Mas, tem mais. Nós precisamos entender que isolacionismo solipsista vai direto contra a Trindade, que é uma comunhão amorosa de pessoas. Masturbação é islâmico ou unitariano, com certeza não é cristão.

A encarnação torna união e comunhão com Deus possíveis. O próprio Filho deseja comunhão amorosa com sua esposa. Onde nós estaríamos se Cristo adotasse seu próprio “isolacionismo solipsista”? A intimidade que experimentaremos no céu nunca será desencarnada, mas também jamais será em isolamento.

Gratificação sexual é um dom dado por Deus para prazer mútuo de um homem e uma mulher em estado de casamento (Cantares; Hebreus 13.4). Masturbação enfatiza tudo que há de errado com casamentos: em vez de sacrifício pelo outro, a pessoa escolheu o caminho do eu (cf. Lc 9.23).

Intimidade desencarnada em forma de masturbação não prepara bem um homem ou uma mulher para a intimidade que eles esperançosamente um dia experimentarão no casamento. Além disso, para homens que são casados, algumas vezes eles experimentarão problemas sexuais com suas esposas se eles têm um histórico de masturbação crônica. Mulheres, também, podem sofrer com o fato de que seu cônjuge é incapaz de satisfazê-las.

Se eu acreditar no que dizem alguns amigos pastores, a masturbação também pode ser um campo de treino para homossexualidade e outras práticas aberrantes como sodomia. Afinal, uma vez que o egoísmo se impõe, um homem fará com sua esposa todo tipo de coisa que lhe agrada às custas dela.

Qual é a solução para o pecado da masturbação? Bem, é aqui que nossa doutrina de Deus, justificação e santificação entram. Uma coisa é argumentar sobre uma ordo decretorum supralapsariana, e outra bem diferente é lidar com alguém que não consegue parar de masturbar-se. Eu sei qual desses tópicos eu tenho considerado mais fácil de abordar.

Deus perdoa uma pessoa que se masturba? Somente se essa pessoa primeiro reconhecer que masturbação é pecaminoso e, então, se arrepender. Masturbação não é um pecado imperdoável porque é pecado. Se fosse o caso, então esse seria o pecado imperdoável.


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Traduzido por Josaías Jr no Reforma21
Via : Púlpito Cristão 

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