Cinco Votos para Obter Poder Espiritual.

Primeiro - Trate Seriamente com o Pecado. Segundo - Não Seja Dono de Coisa Alguma. Terceiro - Nunca se Defenda. Quarto - Nunca Passe Adiante Algo que Prejudique Alguém. Quinto - Nunca Aceite Qualquer Glória. A.W. Tozer

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

A Grande Loja de Lúcifer - Segredos do Vaticano

Já foi dito em outras oportunidades aqui no blog que: "A mentira que controla o Atual Sistema e Escraviza a Raça Humana, é tão logísticamente bem feita, organizada e estruturada, que as pessoas duvidam que realmente exista, não conseguem crer, menos ainda compreender que seja possível sua existência e manutenção por tanto tempo".
Tinha um colega que sempre dizia que: "Se você quer ocultar alguma coisa, não existe melhor maneira do que tornar ela o mais pública possível". Se você vê alguém na porta de um shopping center, "empurrando um piano" a última coisa que você vai pensar é que essa pessoa está "roubando".

É através de mentalidades como essa que as Elites de nosso planeta por detrás dos sistemas de governo e que compõem o Governo Oculto da Terra, avançam em suas agendas de domínio e como sempre digo e repito, conseguem fazer com que menos de 1 por cento das pessoas que habitam nosso planeta, governem e tenham poder sobre a vida e sobre a morte dos outros 99 por cento.

Nos últimos tempos, nos acostumamos (e parece que nos importamos cada vez menos) com notícias e informações sobre membros da Igreja Católica Romana, que são acusados de pedofília, pederastia e outras atividades sexuais bizarras e estranhas. Quase sempre deduzimos que essas atividades são "fatos isolados", feitos por algumas "maçãs podres da cesta", que seriam padres, sacerdotes e "coroinhas" com "desvios de comportamento" e personalidade, ou "problemas sexuais" que devido as energias reprimidas pelo "celibato", acabam "pecando" contra a castidade, a moral e os "bons costumes", (quase sempre com jovens adolescentes e crianças do MESMO SEXO). Porém quando se pesquisa a fundo tanto a história como as reais atividades desenvolvidas por esse sacerdote e as elites de tais instituições clero-aristocráticas, mais se evidencia e comprova que A grande "corporação" que se auto-denomina a "representante" de "Deus" na Terra está muito longe de ter a moral que propaga e uma vida íntima Ilibada . 

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

E agora "IRMÃ ZULEIDE"!


Máscara caiu 
A notícia abaixo deve ser veiculada em todos os cantos da internet, como um sinal de que o anonimato começa a ser punido. Pessoas que se utilizam do espaço virtual de forma anônima, ou mesmo atrás de nomes falsos e caricaturas para cumprirem seus propósitos inescrupulosos, abram os olhos. A máscara começa a cair. 
LEIA A NOTÍCIA

"IRMÃ ZULEIDE" É DETIDA EM SANTOS APÓS CONSTRANGER PROFESSORA DE CAMPINAS 

O DJ Álvaro Oliveira Rodrigues, de 30 anos, responsável pelo famoso perfil 'Irmã Zuleide' nas redes sociais, foi detido durante a madrugada do último domingo (27) em Santos, no litoral de São Paulo. 
Rodrigues assinou um termo circunstanciado e foi liberado em seguida, mas responderá por constrangimento, injúria e difamação.
Com cerca de 2,1 milhões de seguidores no Facebook, o perfil da Irmã Zuleide, que utiliza um tom cômico para tratar assuntos do cotidiano, é uma febre na internet há quase dois anos. A polícia começou a investigar o DJ porque a foto utilizado no perfil é, na verdade, de uma professora de Campinas, que afirma sofrer vários transtornos com a situação.
Ainda em 2011, a professora, que preferiu não se identificar, não conhecia o perfil que utilizava sua foto, até que uma colega da escola mostrou a página para ela. Assim que soube da situação, a vítima mandou algumas fotos para a polícia com o objetivo de remover todo o conteúdo da internet. Segundo a professora, o constrangimento causado pelo perfil fez com que ela virasse motivo de chacota na cidade onde morSegundo a polícia, quando os policiais entraram na boate, Rodrigues não estava caracterizado como 'Irmã Zuleide', mas foi encontrado e detido. 
O DJ é natural do Rio Grande do Norte e confessou ser o autor do personagem. Em depoimento, ele disse que sua intenção era satirizar uma igrejaSegundo a polícia, quando os policiais entraram na boate, Rodrigues não estava caracterizado como 'Irmã Zuleide', mas foi encontrado e detido. O DJ é natural do Rio Grande do Norte e confessou ser o autor do personagem. Em depoimento, ele disse que sua intenção era satirizar uma igreja evangélica e ironizar seus seguidores. Segundo ele, a foto da professora foi achada em uma pesquisa aleatória feita por um buscador.
Após vários meses de investigação, um advogado da vítima descobriu que o dono da página faria um show em uma casa noturna do Centro de Santos. Sabendo disso, a professora seguiu para a Baixada Santista, acompanhada do advogado, e procurou o 1º Distrito Policial da Cidade, que começou a investigar o caso.
Clique na imagem para visualizá-la em tamanho original

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Pecados sexuais: como a igreja deve encará-los?



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Por Leonardo G. Silva – Th.M.
Conforme está subentendido no título, a problemática abordada aqui não será o pecado em si, mas o modo como a igreja trata o pecador. Nós protestantes, em teoria, repudiamos a idéia católica de pecado venial e mortal. Porém, o que é admitido na teoria é negado na prática através do exercício daquilo que convencionamos chamar de disciplina eclesiástica. Podem relutar o quanto quiserem, podem me chamar de perturbador da ordem, mas o fato é que eu não consigo ser hipócrita e nem fechar os olhos para essa verdade.
Mas a disciplina eclesiástica (um eufemismo para excomunhão) é bíblica, alguém certamente dirá. A estes, responderei que não estou interessado em debater a “biblicidade” da prática. Quero antes, apelar para o nosso senso comum e propor algumas questões. Ora, se ela é bíblica, e uma vez que o pecador precisa ser “disciplinado”, porque é que não disciplinamos todos os mentirosos, os invejosos, os soberbos, os avarentos e herejes em nossas igrejas? Porque é que suportamos pacientemente estes pecados, e condenamos a exclusão apenas os pecados sexuais? Acaso isso não é usar de dois pesos e duas medidas? Será que isso não significa ressucitar uma doutrina católica refutada e abandonada na época da reforma e enxertá-la no nosso meio? Somos evangélicos de alma católica, essa é a verdade.
Os fariseus de plantão que me apedrejem se quiserem, mas definitivamente não concordo com essa praxe absurda das igrejas evangélicas. É injusto que um casal de namorados, que confessa seu pecado com lágrima nos olhos diante do pastor, declarando-se arrependidos, sejam punidos com três meses de “disciplina”, durante a qual não podem exercer atividades na igreja, nem participar da Ceia do Senhor; enquanto os hereges televisivos, que dão veneno para as ovelhas comerem, homens rebeldes e soberbos que não têm o menor interesse em se arrepender, são tolerados nas igrejas locais e nas convenções. Que cristianismo é esse, que oprime o arrependido e faz vista grossa para o impenitente? Que igreja é essa que pune o quebrantado e tolera o rebelde incontrito? Definitivamente, algo está errado em nosso meio.
Pecados sexuais, numa escala de 0 a 10, recebem pontuação 11 nas igrejas! O caso é tão extremo que admite-se reintegrar ao ministério pastoral a um ex-ladrão, ex-caloteiro, ex-corrupto, enfim, ex-TUDO, menos um ex-adúltero, ou um ex-fornicário! Não estou defendendo direito de púlpito para A ou para B; só estou tentando te convencer de que há certos costumes que precisam ser mudados. Somos bons para exercer justiça (a nossa, obvio!), mas péssimos em misericórdia. Ah, mas o obreiro deve ser irrepreensível, você me dirá. Mas sejamos sinceros, ao menos dessa vez: Quem entre nós, membros, líderes, pastores, é irrepreensível no sentido absoluto da palavra? Ora, se apelarmos para a literalidade nesse versículo, então nem eu, nem você, nem Tomé e nem Pedro o eram! Não devemos entender essa irrepreensibilidade como uma obra acabada, e sim como uma busca constante e sincera. Do contrário, a Bíblia não fará nenhum sentido!
Como a igreja deve lidar com os pecados sexuais? A resposta é simples: Da mesma forma como Jesus os tratou. Como atuou o Mestre quando lhe trouxeram aquela mulher apanhada em adultério? Ele não deu nenhuma ordem de linchamento, antes nivelou a situação ao perguntar se havia alguém, entre aquela enfurecida turba, que jamais houvesse pecado. Ao fazê-lo, Jesus mostrou àquela multidão envaidecida e cheia de auto-justiça, que o pecado daquela mulher não era maior que os pecados deles. Logo disso, Jesus perdoou aquela mulher, brindando-lhe aceitação e amor, e em lugar da costumeira repreensão, deu-lhe um sábio e concludente conselho: vá e não peques mais.
Amado pastor: Devemos aprender com o pastor Jesus. Quando estivermos no gabinete pastoral aconselhando um caso de pecado sexual, e não soubermos como lidar com o tema, façamo-nos a seguinte pergunta: “o que faria Jesus no meu lugar?”. Será que ele disciplinaria o casal arrependido, condenando-os à pena de 3 a 6 meses de reclusão, ou será que ele, após confirmar o arrependimento de ambos, diria: “nem eu te condeno: vá e não peques mais”? Pecado sempre será pecado, e deve ser tratado como tal. Mas lembremo-nos de que, assim como há pecado, também existe perdão.
Soli Deo Gloria!
***
Fonte: Púlpito Cristão

Tragédia da boate em Santa Maria (RS) - Um alerta às Igrejas Evangélicas

Incendio em boate em Santa Maria (RS)
Na madruga deste domingo, 27.01.2013, aconteceu a segunda maior tragédia produzida por incêndio no Brasil, em uma boate na cidade de Santa Maria (RS), que fica cerca de 300km de Porto Alegre, a capital do estado.
Segundo as notícias divulgadas, até agora foram confirmadas 232 vítimas fatais, sendo 120 homens e  112 mulheres, em sua maioria absoluta jovens e adolescentes, com idade média entre 18 e 22 anos.  Muitos familiares ainda estão em busca de parentes, sendo que ainda existem muitos corpos nem a necessaria identificação, todos colocados no Ginásio de Esportes da cidade. As informações também dão conta de pessoas sendo atendidas nos hospitais e pronto socorros da região, em número aproximado de 131 vítimas sobreviventes. Como Santa Maria (RS) trata-se de uma cidade universitária, muitas das vítimas não possuem parentes no município, e esses estão em deslocamento de seus logradouros para aquela localidade. Segundo informações da imprensa local, a festa era uma iniciativa para angariar recursos para a formatura do Turma que cursava a faculdade de agronomia, por isso o evento foi anunciado com o título de AGROMERADOS.
A presidenta da república, Dilma Roussef, que participava de reunião de chefes de estado no Chile, cancelou sua  agenda para hoje, e está de retorno ao Brasil no afã de acompanhar de perto os procedimentos. Informou no entanto, que determinou aos ministros de estado envolvidos com a situação, que se dirijam imediatamente para o local e disponibilizem toda a assistência necessária às autoridades locais para atendimento aos sobrevivientes, bem como aos familiares das vítimas fatais.
Segundo informação dos sobreviventes e das autoridades do Corpo de Bombeiros, a boate estava superlotadas, com número de pessoas acima do permitido, e o plano de ação contra incêndio também estava vencido, e ainda a boate possuia apenas uma via de acesso, tanto para entrar como para sair do local.
Segundo diversos depoimentos de sobreviventes, o vocalista da banda que se apresentava no momento, se utilizava de fogos de artifícios no palco, instrumento proibido para aquela situação, sendo que faíscas atingiram o forro acústico da casa, o que deu início ao incêndio.
A maior parte das vítimas fatais não morreu carbonizada, mas asfixiada  pela fumaça tóxica produzida pelo fogo que queimou is materiais utilizados para revestimento acústico da casa.
Oremos pelas autoridades e voluntários que estão trabalhando no atendimento geral, bem como pelos familiares das vítimas fatais, bem como pela restauração dos sobreviventes. Que o Senhor console a todos.

UM ALERTA À IGREJA EVANGÉLICA BRASILEIRA
O maior alerta deixado pela tragédia, é a desobediência aos limites estipulados pela legislação vigente quanto ao número de pessoas dentro dos logradouros públicos, como acontece também com os templos religiosos, bem como com a atualização dos planos de prevenção contra incêndio e tragédias, devidamente estabelecidos pelas autoridades competentes. 

É pecado grave, tentarmos a Deus, deixando por conta d'Ele aquilo que já está estabelecido por lei, e faz parte da nossa obrigação para com o estado e com nosso próximo. 

Saídas de emergência, extintores de incêndio específicos, instalações elétricas em condições apropriadas e outras medidas devem ser observadas, sob pena de responsabilização criminal dos responsáveis que desobedecerem tais normas. 
NORMAS E REGRAS EXISTEM PARA SEREM OBSERVADAS E CUMPRIDAS - PRINCIPALMENTE OS TEMPLOS RELIGIOSOS DEVEM DAR O EXEMPLO PARA A SOCIEDADE.
Somos o sal da tera e a luz do mundo e, portanto mesmo sabendo que Deus pode nos guardar, devemos seguir o exemplo do nosso Mestre quando disse a satanás:
NÃO TENTARÁS AO SENHOR, TEU DEUS! 
Fica o alerta a todos!

Por: Carlos Roberto da Silva

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Deus, somente Deus

Billy Graham último sermão

O próximo Billy Graham pode estar bêbado agora

  Sempre que começo a me sentir desencorajado a respeito do futuro da igreja, me lembro de uma conversa que tive, alguns anos atrás, com o teólogo evangélico Carl F. H. Henry, no que acabaria sendo a sua última visita ao Southern Seminary antes de sua morte.
Muitos de nós estávamos lamentando o estado lamentável da igreja em relação ao descompromisso teológico, a pregação vazia, a falta de discipulado. Perguntamos ao Dr. Henry se ele via alguma esperança nas próximas gerações de evangélicos.
Nunca me esquecerei de sua resposta.
 

“Por que você fala como se o cristianismo fosse genético?”, disse. “É claro que há esperança para a próxima geração de evangélicos. Mas os líderes da próxima geração talvez não venham do contexto evangélico atual. Provavelmente, ainda são pagãos”.
 

 “Quem diria que Saulo de Tarso seria o maior dos apóstolos entre os gentios?”, nos perguntou. “Quem diria que Deus levantaria um C. S. Lewis, um Charles Colson? Eles eram incrédulos que, uma vez salvos pela graça de Deus, foram grandes guerreiros da fé”.
E, claro, o mesmo princípio se aplicava ao próprio Henry. Quem diria que Deus levantaria um jornaleiro vindo de uma família Luterana não-praticante para defender as Escrituras por gerações de evangélicos conservadores?
   O próximo Jonathan Edwards pode ser o homem dirigindo na sua frente, com um adesivo do peixe de Darwin colado no carro. O próximo Charles Wesley pode ser um artista de hip-hop misógino e de boca suja agora. O próximo Billy Graham talvez esteja desmaiado de tanto beber em alguma festa de faculdade. O próximo Charles Spurgeon pode estar, nesse momento, produzindo cartazes de alguma marcha do orgulho gay. A próxima Madre Teresa pode estar administrando uma clínica de aborto nesse instante.
   Mas o Espírito de Deus pode mudar tudo isso. E parece ter prazer em fazê-lo. O novo nascimento não simplesmente transforma vidas, criando arrependimento e fé; também provê novos líderes para a igreja, e cumpre a promessa de Jesus de dar a igreja tudo que ela precisasse para prosseguir sua marcha, no espaço e no tempo (Efésios 4.8-16).
Afinal de contas, enquanto Filipe levava o eunuco etíope a Cristo, Saulo de Tarso ainda era um assassino.
   Grande parte da igreja, em qualquer geração, surge por meio do discipulado lento e paciente da próxima geração. Mas para nos impedir de pensar que o cristianismo é evolucionário e “natural” (ou, para usar o termo do Dr. Henry, “genético”), Jesus choca sua igreja ao usar líderes que parecem surgir como um Big Bang, do nada.
Sempre que sou tentado a me desesperar por conta do estado da igreja americana, sou lembrado que Jesus nunca prometeu o triunfo da igreja americana; ele prometeu o triunfo da igreja. Grande parte da igreja, no céu ou na terra, não é americana. Talvez a esperança para as igrejas americanas esteja, nesse exato momento, na Nigéria, no Laos ou na Indonésia.
Jesus será Rei, e sua igreja florescerá. E ele o fará acontecer da forma como quiser, ao exaltar os humildes e humilhando os exaltados, ao transformar covardes, ladrões e assassinos nas pedras de fundação da Nova Cidade.
Então relaxe.

E seja gentil com o ateu dirigindo na sua frente; aquele mesmo que acabou de te fazer um gesto obsceno. Pode ser que ele venha a evangelizar os seus netos.


 por Russell D. Moore

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Ansiedade é realmente pecado?

“Stress” não é uma palavra bíblica. “Preocupação” e “ansiedade” são. E são pecados.
Essa foi a ideia que iniciou uma conversa em que estive presente recentemente. Nós realmente podemos dizer que algo como ansiedade é pecado? O que faz disso um pecado? Será que não é só uma fraqueza que devemos superar? Ou, talvez, não deveríamos enxergar como uma doença mental?
Há algumas abordagens diferentes que podemos seguir para responder esses questionamentos. Vamos começar buscando os mandamentos de Jesus.

 

É um mandamento

O mandamento “não andeis ansiosos” é repetido várias vezes por Jesus em Mateus 6 (versos 25, 27, 31, 34) e é visto outra vez em Mateus 10.19.
Por mais que esses comandos lidem com situações específicas, a realidade subjacente do contexto é que se Jesus ordena que as pessoas “não andem ansiosas”, nós sabemos que (1) ansiedade não é só um desequilíbrio químico ou uma desordem mental, e (2) há pelo menos algumas formas em que a ansiedade é pecado, simplesmente porque Jesus a proibiu.

 

O que significa "a letra mata"?

 A frase é tirada de uma passagem de 2 Coríntios 3 e é muito usada por pessoas que argumentam que não devemos seguir o que está escrito na Bíblia. Aponte para alguém um versículo com o qual essa pessoa não concorda e ela logo rebaterá dizendo que "a letra mata", ou seja, não podemos tomar a Bíblia literalmente.

É evidente que devemos sempre olhar o contexto quando algo está escrito na Bíblia. É preciso saber o que vem antes, o que vem depois, quando aquilo foi escrito, por quem foi escrito, para quem foi escrito etc. Isolar qualquer porção da Bíblia é sempre perigoso. Há por exemplo o versículo que diz que "Não há Deus", mas antes vem "Diz o ímpio em seu coração: Não há Deus". Sl 14:1

Quando utilizado isoladamente, "a letra mata" tem o mesmo efeito e parece querer dizer que devemos fugir de uma interpretação literal da Bíblia. Mas o que diz antes e depois?

"E é por Cristo que temos tal confiança em Deus; não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus, o qual também nos capacitou para sermos ministros dum novo pacto, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica. Ora, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória, de maneira que os filhos de Israel não podiam fixar os olhos no rosto de Moisés, por causa da glória do seu rosto, a qual se estava desvanecendo, como não será de maior glória o ministério do espírito?" 2 Co 3:6-8

É evidente que a "letra" à qual o apóstolo está se referindo são os dez mandamentos ou a lei como um todo, que foi dada a Israel com o propósito de provar o homem e revelar ser ele incapaz de seguir a lei. A Lei, portanto, é o sinal de contra-mão e nós aquele enorme caminhão entalado na rua estreita. Assim como faz o sinal, ela nos mostra que estamos na contra-mão e que nada podemos fazer de nós mesmos para sair disso, a não ser por uma obra de Deus. É aí que entra a graça, é aí que entra Cristo morrendo no lugar do pecador.

Portanto, quando o apóstolo diz que "a letra mata", ele está dizendo que a lei tem o papel de condenar apenas, não pode dar vida. A letra da lei é a lente de aumento que revela o quanto sou mau e pecador. Um trecho de Romanos esclarece melhor isso:

"Pois, quando estávamos na carne, as paixões dos pecados, suscitadas pela lei, operavam em nossos membros para darem fruto para a morte. Mas agora fomos libertos da lei, havendo morrido para aquilo em que estávamos retidos, para servirmos em novidade de espírito, e não na velhice da letra. Que diremos pois? É a lei pecado? De modo nenhum. Contudo, eu não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás. Mas o pecado, tomando ocasião, pelo mandamento operou em mim toda espécie de concupiscência; porquanto onde não há lei está morto o pecado. E outrora eu vivia sem a lei; mas assim que veio o mandamento, reviveu o pecado, e eu morri; e o mandamento que era para vida, esse achei que me era para morte. Porque o pecado, tomando ocasião, pelo mandamento me enganou, e por ele me matou. De modo que a lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom. Logo o bom tornou-se morte para mim? De modo nenhum; mas o pecado, para que se mostrasse pecado, operou em mim a morte por meio do bem; a fim de que pelo mandamento o pecado se manifestasse excessivamente maligno". Rm 7:5-13
Portanto, da próxima vez que você mostrar um versículo para alguém e essa pessoa argumentar que não devemos seguir o que está escrito porque "a letra mata", é bem provável que essa pessoa é mais uma que gosta de selecionar da Bíblia apenas o que lhe apraz, e rejeitar tudo o que não lhe convém.


sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Como ser batizado com fogo?

Você diz que foi batizada com água em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, mas seu desejo é "ser batizada com fogo, ou seja, selada em evidências de novas línguas". Você diz ainda que está buscando e orando, mas não consegue alcançar isso e pergunta se fazer jejum poderia ajudar.

Espero sinceramente que você nunca seja batizada com fogo, porque o batismo com fogo é o juízo eterno. Os pentecostais interpretam erroneamente a passagem e ficam pedindo fogo. Ainda bem que Deus não atende o pedido deles.

Existe até um hino que diz "Manda fogo, Senhor, que eu quero sentir o Teu poder". Ainda bem que o Senhor não faz o que pedem os que cantam assim, pois na Bíblia o fogo está sempre conectado com juízo. Isso ocorre por um erro de interpretação de Atos 2, onde as línguas não são "línguas de fogo", mas são "línguas como de fogo" (ou parecidas com fogo), e de Mateus 3, onde o fogo ali é erroneamente interpretado como o batismo do Espírito Santo ocorrido no Dia de Pentecostes.

Se você observar atentamente o texto de Mateus 3, verá que João Batista está se dirigindo alternadamente tanto a salvos como a perdidos, falando também alternadamente de salvação e juízo (o fogo representa o juízo de Deus). Acrescentei as palavras [entre chaves] para você entender essa alternância:

"Mas, vendo ele muitos dos fariseus e dos saduceus que vinham ao seu batismo, disse-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira vindoura? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento [os salvos]... E já está posto o machado á raiz das árvores; toda árvore, pois que não produz bom fruto [os perdidos], é cortada e lançada no fogo [o juízo]. Eu, na verdade, vos batizo em água, na base do arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu, que nem sou digno de levar-lhe as alparcas; Ele vos batizará no Espírito Santo [os salvos], e em fogo [os perdidos]. A sua pá ele tem na mão, e limpará bem a sua eira; recolherá o seu trigo [os salvos] ao celeiro, mas queimará a palha [os perdidos] em fogo inextinguível".


Por: Mario Persona

Desculpa para o VALE TUDO do movimento GOSPEL

nicodemus-filipenses

    Filipenses 1:18 é um daqueles clássicos textos que muitos usam para justificar ou não acusar erros graves no movimento gospel moderno. Mas será que esse texto dá margem para isso? Afinal, queremos ser bíblicos. Se o texto dá margem, ok,  mas se não, melhor revermos nossos caminhos. Bom, perguntaram para Augustus Nicodemus sobre isso e ele deu a seguinte resposta no Facebook:
Um amigo no Twitter me perguntou se Filipenses 1:18 não justificaria o evangelho gospel e o show gospel. Acho que ele tinha em mente o festival gospel na Globo e a hipotética novela da Globo com uma heroína evangélica.
Para quem não lembra, Paulo diz o seguinte em Filipenses 1:15-18:
“Alguns, efetivamente, proclamam a Cristo por inveja e porfia; outros, porém, o fazem de boa vontade; estes, por amor, sabendo que estou incumbido da defesa do evangelho; aqueles, contudo, pregam a Cristo, por discórdia, insinceramente, julgando suscitar tribulação às minhas cadeias. Todavia, que importa? Uma vez que Cristo, de qualquer modo, está sendo pregado, quer por pretexto, quer por verdade, também com isto me regozijo, sim, sempre me regozijarei” (Fp 1:15-18).
A interpretação popular desta passagem, especialmente desta frase de Paulo no verso 18, “Todavia, que importa? Uma vez que Cristo, de qualquer modo, está sendo pregado, quer por pretexto, quer por verdade, também com isto me regozijo, sim, sempre me regozijarei” – é que para o apóstolo o importante era que o Evangelho fosse pregado, não importando o motivo e nem o método. A conclusão, portanto, é que podemos e devemos usar de todos os recursos, métodos, meios, estratégias, pessoas – não importando a motivação delas – para pregarmos a Jesus Cristo. E que, em decorrência, não podemos criticar, condenar ou julgar ninguém que esteja falando de Cristo e muito menos suas intenções e metodologia. Vale tudo.
Então, tá. Mas, peraí… em que circunstâncias Paulo disse estas palavras? Se não me engano, Paulo estava preso em Roma quando escreveu esta carta aos filipenses. Ele estava sendo acusado pelos judeus de ser um rebelde, um pervertedor da ordem pública, que proclamava outro imperador além de César.
  

Crentes e incrédulos serão igualmente julgados?


Depois de ler um texto meu onde eu dizia que o crente não passará por juízo, mas apenas os incrédulos se apresentarão diante do grande trono branco de Deus, sua dúvida surgiu ao ler Romanos 14:9-12, onde aparentemente diz que todos, sem distinção, serão julgados por suas obras. Você deve ter usado a versão Almeida Revista e Corrigida, que diz no versículo 10 em diante: "Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo. Porque está escrito: Como eu vivo, diz o Senhor, que todo o joelho se dobrará a mim, E toda a língua confessará a Deus. De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus".

A versão que usou não é a melhor. O correto aí é "tribunal de Deus" e não "tribunal de Cristo". Veja no final algumas outras versões. O erro de tradução "tribunal de Cristo" vem da versão King James que usa um determinado manuscrito onde está assim. Mas nos melhores manuscritos aparece "de Deus". O tribunal de Cristo é para os salvos, onde suas obras serão julgadas (não os seus pecados, porque estes já foram julgados e condenados em Cristo na cruz).

Rom 14:9 Foi precisamente para esse fim que Cristo morreu e ressurgiu: para ser Senhor tanto de mortos como de vivos.
Rom 14:10 Tu, porém, por que julgas teu irmão? E tu, por que desprezas o teu? Pois todos compareceremos perante o tribunal de Deus.
Rom 14:11 Como está escrito: Por minha vida, diz o Senhor, diante de mim se dobrará todo joelho, e toda língua dará louvores a Deus.
Rom 14:12 Assim, pois, cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus.

O sentido de Romanos é geral e está falando de todos os homens. Então, sim, é correto dizer que todos terão de dar contas de si mesmos a Deus um dia, só que os crentes farão isso já salvos e os incrédulos farão isso sem chances de serem salvos, mas apenas para receberem a sentença. Que os crentes não passarão pelo juízo fica muito claro de outras passagens falando especificamente do que crê.

http://www.respondi.com.br/2009/09/quem-disse-que-o-crente-nao-sera.html
http://www.respondi.com.br/2011/06/voce-nao-estara-no-juizo-final.html
http://www.respondi.com.br/2011/02/voce-diz-que-salvacao-esta-garantida.html
http://www.respondi.com.br/2005/06/o-que-significa-galardo.html
http://www.respondi.com.br/2009/04/tudo-o-que-fiz-sera-revelado-quando.html
http://www.respondi.com.br/2009/09/posso-viver-despreocupado-com-o-pecado.html

(ARA) Tu, porém, por que julgas teu irmão? E tu, por que desprezas o teu? Pois todos compareceremos perante o tribunal de Deus.

(Biblia) Por que julgas, então, o teu irmão? Ou por que desprezas o teu irmão? Todos temos que comparecer perante o tribunal de Deus.

(BRASIL) Tu, porém, porque julgas a teu irmão? ou tu também, porque desprezas a teu irmão? pois todos compareceremos perante o tribunal de Deus.

(CNBB) E tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, por que desprezas teu irmão? Pois é diante do tribunal de Deus que todos compareceremos.

(Darby) But thou, why judgest thou thy brother? or again, thou, why dost thou make little of thy brother? for we shall all be placed before the judgment-seat of God.

(FDB) Mais toi, pourquoi juges-tu ton frère? Ou aussi toi, pourquoi méprises-tu ton frère? Car nous comparaîtrons tous devant le tribunal de Dieu;

(IRL) Ma tu, perché giudichi il tuo fratello? E anche tu perché disprezzi il tuo fratello? Poiché tutti compariremo davanti al tribunale di Dio;

(NVI) Portanto, você, por que julga seu irmão? E por que despreza seu irmão? Pois todos compareceremos diante do tribunal de Deus.

(PAST) Quanto a você, por que julga o seu irmão? E você, por que despreza o seu irmão? Todos nós devemos comparecer diante do tribunal de Deus.

(PJFA) Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Deus.

por Mario Persona

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

+ Generosidade

“Você é pastor?” Eis a questão clerical!


Por Gutierres Fernandes Siqueira

O pentecostalismo sempre foi exaltado por sua suposta superação da dicotomia "leigos versus clérigos". Bom, será que isso é de fato uma verdade? É exata a ideia que a hierarquia pouco conta nas relações dos trabalhos eclesiásticos nos meios carismáticos? Os pentecostais aboliram o clericalismo em nome de uma “democracia leiga”?

Seria leviano em um artigo sem pretensões acadêmicas e históricas contestar ou reafirmar essa tese. A minha proposta é bem mais modesta, pois a partir da minha experiência vejo que essa dicotomia é tão ou mais forte no pentecostalismo quanto em qualquer outro grupo protestante mais tradicional e no catolicismo romano.  

O título deste artigo é uma pergunta que ouço constantemente quando alguém me sonda para convites de pregações ou qualquer outra atividade que envolva a igreja.  Quando respondo negativamente vejo alguns declinando do convite. O fato de não ser pastor (ou ter qualquer outro cargo "importante") parece ser um impeditivo considerável.

A esposa do fundador das Assembleias de Deus, Frida Vingrer, por exemplo, sofria forte oposição na "democracia pentecostal" porque ensinava em convenções de pastores nas primeiras décadas do século 20. Ora, como alguém que não é oficialmente ordenado poderia ensinar? Independente da nossa posição sobre o ministério pastoral feminino, é inegável que alguns pastores não gostavam de ouvir conselhos e advertências de um leigo (principalmente de uma leiga) [1]. Ora, isso não é puro clericalismo?

Não estou advogando a ideia que toda a congregação deve ser envolvida em uma democracia literal, onde todos possuem voz de autoridade, ensino e aconselhamento. Longe disso, pois tal prática é simplesmente utópica, portanto, impossível e destruidora em uma aplicação direta. E também, nem todos tem algo a dizer, mas a questão é: restringiremos o falar e o debater somente aos clérigos?

É evidente que um “leigo” pode ser “clérigo” bem mais rápido em um igreja pentecostal, mas o “leigo” permanente parece tão restrito ao trabalho de ensino e pregação que em nada faz esquecer o catolicismo, por exemplo. Será que é mais uma influência da cultura romanista na Igreja Evangélica? Ou será algo da cultura nacional, ou seja, aquela fome pela hierarquia?

Notas:

[1] Aos mais animados para um debate polêmico: o texto não é sobre o ministério pastoral feminino, mas sobre o clericalismo.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

O Silas Malafaia do passado!


Lembram?

Por Gutierres Siqueira

Caros,

Quando escrevi o texto “Carta aberta para Silas Malafaia” (leia o texto aqui) eu lembrava, em parte, de uma entrevista que o referido pastor deu para a Revista Eclésia. Não lembro exatamente o ano, mas faz algum tempinho. Quando li essa entrevista ainda estava no começo da minha fé, mas me ajudou a repudiar, por exemplo, o movimento apostólico moderno. Infelizmente, aquela voz apologética virou água.

 

Veja, nessa entrevista, o que o Silas Malafaia pensava sobre diversos assuntos, enquanto hoje reproduz o que há de pior na Igreja Evangélica norte-americana e brasileira: 
 
Neopentecostalismo

O movimento neopentecostal, buscando identidade e afirmação, começou a buscar uma série de medidas de experimentação. O problema é que veio junto uma série de modismos de pataquada.

G12

Só faço uma pergunta: cadê o G12? Cadê a revolução que iriam fazer? Disseram que eu era profeta do diabo, me amaldiçoaram, rogaram praga, pintaram o caneco, cadê? Acabou o modismo. Só serviu para dividir e derrubar igrejas. Olha, eu recebi mais de 50 mil faxes e e-mails falando dos estragos do G12. O que mais teve foi crente perturbado, crente decepcionado porque descobriu que o Evangelho não é mágica. Talvez tenha sido uma das maiores perturbações que a Igreja Brasileira enfrentou na sua história.

Movimento Apostólico

Que unção de apóstolo? Tá, vamos lá. Primeiro, teria que ter visto Jesus. Mas vamos quebrar o galho, vamos deixar este aspecto de lado. Apóstolo é aquele que vem para a base, é o desbravador, o que estabelece a base da Igreja. E esses apóstolos que temos ai? Qual é a deles? É tudo pescador de aquário dos outros. Estão com a Igreja cheia de membros das Igrejas dos outros e ficam pregando em grandes centros. E tem outra coisa: se são apóstolos têm que entregar a direção de suas igrejas. O verdadeiro apóstolo é o que rompe, estabelece a igreja e vai embora. Ah, para com essa brincadeira. É uma insensatez, um modismo barato. Apóstolo no Brasil, é uma função hierárquica. O camarada era pastor, se intitulou bispo, depois tem que ter um titulo maior. Só falta querer ser vice-Deus, do jeito que vai.

Teologia da Prosperidade

A teologia da prosperidade, copiada do modelo americano é outro besteirol puro. Aquele modelo de super-homens espirituais que conquistam tudo, que oram e Deus abre as portas, que não podem ficar doentes, que não podem ser pobres. Esse modelo não é bíblico. Quero ver implantarem esse troço na Somália. Prosperidade a luz da Bíblia, é um conjunto de elementos. É repartir, é viver feliz e alegre com o que se tem. Não é apenas a questão financeira, como andam dizendo por ai.


 Quanta mudança (ou era tudo um teatro?)! Leia a entrevista completa aqui.

Alguns conselhos de homilética para pregadores pentecostais

Esse garoto assistiu alguns DVDs e olha no que deu!


 















Como vocês sabem, a homilética é a arte de pregar. Mesmo que algum fanático pregador estridente negue, todo pregoeiro segue determinadas normas e tradições. A questão é: elas são boas ou ruins? E qual o critério de uma boa pregação? Ora, certamente é a centralidade de Cristo, a máxima fidelidade na interpretação e a edificação da Igreja.

Bom, tenho alguns breves conselhos para meus amigos que são pregadores advindos de igrejas pentecostais. Eu, como pentecostal que sou, valorizo a minha tradição teológica, mas igualmente abomino suas idiossincrasias. O texto visa esclarecer que toda pregação, como já dito acima, deve ser focada em Cristo, além, é claro, deve visar a edificação da Igreja.

01. Pare de gritar!  
Esse é o conselho elementar. Nunca fale que Deus o está impulsionando para gritarias. Não há um único texto bíblico mostrando que o descontrole seja o propósito e a forma da pregação. Há pregadores que são simplesmente insuportáveis. Lembre que sons com vários decibéis são prejudiciais para a saúde, inclusive das inúmeras crianças e idosos que frequentam cultos evangélicos. Gritar é simplesmente usar um tom de voz alto. E eu pergunto: qual a eficácia de um timbre alto para a comunicação entre você e a comunidade cristã? Você não poderia falar com melhor entendimento com um som equilibrado?

Em determinados momentos usaremos uma voz mais alta para enfatizar determinada ideia, mas esse recurso é a exceção, e não a regra. E, também, é evidente que em momentos de louvor usaremos a ênfase para destacar a grandeza de Deus. Mas, igualmente, estamos falando de exceções.

02. Você não é locutor de radionovela da década de 1960. 
 Por que usar aquela “voz misteriosa”? E, também, você não é o Gil Gomes do “Aqui Agora”. Deixe esses personalismos para apresentadores sensacionalistas. Você está narrando um crime de folhetim mexicano ou expondo a Palavra de Deus?

03. Seja objetivo e não gaste meia hora falando da honra em pregar naquela igreja.  
Ora, tem coisa mais irritante do que esses pregadores que gastam minutos preciosos agradecendo o convite da igreja, exaltando o pastor local, falando como aquela igreja é bonita e ainda descrevendo um sentimento exultante ao se dirigir para o púlpito?

04. Pare de decorar pregação de DVDs para depois reproduzir besteiras no púlpito.
 Leia, estude, ore, estude, leia etc. e tal, mas não copie uma pregação do DVD. Eu já vi um pregador que imitava até a oração de um evangelista famoso. Sabe o pior? Quem imita pregação de DVD escolhe os piores e mais heréticos para se espelhar.

05. Respire normalmente.  
Como assim? Que conselho é esse? Ora, há vários pregadores pentecostais totalmente saudáveis que, enquanto pregam, usam de uma respiração ofegante. O motivo? Bom, a causa é a imitação dos ídolos de DVDs. E saiba que completar intervalos de respiração com “glórias a Deus” e “aleluias” é meramente um culto mecânico. 

06. Quando for pregar algum “sermão biográfico” não faça teatro da história já lida.  
Eu já cansei de ouvir pregações sobre Daniel na cova dos leões onde o pregador faz uma leitura do capítulo seis e depois repete a narração em cada detalhe e, pior, com dramatização. E a interpretação? E a aplicação? Qual o sentido do texto para o cristão de hoje? E a supremacia de Cristo na vida de Daniel? Bom, só ouvimos clichês como “Deus não nos livra da cova, mas nos salva na cova”! Já ouvi isso 1784 vezes de vários pregadores diferentes.!

É isso!

Por Gutierres Fernandes Siqueira

Esgotamento físico e mental em pastores

  A atual conjuntura tem exigido do pastor, tomadas de decisões que em outras épocas não eram cogitadas. A cada dia fica mais comum  em nossas igrejas termos que lidar com assuntos como: eutanásia, tratamento com células tronco, inseminação artificial, aconselhamento de casal com filhos siameses, violência, desigualdade social e outros.
O pastor desse mundo pós- moderno além de lidar com as questões já mencionadas e outras não listadas, ainda tem que desenvolver diversas habilidades. Para poder corresponder com as necessidades do homem moderno, segundo Donald Price em seu livro Conflitos e Questões Polêmicas na Igreja, a sociedade e igreja cobra do  pastor que ele tenha:  mente erudita, coração de criança e pele de rinoceronte.

   Amados sabemos que tais exigências não são possíveis, pois ninguém pode dar conta de tudo o tempo todo. Os desafios da atualidade têm gerado nos pastores desgastes que por sua vez podem ser somatizados trazendo consequências pessoais, familiares, financeiras, e para o reino. Tenho observado que existe um crescente número de pastores que vem desenvolvendo problemas de saúde devido o desgaste como cuidador ou demonstram a síndrome de Burnout ( descoberta na década de 70). 


Uma lenda dos índios Sioux


Conta uma lenda dos índios Sioux que, certa vez, Touro Bravo e Nuvem Azul chegaram de mãos dadas à tenda do velho feiticeiro da tribo e pediram:

__ Nós nos amamos e vamos nos casar. Mas nos amamos tanto que queremos um conselho que nos garanta ficar sempre juntos, que nos assegure estar um ao lado do outro até a morte. Há algo que possamos fazer?


E o velho, emocionado ao vê-los tão jovens, apaixonados e tão ansiosos por uma palavra, disse:



__ Há uma coisa a fazer, mas é uma tarefa muito difícil e sacrificada. Tu Nuvem Azul, deves escalar o monte ao norte da aldeia com apenas uma rede, caçar o falcão mais vigoroso e trazê-lo aqui, com vida, até o terceiro dia da lua cheia. E tu, Touro Bravo, deves escalar a montanha do trono; lá em cima encontrarás a mais brava de todas as águias. Somente com uma rede deverás apanhá-la, trazendo-a para mim viva!


Os jovens abraçaram-se com ternura e logo partiram para cumprir a missão. No dia estabelecido, na frente da tenda do feiticeiro, os dois esperavam com as aves. O velho tirou-as do saco e constatou que eram verdadeiramente os formosos exemplares dos animais que ele tinha pedido.

__ E agora, o que faremos? Os jovens perguntaram.

__ Peguem as aves e amarrem uma à outra pelos pés com essas fitas de couro. Quando estiverem amarradas, soltem-nas para que voem livres.


Eles fizeram o que lhes foi ordenado e soltaram os pássaros. A águia e o falcão tentaram voar, mas conseguiram apenas saltar pelo terreno. Minutos depois, irritadas pela impossibilidade de vôo, as aves arremessaram-se uma contra a outra, bicando-se até se machucar. Então o velho disse:

__ Jamais esqueçam o que estão vendo, esse é o meu conselho. Vocês são como a águia e o falcão. Se estiverem amarrados um ao outro, ainda que por amor, não só viverão arrastando-se como também, cedo ou tarde, começarão a machucar um ao outro. Se quiserem que o amor entre vocês perdure, voem juntos, mas jamais amarrados.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Posso aplicar este versículo em qualquer caso?

 
É preciso sempre bom senso antes de aplicar um versículo a uma determinada situação. Não é por algo estar na Bíblia que serve para qualquer situação. Sua dúvida está relacionada a uma irmã que não quis cobrir a cabeça por estar na presença de outras irmãs que não agem assim na denominação em que frequentam. Vamos ao versículo que citou: Rom 16:17-18 "E rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles. Porque os tais não servem a nosso Senhor Jesus Cristo, mas ao seu ventre; e com suaves palavras e lisonjas enganam os corações dos simples".

Paulo está falando aqui de hereges, pessoas que deliberadamente promovem divisões entre os irmãos querendo atrair discípulos após si. Este versículo está relacionado com Colossenses 2: "E digo isto, para que ninguém vos engane com palavras persuasivas... Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo" Cl 2:4-8.

Se Deus nos ama porque sofremos



segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Pregador Mercenário

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Seu sistema teológico deve lhe dizer como fazer exegese

A Teologia Sistemática olha para toda a Bíblia e tenta entender tudo aquilo que Deus fala sobre um determinado assunto (por exemplo: pecado, céu, anjos, justificação).
Exegese é aquilo que você faz quando olha para um único texto das Escrituras e tenta entender o que o autor – falando em uma cultura específica, endereçando uma audiência específica, escrevendo com um propósito específico – pretende comunicar.
Uma boa Teologia Sistemática estará ancorada em uma boa exegese. A soma do todo é tão verdadeira quanto cada uma das partes individuais. Nenhum cristão deve se interessar em construir um grande sistema teológico criado a partir de um entendimento superficial e distorcido de cada parte. Eu não conheço nenhum pastor ou erudito evangélico que discorda desses pontos.
Mas e o contrário? Todos nós sabemos que a exegese deve informar a teologia sistemática, mas o nosso sistema teológico deveria também informar nossa exegese? Alguns cristãos, especialmente estudiosos, tem argumentado que a melhor exegese é aquela completamente imparcial do ponto de vista teológico. Não podemos levar nossos conceitos teológicos para a Bíblia para não alterarmos o significado das Escrituras e impormos categorias anacrônicas ao texto. O pressuposto não dito (e às vezes dito) é que o tráfego entre a exegese e a teologia é de mão única. Acadêmicos fazem seu trabalho, e enquanto os teólogos prestarem atenção à exegese profissional, eles podem fazer o trabalho deles. Mas a tarefa da exegese, em geral implicitamente e algumas explicitamente dito, tem pouco a ganhar ouvindo os teólogos.
Essa insistência em fazer com que o caminho entre a exegese e a teologia seja uma rua de mão única é insustentável e não é sábia. Pastores, acadêmicos e intérpretes leigos fariam bem em prestar atenção ao conselho de Moisés Silva:

Como lidar com visitantes?


 Situações em que somos visitados por irmãos das denominações podem ser constrangedoras, mas nessas horas, independente do modo como agirmos, devemos investigar nosso coração e perguntar: "Estou agindo assim para agradar os irmãos visitantes?" ou "Estou agindo assim para agradar os irmãos com os quais tenho comunhão?". Podemos errar agindo tanto de um modo como do outro, porque em nenhum dos casos estamos fazendo aquilo para o Senhor, para Sua glória. "E, quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai... E tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor, e não aos homens"  Col_3:17-23.



De qualquer maneira, eu sei que as visitas de irmãos denominacionais em nossa casa, quando estamos apartados dos sistemas religiosos, podem ser realmente constrangedoras, e hoje é mais provável acontecer esse constrangimento com a visita de crentes do que de incrédulos. Quando temos visitas de incrédulos e explicamos a eles o costume da família - de ler a Bíblia ou orar ou cantar hinos - eles educadamente aceitam e ficam calados.

Onde estão os Joões Batistas?

Costumo acessar o “globo, ponto, com” para ver as notícias do dia. Quando começa a nova temporada da maior excrescência da TV brasileira, dá nojo de abrir tal site. Na verdade, todos os portais de notícias têm as suas seções de imoralidade, mas, quando chega a época do aludido programa, as fotos e imagens eróticas passam a aparecer logo no topo da página, como se fosse a notícia mais importante do nosso país.

Mas veja que incoerência: alguns pastores têm pressionado a TV Globo a produzir uma novela com heroína evangélica! Ora, não seria melhor protestar contra a programação imoral e “embbburrecedora” que essa emissora tem apresentado diariamente? Que consenso há entre a luz e as trevas? Querem esses pastores prenderem-se a um jugo desigual? A imoralidade não os incomoda, contanto que haja uma heroína evangélica em uma novela?


Por outro lado, há evangélicos que se irritam com os pastores e expoentes do Evangelho que protestam contra os programas imorais da TV brasileira. Dizem que é inútil fazer isso. E que os incomodados devem mudar de canal ou, simplesmente, não ter em sua casa o “aparelho maldito”. Respeito quem pensa assim, mas discordo desse pensamento.


Não se conformar com o mundo denota o quê? Qual é a abrangência do mandamento contido em Romanos 12.2: “não vos conformeis com este mundo”? Não significa ignorar as coisas mundanas, como se elas sequer existissem, e sim opor-se a influências filosóficas, atitudes, condutas, ações, comportamentos, etc. prevalecentes no mundo. 
Ainda que todos os cristãos rejeitassem a programação da TV brasileira, deveríamos protestar contra a imoralidade que ela propaga. Ou só devemos pregar contra o pecado quando somos incomodados por ele, diretamente?

Mesmo não usando drogas nem se prostituindo, o pregador do Evangelho pode e deve verberar contra esses males, alertando a todos quanto às consequências da prostituição e do consumo de drogas. Similarmente, a despeito de não apreciar, de modo geral, a programação imoral da TV brasileira aberta, tampouco assisti-la — exceto com olhar crítico —, ele tem a liberdade e o dever de protestar contra aquela.


Cristãos conformados afirmam: “Deixe a Globo em paz. Troque de canal”. Bem, se João Batista tivesse sido como eles, não teria repreendido Herodes. E também não teria perdido a cabeça... Herodes não estava incomodando João Batista, diretamente, com o seu pecado. Mas esse servo do Senhor, inconformado, resolveu verberar contra o adultério cometido por aquele, simplesmente porque estava consciente de que era um protestante.


Ainda que corram o risco de “perder a cabeça”, os pregadores que se prezam devem protestar contra o pecado e pregar o Evangelho com verdade. Ainda há Joões Batistas no evangelicalismo brasileiro? Onde eles estão? Levantem-se! Não se calem! Como diria o saudoso 
“João Batista norte-americano” — David Wilkerson —, “Toquem a trombeta”.

Ciro Sanches Zibordi

Silas Malafaia e a sua escola da fé

  Acomplanhamos um curso de formação de mão de obra evangélica
 
VEJA - SP
João Batista Jr.
 
 Malafaia em Águas de Lindoia: a organização do evento custou R$ 4 milhões (Foto: Mario Rodrigues )

Era início de tarde de uma terça-feira de dezembro quando um ônibus saiu da Igreja Evangélica Assembleia de Deus do Bom Retiro, localizada na Barra Funda, rumo a Águas de Lindoia. “Que Deus abra o caminho contra as ciladas do maligno”, anunciou o guia da excursão, antes de o veículo dar a partida. Na cidade do interior do estado ocorreria a quarta edição da Escola de Líderes da Associação Vitória em Cristo (Eslavec), um dos maiores cursos nacionais para a formação de pastores. 

Durante quatro dias, cerca de 5.000 alunos, vindos da capital paulista, do interior e de várias regiões do país, compareceram ao intensivão gospel, incluindo o repórter de VEJA SÃO PAULO, que pagou R$ 700,00 pela inscrição e não se identificou como jornalista na ocasião.

O criador e principal instrutor do evento é o religioso Silas Malafaia, presidente da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, que reúne 120 igrejas no Brasil. A entidade começou no Rio de Janeiro, onde mantém até hoje sua base. Está entre as prioridades atuais acelerar a expansão em São Paulo. Aqui, ele planeja abrir templo próprio em 2014 (por enquanto, Malafaia prega semanalmente na Assembleia de Deus do Bom Retiro, de Jabes Alencar) e mais de 250 outros endereços num prazo de dez anos.

Wesley Rebustini, de 28 anos
Cinco novas igrejas em 2013.

Foto: Mario Rodrigues
No trajeto de 180 quilômetros até Águas de Lindoia, foi possível começar a conhecer melhor o público variado atraído pela Eslavec. Havia pastores formados que encaravam a oportunidade como uma espécie de pós-graduação na área, muitos fiéis interessados em transformar a vocação num trabalho remunerado (Malafaia chega a pagar salários mensais de até R$ 22.000 aos maiores talentos) e alguns curiosos. 

Quase todos carregavam uma Bíblia na mão durante a viagem. A maioria dos rapazes vestia calça de tergal e camisa social, enquanto as mulheres trajavam saia jeans até a altura do tornozelo. Destoavam apenas uma bolsa Louis Vuitton no braço de uma senhora e um reluzente relógio Gucci no pulso de uma dona de casa, moradora do bairro de Higienópolis.

No caminho, um grupo se reuniu no fundo do ônibus para discutir assuntos variados. Celebraram a maior presença evangélica na programação da Rede Globo, comentaram o movimento homossexual (“É uma tirania, esse povo quer ter mais direitos que o resto da população”, afirmou um homem) e esconjuraram o Carnaval (“Uma grande tentação para os jovens”, definiu um senhor, sob os olhares de aprovação dos demais). Uma mulher aparentando cerca de 40 anos contou que quase perdera a oportunidade de estar ali devido a um acidente no qual rompeu o ligamento do pé direito. “Entrei no Google para aprender alguns exercícios de fisioterapia, ungi a região e agora estou nova”, explicou. O percurso de quase três horas ocorreu num clima de tranquilidade, quebrado apenas numa ocasião pelo grito de uma passageira. “Onde está o repelente, Senhor?”, dizia ela, incomodada com os mosquitos zunindo sobre sua cabeça. “Misericórdia, meu Jesus!”, bufava, enquanto desferia golpes no ar com um travesseiro.

Em Águas de Lindoia, essa turma e as demais foram divididas em dezesseis hotéis do município reservados exclusivamente aos evangélicos. No Casablanca, que hospedou o repórter de VEJA SÃO PAULO, com diárias a partir de R$ 208,00 fora do período do evento, o quarto era partilhado com outros três participantes, todos eles pastores (um de Mato Grosso do Sul, outro do Maranhão e o último do Pará). No frigobar, havia apenas água mineral e refrigerantes. Por ordem dos responsáveis pela Eslavec, bebidas alcoólicas são proibidas durante os dias do curso. 

Os organizadores investiram R$ 4 milhões para realizar o evento e distribuíram, de graça, 3.000 matrículas num sorteio promovido pelo site da igreja de Malafaia. Uma das contempladas, a paulistana Sarah Leitão, de 21 anos, diz ter recebido um chamado de Deus para ser pastora. “Minha hora vai chegar”, confiava ela.

Sarah Leitão, de 21 anos: “recebi um chamado de Deus para ser pastora” (Foto: Mario Rodrigues )

A apresentação de Malafaia abriu as atividades, realizadas num centro de convenções. Quando ele surgiu no palco, muitos levantaram seus smartphones e tablets para fazer fotos e vídeos. Malafaia concentrou sua fala nas qualidades essenciais a um bom líder. Entre elas, está a de sempre honrar o pacto de fidelidade à sua igreja de origem, numa alusão clara aos que deixam os templos levando junto parte do rebanho e do respectivo dízimo. “Temos de respeitar quem nos tirou a fralda no Evangelho”, afirmou, ganhando aplausos do público. 

Antes de cada palestra, uma espécie de supermercado da fé tomava conta do local, com anúncios de descontos em livros, DVDs e CDs evangélicos. “Você compra com cheques para trinta ou sessenta dias, revende ao pessoal da sua igreja e ainda ganha um cascalho”, sugeriu Malafaia.

Outros colegas deram prosseguimento aos trabalhos, enfatizando sempre as regras do ofício que consideram sagradas. Quando um pregador for designado para uma cidade distante da sua, por exemplo, deverá sempre comprar um imóvel para estabelecer raízes e não se sentir um exilado. “A população local vê essa atitude com bons olhos”, disse o pastor Silmar Coelho.

Adultério e prática homossexual são pecados imperdoáveis. Para deixar claro quanto a família é importante, a mulher do religioso deve estar sempre presente nas atividades e orações. “Ajuda a não dar margem a fofocas”, justificou Coelho, usando em seguida um exemplo pessoal para reforçar esse ponto de vista. “Quando minha esposa estava grávida, chegou a acompanhar meu culto, mesmo sofrendo graves dores nas costas”, relatou. Mais aplausos da plateia.

Num cercadinho onde só entravam convidados da organização, havia uma área vip para alguns estudantes, ocupada por pessoas como Sarah Sheeva, uma das filhas do casal de cantores Baby do Brasil e Pepeu Gomes. “Fui ungida pastora adjunta da minha igreja no Rio, a Celular Internacional, então não ganho salário e vivo da venda dos meus livros”, afirmou. As obras em questão são de literatura gospel — Onde Foi que Eu Errei, sobre a aflição dos pais que se perguntam por que os filhos foram para o caminho errado, e Defraudação Emocional, título de autoajuda para evitar tropeços na vida sentimental.

Sarah Sheeva: integrante da plateia vip (Foto: Mario Rodrigues )

Outra grande estrela da Eslavec foi o americano T.D. Jakes, da Potter’s House, de Dallas, uma das maiores igrejas evangélicas dos Estados Unidos. Em seu currículo, constam feitos como a realização do discurso de despedida no funeral da cantora Whitney Houston, em fevereiro de 2012. “Ele cobra US$ 300.000 por palestra, mas para mim fez por US$ 60.000”, contou Malafaia. A cada fala do americano, um negro forte e alto, o pastor Gidalti Alencar, baixo e mirrado, traduzia sua fala remedando seus gestos com as mãos. “Os jovens estão com a força e devem assumir a vocação que Deus lhes deu, conquistando fiéis com a palavra do Senhor”, pregou o bispo de Dallas. Numa de suas aulas, pediu aos alunos entre 18 e 25 anos que entoassem uma oração à meia-noite daquele dia. Aplicados, os aprendizes promoveram rezas, gritos e cantorias no horário combinado, fazendo com que os hotéis onde estavam hospedados tivessem um clima de rave de Jesus.

Nos últimos anos, os evangélicos vêm crescendo rapidamente no país. Só na cidade de São Paulo, os adeptos passaram de 1,6 milhão de pessoas, em 2000, para 2,5 milhões, em 2010, representando hoje 22% da população da metrópole. Com mais rebanho para cuidar, aumentou também a necessidade de acelerar a formação dos pastores. O evento da Eslavec é um exemplo do atual grau de profissionalização do negócio. “Temos muitos pastores em ação, mas poucos são verdadeiramente qualificados”, afirmou Malafaia.

Na capital, atuam aproximadamente 30.000 líderes da religião, segundo estimativa do Sindicato dos Ministros de Cultos Religiosos Evangélicos e Trabalhadores Assemelhados do Estado de São Paulo. Criada em 1999, a entidade surgiu com o objetivo de garantir os direitos trabalhistas da categoria. “Para não aumentarem seus custos, alguns donos de igrejas não remuneravam de forma adequada, e a Justiça demorou a aceitar que essa era uma profissão como as outras, com direitos e deveres da parte do empregador e do empregado”, explica José Lauro Coutinho, pastor da Assembleia de Deus e fundador do sindicato. Segundo seus cálculos, cerca de cinquenta evangelizadores moveram ações nos últimos dez anos cobrando dívidas e pedindo indenizações.

Valdemiro Santiago: parte do dízimo engorda a renda dos funcionários (Foto: Hélio Hilarião/Folhapress )

Atualmente, de modo geral, a política das principais igrejas é valorizar a mão de obra, protegendo-a da cobiça das concorrentes. Comuns no meio corporativo, as estratégias para reter talentos e premiar funcionários que cumprem metas de lucros foram incorporadas ao mundo neopentecostal por Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus. 

Nos anos 90, quando ela passava por um forte processo de expansão, Macedo criou um meio de supervisionar seus encarregados. Eles permaneciam, em média, de um a dois anos em um templo para evitar que saíssem para abrir a própria igreja, levando os fiéis.


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