Cinco Votos para Obter Poder Espiritual.

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quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

“Você é pastor?” Eis a questão clerical!


Por Gutierres Fernandes Siqueira

O pentecostalismo sempre foi exaltado por sua suposta superação da dicotomia "leigos versus clérigos". Bom, será que isso é de fato uma verdade? É exata a ideia que a hierarquia pouco conta nas relações dos trabalhos eclesiásticos nos meios carismáticos? Os pentecostais aboliram o clericalismo em nome de uma “democracia leiga”?

Seria leviano em um artigo sem pretensões acadêmicas e históricas contestar ou reafirmar essa tese. A minha proposta é bem mais modesta, pois a partir da minha experiência vejo que essa dicotomia é tão ou mais forte no pentecostalismo quanto em qualquer outro grupo protestante mais tradicional e no catolicismo romano.  

O título deste artigo é uma pergunta que ouço constantemente quando alguém me sonda para convites de pregações ou qualquer outra atividade que envolva a igreja.  Quando respondo negativamente vejo alguns declinando do convite. O fato de não ser pastor (ou ter qualquer outro cargo "importante") parece ser um impeditivo considerável.

A esposa do fundador das Assembleias de Deus, Frida Vingrer, por exemplo, sofria forte oposição na "democracia pentecostal" porque ensinava em convenções de pastores nas primeiras décadas do século 20. Ora, como alguém que não é oficialmente ordenado poderia ensinar? Independente da nossa posição sobre o ministério pastoral feminino, é inegável que alguns pastores não gostavam de ouvir conselhos e advertências de um leigo (principalmente de uma leiga) [1]. Ora, isso não é puro clericalismo?

Não estou advogando a ideia que toda a congregação deve ser envolvida em uma democracia literal, onde todos possuem voz de autoridade, ensino e aconselhamento. Longe disso, pois tal prática é simplesmente utópica, portanto, impossível e destruidora em uma aplicação direta. E também, nem todos tem algo a dizer, mas a questão é: restringiremos o falar e o debater somente aos clérigos?

É evidente que um “leigo” pode ser “clérigo” bem mais rápido em um igreja pentecostal, mas o “leigo” permanente parece tão restrito ao trabalho de ensino e pregação que em nada faz esquecer o catolicismo, por exemplo. Será que é mais uma influência da cultura romanista na Igreja Evangélica? Ou será algo da cultura nacional, ou seja, aquela fome pela hierarquia?

Notas:

[1] Aos mais animados para um debate polêmico: o texto não é sobre o ministério pastoral feminino, mas sobre o clericalismo.

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