Cinco Votos para Obter Poder Espiritual.

Primeiro - Trate Seriamente com o Pecado. Segundo - Não Seja Dono de Coisa Alguma. Terceiro - Nunca se Defenda. Quarto - Nunca Passe Adiante Algo que Prejudique Alguém. Quinto - Nunca Aceite Qualquer Glória. A.W. Tozer

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

O propósito final da graça de Deus



Por Abraham Booth

A graça de Deus é mais maravilhosa do que a graciosidade entre os seres humanos por causa dos assombrosos dons que ela proporciona a indignos pecadores. E o propósito final da graça de Deus é tão glorioso quanto a graça em si mesma. O propósito final de Deus é que os pecadores sejam levados, por fim, ao ditoso lugar de vida eterna com Ele. O céu é o último dom gracioso de Deus.

A Bíblia usa linguagem figurada para descrever a felicidade do céu. Ela fala de coroas, de tronos e de um reino. Fala de uma herança eterna a ser desfrutada pelos filhos de Deus. Fala de prazeres, para sempre, à mão direita de Deus.

Os crentes já têm um antegozo desta alegria. A fé é descrita como "a substância das coisas que se esperam" (Heb. 11:1). O crente tem vida eterna agora. Talvez as alegrias do mundo porvir são antecipadas mais claramente em certas ocasiões do que em outras, porém sempre serão sentidas, em alguma medida, em todos os tempos.

A felicidade futura dos crentes pode ser contemplada em dois estágios: primeiro, depois da morte e antes da ressurreição; segundo, depois da ressurreição e do juízo.

1. A alma do crente entra na glória imediatamente após a morte. Assim, para o crente, a morte é uma bênção! "Tudo é vosso", diz Paulo, "seja a vida, seja a morte" (I Cor. 3:21-22). A morte é o portal da glória. E, como Paulo diz em outro lugar, "desejamos antes deixar este corpo, para habitar com o Senhor" (II Cor. 5:8). Como Jesus disse ao ladrão moribundo: "Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso" (Luc. 23:43).

Cristo prometeu-lhe as alegrias do paraíso, tão logo lhe sobreviesse a morte.

Completamente libertados de toda a espécie de perturbações, os espíritos eternos dos santos alegram-se em estar com Cristo. Vêem Sua glória e Suas perfeições deslumbrantemente reveladas, as quais antes só entendiam obscuramente. Cultuam com reverente gratidão a graça que os levou até ali.

Não estão simplesmente olhando para o Senhor glorioso. O Senhor está solícito para com eles e alegra-Se com eles. Certamente podemos depreender isso do amistoso relacionamento, que Ele manteve com os Seus discípulos quando esteve aqui na terra. Ele agora está exaltado no céu e Sua amizade com Sua família na glória deve ser mais exaltada ainda. Os membros dela partilham da Sua glória, e isso deve aumentar ainda mais a admiração deles!

A capacidade do crente para apreciar as glórias da redenção advinda do Salvador será grandemente aumentada desde que o embotamento pecaminoso deste mundo tenha ficado para trás. Se Paulo com sua compreensão terrena pôde exclamar comovido, "O profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus" (Rom. 11.33), quão maior deve ser a maravilha experimentada pelas almas dos crentes no céu! Pois ali elas vêem as grandes riquezas de Deus sem nenhum impedimento em sua visão. Vêem o poder de Deus. Vêem o amor de Deus. Vêem — como nunca antes — o pleno sentido daquilo que Cristo fez para salvá-las. Vêem, no céu, a plena maravilha da graça de Deus para com elas, pecadoras indignas que eram. Que êxtase de regozijo! Que arrebatadas emoções!

Nem mesmo a visão da justiça divina, revelada no julgamento dos incrédulos, em nada diminuirá o seu prazer em Deus. Pois agora a santa vontade deles é tão completamente de acordo com a vontade de Deus que eles concordam plenamente com aquilo que Ele faz.

Se o rosto de Moisés brilhou depois que ele esteve face a face com Deus no monte Sinai, quão maior será o brilho que Deus comunicará àqueles que O vêem na glória. E vendo a Deus mais claramente significa que o seu amor para com Ele será ainda maior. Livres de todo egoísmo e orgulho e de todas as imperfeições físicas que distorcem o culto aqui na terra, os santos no céu, podem, como nunca antes, adorar a este Deus de toda graça.

2. Todavia, enquanto a experiência do céu é tão feliz para os espíritos "desvestidos", como temos descrito, esta felicidade é menor do que aquela que gozarão depois da ressurreição.

Na ressurreição os corpos dos crentes voltarão à vida e se reunirão a seus espíritos. Isso será uma alegria! Enquanto os corpos dos santos estiverem confinados à sepultura, o efeito do pecado não é de todo debelado. Mas, quando seus corpos voltarem à vida, inteiramente novos e sem pecado, e se unirem às almas sem pecado, então a vitória sobre o dano que o pecado causou será triunfantemente completa.

É parte fundamental da fé cristã que os mesmos corpos que morreram por causa do pecado, sejam trazidos à vida outra vez para demonstrar a vitória de Cristo sobre o pecado. Contudo, embora sejam os mesmos corpos, eles serão diferentes em natureza. Serão agora corpos incorruptíveis, gloriosos e cheios de poder; serão espirituais como o corpo de Cristo na ressurreição. Podemos nós imaginar o esplendor desse corpo? (I Cor. 15:42-44; I Io. 3:2).

Outra coisa que aumentará a felicidade dos crentes na ressurreição é o fato de que eles, então, serão publicamente absolvidos pelo Juiz de toda a terra. O Juiz é Cristo, seu amigo e Salvador. A justiça de Cristo os protege. O sangue de Cristo expiou os seus pecados. Quem pode condená-los?

E esta felicidade é para sempre. A herança deles está salvaguardada de qualquer inimigo. A coroa é imarcescível. O reino é eterno. A felicidade dos crentes é tão duradoura quanto o seu Deus, que de tal modo os favoreceu com Sua graça. E Deus é infinito!

Assim, foi a benigna misericórdia de Deus que primeiro concebeu o meio de salvação e escolheu os pecadores que deveriam recebê-la. Foi a bondosa decisão de Deus que perdoou, justificou, adotou e santificou Seus filhos. Foi o benigno favor de Deus que providenciou todas as bênçãos necessárias para nutrir e preservar a vida espiritual dos crentes. E, finalmente, é a graciosa disposição de Deus que abre o céu aos crentes como um lar eterno. A graça de Deus tem sido central do começo ao fim. Quando toda a história estiver terminada, que regozijo haverá no céu, "porque ele trará a primeira pedra com aclamações: Graça, graça a ela" (Zac. 4:7). E todos os anjos clamarão com alegria, também.


Que outras coisas aumentarão a felicidade dos crentes no céu? Não me aventuro a indagar. Não devemos nos entregar à imaginação curiosa. A coisa importante é sabermos que somos herdeiros desta alegria.

Leitor, que pensa você a respeito de tudo isto? Provavelmente você espera ir para o céu quando morrer. Seria isso um mero desejo ou uma bem fundada esperança? Por que você espera ser feliz quando muitos serão eternamente miseráveis? Somente aqueles que conhecem a graça de Deus na terra verão a Sua glória no céu. Você não pode ter genuína esperança do céu no futuro, se não tiver agora o amor pela santidade, pois o céu, caso você entrasse lá, não seria um lugar feliz para você! Se você não ama o céu, mas apenas têm medo do inferno, que a graça de Deus te liberte, pois agora és herdeiro da destruição. Se você deixar este mundo nessa condição, nela viverá eternamente.

Você é uma pessoa séria? Você baseia a tua esperança na tua seriedade? Uma pessoa pode ser zelosa para com Deus e, no entanto, perecer para sempre (Rom. 9:31-32). Se você ama verdadeiramente a tua alma, não fique na incerteza quanto ao teu futuro. Leia a tua Bíblia; ore para que o Espírito da verdade te dirija.

Você é um filho de Deus? Então busque fazer acelerado progresso na religião vital. Use todos os meios da graça. Mantenha regular comunhão com Deus. Guarde-se contra o pecado habitante (Rom. 7:17). Jamais se esqueça de que fora de Cristo e da graça de Deus você é uma criatura indigna e culpada. Comporte-se sempre de tal maneira que quando o Noivo celestial voltar, Ele possa encontrá-lo pronto.

Talvez agora tenhamos aprendido que o livre favor de Deus outorgado a nós na salvação pela graça, é um tema tão sublime que tudo o que poderia ser dito, ou escrito a respeito dele, estará bem aquém de um estudo completo. Sim! O assunto permanecerá inexaurível, mesmo na eternidade, pois as riquezas de Cristo são insondáveis e a graça de Deus é incomensurável.


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Fonte: The Reign of Grace
Tradução: Josemar Bessa
Via: Josemar Bessa
 

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