Cinco Votos para Obter Poder Espiritual.

Primeiro - Trate Seriamente com o Pecado. Segundo - Não Seja Dono de Coisa Alguma. Terceiro - Nunca se Defenda. Quarto - Nunca Passe Adiante Algo que Prejudique Alguém. Quinto - Nunca Aceite Qualquer Glória. A.W. Tozer

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Hebreus 6:4-6 Não Ensina Perda de Salvação" - Leandro Lima

 




Fonte: Canal do YouTube da Igreja Presbiteriana de Santo Amaro 



terça-feira, 8 de dezembro de 2015

O desserviço e a briga promovida pelas páginas do tipo "zueira" no Facebook










 
As Redes Sociais viraram um campo de batalha onde alguns em nome de suas percepções teológicas, resolveram promover dissenções, facções e desrespeito. Nessa perspectiva, tornou-se comum encontrar entre cristãos agressões "ad hominem", onde o achincalhe se faz presente. O triste disso tudo é que os defensores do deboche além de disseminarem o ódio, tem promovido mais rancor e divisão na já combalida igreja brasileira. 

Caro leitor, vamos combinar uma coisa? Você tem todo o direito de  discordar de arminianos e  de calvinistas, não é verdade? Todavia, você não tem o direito de ridicularizar aqueles que pensam diferente. 

Ora, como todos sabem eu sou calvinista. Creio nas doutrinas da graça. Acredito nos decretos do Eterno, creio em um Deus Soberano que governa tudo e todas as coisas! Creio na eleição incondicional dos santos, na depravação total, na graça irresistível, na expiação limitada e na perseverança dos santos. Entretanto, o fato de crer nisto não me torna inimigo ou adversário de irmãos em Cristo que pensam e creem diferentemente de mim, nem tampouco me concede o direito de "zoar" os que de mim divergem.  

À luz desse pressuposto penso que as páginas de "zoação" na internet tem produzido um "desserviço" a igreja brasileira é que do jeito que a coisa anda, não demorará muito para que os defensores da "zueira" tenham que responder judicialmente por seus achincalhes e desrespeito, o que com certeza será muito triste.

Na minha opinião essas páginas além de ferirem a unidade da igreja, revelam pelo menos três equívocos cometidos pelos seus articuladores, senão vejamos: 

1-)  Demonstram imaturidade espiritual, emocional e acadêmica, isto porque, seus interlocutores não sabem discutir doutrinas, sem permitir que a passionalidade conduza seus atos e atitudes.

2-) Demonstram infantilidade e meninice pelo fato de que os seus articuladores perdem tempo agredindo irmãos em Cristo,  quando deveriam JUNTOS, lutar pelo evangelho de Cristo

3-) Demonstram irresponsabilidade em "ferir a noiva", maculando a Igreja de Cristo com a criação de facções que com certeza nos fazem ruborizar de vergonha.

Que Deus tenha misericórdia da igreja brasileira, 

Renato Vargens

Via: Blog do autor. 



quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

A letra assassina e o ladrão destruidor: os perigos da superficialidade bíblica!

















Era pouco mais de 20 horas de uma sexta-feira chuvosa. Luizinho, recém convertido através do ENCONTRO com Deus” e com muita vontade de saber mais sobre a fé que lhe fora anunciada, chega para sua primeira aula na “escola de líderes” em uma grande igreja neopentecostal adepta ao G12.

Luizinho, muito empolgado e feliz por ter a oportunidade de aprender mais sobre a Bíblia, indaga ao professor:

– Estou louco para começar a estudar teologia com vocês, meus irmãos!

O professor, com ar de reprovação, responde:

– Luizinho, aqui nós não aprendemos teologia, pois você pode esfriar espiritualmente e desviar-se da fé, porque a Bíblia diz que a letra mata, mas o espírito vivifica.

Luizinho conferiu o versículo na Bíblia e convenceu-se do que o professor afirmou. A partir de então, não se preocupou em estudar a Bíblia a fundo, concentrando-se na "busca espiritual sobrenatural" e nos estudos dos manuais de estratégias G12, dos quais o transformou num produtivo multiplicador de células. Porém, depois de algum tempo não se teve mais notícias de Luizinho. Alguns dizem que o mesmo desviou-se da fé por não ter conseguido bater as metas de multiplicação, impostas pelo apóstolo líder da Igreja.

Outro dia, irmã Mariazinha dirigiu-se ao templo de sua Igreja para um círculo de oração, juntamente com o Pastor e demais irmãos. Logo, começaram uma oração forte pela restituição financeira. Mariazinha, de forma desesperada, pede uma oração ao Pastor afirmando que estava preocupada, pois além de desempregada, todo o dinheiro que ela tinha recebido de um acerto trabalhista havia se perdido em apenas um dia, gasto compulsivamente com roupas e eletrônicos. O Pastor, ao orar, proclamou:

– Satanás, devolva o dinheiro que você roubou da Mariazinha, em nome de Jesus!

– Pastor, então foi Satanás que roubou meu dinheiro? – de forma duvidosa a irmã pergunta.

– Claro irmã, você nunca leu, na Bíblia, que o diabo veio para roubar, matar e destruir? Está escrito lá em João 10:10 – responde o Pastor.

Essas são histórias fictícias, porém realísticas no sentido ilustrativo do que acontece em muitas igrejas. Trata-se de um dos maiores problemas enfrentados em muitas denominações brasileiras, principalmente neopentecostais: a falência da correta interpretação bíblica. Ou, se preferirem: a superficialidade bíblica!

Interpretar as Escrituras de maneira alegórica, pegando textos isolados de seus respectivos contextos, transformando-os em pretextos para justificar a espiritualidade mística particular, é o que podemos denominar de “neomisticismo herético”.[1] Trata-se de uma perniciosa prática de interpretação intuitiva que ignora totalmente a análiseteológica dos textos bíblicos, pois defende que o necessário para se ler a Bíblia é unicamente à oração e o jejum, posteriormente a iluminação do Espírito Santo virá sobre o texto como revelação. Em muitas igrejas contemporâneas, essa prática é defendida com afinco, embora não seja algo novo.

Esse método é errado e perigoso, pois ignora totalmente o entendimento correto dos textos bíblicos e exprime alegoricamente o significado segundo a interpretação particular de quem lê. Neste caso, a Bíblia deixa de ser a palavra de Deus para tornar-se palavra individual de quem interpreta, proporcionando assim as mais absurdas interpretações místicas.

Calvino defendia a hermenêutica “orare et labutare”, ou seja, a oração para buscar a iluminação do Espírito Santo, juntamente com o estudo diligente da Bíblia através do método gramático-histórico.[2] Para ilustrar esse método, Lutero empregou uma figura como exemplo: “um barco com dois remos, o remo da oração e o remo do estudo. Com um só destes remos, navega-se em círculo, perde-se o rumo, e corre-se o risco de não chegar a lugar algum.” [3]

Oração e estudo são princípios básicos fundamentais para compreender as Escrituras. Para tanto, você não precisa ser um exímio exegeta acadêmico, embora reconheça a grande importância do preparo teológico para todos. Em todo caso, para detectar os erros de interpretação bíblica, em primeira instância, basta analisar o contexto direto, ou seja, os versículos que precedem e os que seguem imediatamente nas passagens bíblicas.

O contexto imediato informa o verdadeiro entendimento consistente na passagem, bem como o pano de fundo em que o autor escreveu (tema, propósitos do autor, cenário histórico, tipo de literatura – parábola – poesia – apocalíptica – ensino, a quem foi escrito etc.). Deve-se levar em conta também o contexto amplo nas Escrituras (quais são as outras passagens na Bíblia que abordam sobre o mesmo assunto) e por último, caso seja necessário, incluir no estudo a identificação de termos chaves (palavras difíceis que necessitam de análise textual), nos quais um bom dicionário linguístico e uma concordância bíblica podem ajudar. Com estes importantes passos hermenêuticos, chegaremos ao correto entendimento bíblico.[4]

Depois dessa explicação básica, agora vamos pegar os exemplos das passagens bíblicas citadas no começo do artigo, para analisar o nível de gravidade que um texto mal interpretado pode ocasionar.

A primeira passagem citada de forma superficial é a segunda parte de 2Co 3:6, onde diz: "porque a letra mata, mas o espírito vivifica".

Conforme foi utilizado no caso fictício apresentado, muita gente cai no mesmo erro ao afirmar que a “letra” (o ensino teológico) “mata” a fé do crente, enquanto o “espírito” vivifica. Ou seja, o ensino teológico é amplamente marginalizado com essa afirmação, transformando-o em motivo para esfriamento de fé.

Neste caso, estaria o Apóstolo Paulo afirmando que o estudo das Escrituras seria um suicídio espiritual? Ou melhor: Estaria Paulo indo contra a sua própria erudição e conhecimento teológico, dos quais ele mesmo utilizou diversas vezes para pregar o evangelho (Atos 17, 18 e 19)?

Na verdade, o contexto direto desta passagem nos dá a resposta:

“3: Estando já manifestos como carta de Cristo, produzida pelo nosso ministério, escrita não com tinta, mas pelo Espírito do Deus vivente, não em tábuas de pedramas em tábuas de carne, isto é, nos corações. 4: E é por intermédio de Cristo que temos tal confiança em Deus; 5: não que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus, 6: o qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica. 7: E, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, se revestiu de glória, a ponto de os filhos de Israel não poderem fitar a face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, ainda que desvanecente, 8: como não será de maior glória o ministério do Espírito!” 
(2 Co 3:3-8, negrito acrescentado)

Após a leitura do contexto direto, não é difícil perceber que Paulo estava falando da superioridade da nova aliança sobre a antiga! A “letra” que o apóstolo fala não é o ensino teológico, mas sim uma alusão à lei mosaica (vs 3 e 7), na qual a mesma “mata” pelo fato da necessidade de obediência irrestrita, algo inalcançável, devido o peso de glória contraposto ao corrompido ser humano em pecado, trazendo assim morte espiritual (Gl 3:10). Porém, o espírito vivifica pelo ato de escrever a lei de Deus nas “placas de carne”, ou seja, em nossos corações (vs 3).

Portanto, essa passagem não dá qualquer margem de interpretação para afirmar uma condenação ao ensino teológico. Na verdade, é importante colocar o significado da palavra Teologia: no grego théos = Deus + logos = conhecimento.[5] A teologia, então, simplesmente é uma forma de se organizar o estudo sobre Deus, sobre os ensinos bíblicos. Em outras palavras, quando você estuda a Bíblia, você está fazendo teologia!

A segunda passagem interpretada de forma superficial é: “O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância.”(Jo 10.10)

Estaria Jesus afirmando nessa passagem que o ladrão que mata, rouba e destrói é Satanás? Embora eu reconheça que as intenções do adversário, de fato são essas, o contexto direto da passagem nos dá uma pista de quem é o “ladrão” que Jesus está se referindo, bem como no contexto amplo mostra com exatidão o sentido da metáfora de Jesus, vejamos:

“8:Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores; mas as ovelhas não lhes deram ouvido. 9: Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará, e sairá, e achará passagem. 10: O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância. 11: Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas. 12: O mercenário, que não é pastor, a quem não pertencem as ovelhas, vê vir o lobo, abandona as ovelhas e foge; então, o lobo as arrebata e dispersa. 13:O mercenário foge, porque é mercenário e não tem cuidado com as ovelhas. 14: Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim, 15: assim como o Pai me conhece a mim, e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas.” 
(Jo 10:8-15, negrito acrescentado)

Juntando todo o contexto da passagem, notamos que Jesus não está especificando alguém em particular como “ladrão supremo”. Mas direciona um conceito genérico para aqueles que tomam o bem alheio de forma indevida, mesmo que tal atitude inclua matar e destruir. Ao contrário da obra de Cristo que é trazer vida em abundância (leia-se vida espiritual, vida eterna), os "falsos mestres" agiam como verdadeiros ladrões mercenários. O mercenário que pastoreia as ovelhas para fins lucrativos, no primeiro momento de perigo as abandona (vs 12). Ele não tem genuíno cuidado para com as ovelhas, pois é falso pastor (vs 13), dessa maneira o rebanho torna-se presa fácil para lobos. O bom pastor conhece as suas ovelhas e dá a vida por elas (vs 15). Este era o foco metafórico de Jesus.


Enfim, após o breve exame das duas passagens que pegamos como exemplo, podemos ver o quanto uma interpretação alegórica pode prejudicar o correto entendimento bíblico.

Precisamos corrigir esse problema de maneira urgente. A Hermenêutica deve ser matéria obrigatória em todas as escolas bíblicas dominicais e grupos de estudos, pois se não interpretarmos a Bíblia de maneira correta, como vamos conhecer a vontade de Deus através de sua Palavra? Para tanto, precisamos de preparo adequado para compreender corretamente os ensinos bíblicos. Isso é obrigação de todos, principalmente das lideranças da Igreja.

Sola Scriptura!

Notas:

[1] - Terminologia utilizada pelo Rev. Augustus Nicodemos Lopes em seu blog: 
[2] - Para mais informações sobre o método Hermenêutico Gramático-Histórico, clique aqui!
[3] - Citado por Paulo R. B. Anglada em Hermenêutica Reformada das Escrituras. Fides Reformata 02/01/1997: <http://www.monergismo.com/textos/hermeneuticas/hermeneutica_anglada.htm>, acesso em 28/07/2012.
[4] – Para um melhor entendimento sobre como fazer uma hermenêutica correta, veja este excelente guiaclicando aqui!
[5] - Dicionário Bíblico Strong - Léxico Hebraico, Aramaico e Grego - SBB 2002, págs. 1401 e 1488.

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Autor: Ruy Marinho
Fonte: Bereianos


terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Falsos crentes










Via: Canal do Youtube Luz para o Caminho




sexta-feira, 27 de novembro de 2015

TIRE ESSE PESO DAS COSTAS

 


Por André Storck


Ultimamente tenho parado para observar quão difícil é ser um cristão em nossos dias. Não que isso seja uma novidade, pelo contrário, há muito tempo todo cristão que se preze sente na pele o peso advindo da natural repulsa que um viver de acordo com princípios bíblicos gera nas pessoas que se consideram independentes de Cristo.

Contudo, de uns tempos para cá a coisa tem piorado. Acontece que, como se não bastasse a perseguição por parte de uma sociedade avessa à ética cristã, o peso sobre os ombros dos fiéis tem sido aumentado pelos próprios líderes religiosos mal preparados e por falsos mestres.

As chamadas igrejas (ou seitas, como queiram) neopentecostais são as principais responsáveis por esse fenômeno, elas armam uma verdadeira equipe de guerra para cortar pela raiz qualquer iniciativa dos crentes no sentido de estudarem mais a fundo a Bíblia, o que os levaria -por definição - a se libertarem do julgo de superstições e mentiras. A tática do medo e da ameaça é a principal arma dos falsos profetas.

Os ensinamentos não bíblicos espalhados pregam mais ou menos o seguinte para os crentes mais simples que geralmente frequentam esses tipos de igrejas:

“Você deve obedecer tudo que o pastor mandar, você deve votar em quem o pastor mandar, você deve dar o dízimo e ofertas todo mês e você não pode beber álcool ou fumar.”

Esses mandamentos criados e impostos sobre as pessoas são logo seguidos da ameaça de medo e promessa de prosperidade:


“Se você fizer isso o diabo não poderá atacar a sua vida e você irá prosperar na saúde e financeiramente.”

É claro que as regras impostas não são de todo ruins. Isso porque existem pastores que são verdadeiros servos de Deus e buscam apascentar as ovelhas com amor e zelo. Há pastores honestos que não colocam o dinheiro em primeiro lugar, ao contrário, querem cuidar dos fiéis e honrar a Deus. Pastores que disciplinam de acordo com a Palavra as ovelhas que se desviam, sejam elas grandes dizimistas ou desempregadas. A esses homens devemos respeito e reverência.

O princípio bíblico do dízimo também é algo que - de fato - subsiste até os dias de hoje. Cada crente tem o dever de colaborar de bom grado para a manutenção da igreja. Como afirmou o apóstolo Paulo, cada um deve dar de acordo com o que proposto no coração, não por tristeza nem por necessidade, mas porque Deus ama a quem dá com alegria.

E, por fim, os malefícios do fumo em qualquer quantidade e também da ingestão de álcool de forma desregrada são conhecidos de todos. Ensinar a evitá-los ajuda tanto a saúde física quanto financeira dos fiéis.

Então o leitor deve estar se perguntando, onde está o erro? Onde está o peso extra colocado nas costas do povo de Deus?

O erro acontece, na chantagem e na contraproposta oferecida. Acontece quando a igreja começa a acrescentar deveres não prescritos na Bíblia e impô-los aos crentes de maneira muito parecida como fez e ainda faz a Igreja Católica. Acontece ainda quando fazem promessas não bíblicas que não se concretizam,  gerando decepção e levando os mais fracos a cair. Pecam ao colocar sobre as costas das pobres e exploradas ovelhas um peso que Jesus nunca recomendou.

Vejo com tristeza, por exemplo, o ensinamento não bíblico da ideia de “brechas”, segundo a qual o crente teria “poder” de dar autoridade para que o diabo atuasse sobre sua vida. Ora bolas, Deus não abriu mão de sua soberania. Pelo contrário, ele sabia que mesmo após a conversão nós ainda continuaríamos sujeitos a cair em tentação e pecar e, por isso, disse: “a minha Paz vos dou”. Ora a paz que Cristo dá é a certeza da salvação e de sua soberania “Todo o poder me foi dado”. É por isso que a paz de Jesus não é como a paz que o mundo dá, pois a paz do mundo só existe enquanto você seguir certinho todas as regras do mundo (e olhe lá). Por outro lado, a paz de Cristo permanece mesmo depois que você caiu e pecou, porque Ele sabe que isso acontecerá enquanto não formos para o céu. Cristo não perde o controle sobre sua vida depois que você peca. Daí que ele não nos deu a paz como o mundo a dá, ou seja, de forma condicionada. Ele disse em seguida “não se turbe o vosso coração, nem se atemorize”. Você só precisa se arrepender, confessar e voltar a Cristo depois de ter caído.

Mas muitas igrejas usam a tática do medo para manter os irmãos mais simples presos ali, dando o dízimo todo mês e votos nas eleições de dois em dois anos. Dizem: “Se você sair ou mudar de igreja, se você não votar em quem o pastor mandar, se você não der o dízimo dará “legalidade” ou abrirá “brecha” para o diabo entrar em sua vida e acabar com você e sua família”.

São vários os exemplos de ensinamento não bíblicos usados nessa tática do medo: “maldições adquiridas”, “caça a demônios territoriais”, “maldições hereditárias”, “mensagens subliminares” etc.
           
Os crentes que poderiam estar estudando a Bíblia, dando respostas sábias ao mundo, evangelizando, influenciando as artes, as músicas, influenciando no trabalho, nas escolas, na mídia e em muitos outros lugares ficam alienados vivendo com um terrível peso nas costas, um peso de medo e superstição. Vivem por aí "amarrando" demônios de imagens, pessoas e objetos, vivem procurando algum objeto “consagrado” em sua casa que pode estar dando “legalidade” ao inimigo. Veem demônios em tudo ao invés de reconhecer os próprios erros. Vivem correndo e tapando os ouvidos ao ouvirem músicas feitas por não crentes, vivem correndo de festas e confraternizações que tenham álcool, enquanto Jesus fazia o contrário.

Já vi cristãos que deixam de evangelizar porque acham que primeiro tem que “amarrar o demônio que está tapando o ouvido da pessoa”.

Irmãos que tarefas e pesos são esses que Cristo nunca colocou sobre nós? Que coisas são essas que alguns dizem que temos que fazer sem mostrar a base bíblica para tal? Que regrinhas são essas que nem Cristo, nem os profetas e nem os apóstolos seguiram?

Ide e pregai o evangelho, batizai e ensinai. O Espírito Santo se encarrega de convencer o coração e os anjos são os que lutam as batalhas espirituais.

Deus tem levantado em todo o Brasil milhares e milhares de cristãos que em contato com os estudos bíblicos da reforma protestante têm buscado novamente a pureza da igreja, uma igreja que viva somente de acordo com o que a Bíblia diz.  Esses verdadeiros profetas por certo serão perseguidos e terão um peso extra da discriminação dentro da própria igreja, pois o verdadeiro Evangelho liberta e tal libertação não diz respeito só à alma, mas mexe também com a própria estrutura de poder criada por muitos líderes que são voltados para o seu próprio umbigo e precisam do falso evangelho para manter o estipêndio ($).

Mas é nesse contexto que escrevo a todo irmãozinho e irmãzinha em Cristo, para que entreguem esse peso que falsos mestres colocaram sobre suas costas para Jesus, descansem na Paz que só o Senhor pode dar, confira tudo o que te dizem com o que está escrito na Bíblia e meditem nos singelos versos do nosso Mestre:

Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomais sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve. MATEUS 11:28-30.

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quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Corazim, Betsaida e o Molinismo

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Considere este post como uma (longa) nota ao meu post anteriorUM DOS TEXTOS PREFERIDOS DOS MOLINISTAS É MATEUS11:21-24, porque o mesmo indica (1) que existem contrafactuais verdadeiros de liberdade, isto é, verdades sobre o que as criaturas livres teriam feito em diferentes circunstâncias, e (2) que Deus sabe destes contrafactuais. No post anterior eu apontei que, apesar de (1) e (2) apoiarem o Molinismo quando confrontado com pontos de vista como o Teísmo Aberto, eles não o favorecem se comparado ao Agostinianismo, já que o mesmo também afirma (1) e (2). (O ponto onde o Molinismo e Agostinianismo divergem, pelo menos, filosoficamente, está no que diz respeito à natureza da liberdade da criatura e como o conhecimento de Deus sobre os contrafactuais da liberdade se relacionam com seu decreto eterno.)

Neste post eu quero destacar um comentário feito por Dan como incentivo a um exame mais detalhado de Mateus 11:21-24 e sua relevância para o debate entre molinistas e agostinianos. Dan escreveu:

Um dos clássicos “textos de prova” em favor do conhecimento médio também parece resistente a uma leitura agostiniana/calvinista e parece favorecer a liberdade não-determinista. Mateus 11:21 diz: “Ai de ti, Corazim! ai de ti, Betsaida! porque, se em Tiro e em Sidom fossem feitos os prodígios que em vós se fizeram, há muito que se teriam arrependido, com saco e com cinza”.
No calvinismo, a graça irresistível (também conhecida como “regeneração monergista” ou “chamado eficaz”) determina a conversão de tal forma que qualquer pessoa, dada a graça irresistível de Deus, não pode resistir e irá eventualmente se arrepender. Além disso, sem a graça irresistível, ninguém pode se converter devido a sua depravação.
Por esse versículo, sabemos que o povo de Corazim não se arrependeu, mas o povo de Tiro teria se arrependido se as mesmas obras tivessem sido feitas lá. Tiro era notoriamente pecaminosa, então a comparação tem como propósito envergonhar as pessoas de Corazim. Eles realmente tiveram uma grande oportunidade de se arrepender, logo, sua escolha de permanecer no pecado foi mais perversa do que a de Tiro. No entanto, no Calvinismo, Deus não deu ao povo de Corazin a única coisa que Ele sabia que poderia ativar e causar o arrependimento: a graça irresistível. Isso por si só é problemático!
Mas há um outro problema que diz respeito ao povo de Tiro. Nem as pessoas de Corazim nem as de Tiro se arrependeram. No calvinismo, poderíamos concluir com segurança que nenhum deles recebeu a graça irresistível, porque se tivessem recebido, eles se arrependeriam. Mas o versículo nos dá o contra-factual: o povo de Tiro teria se arrependido, se as mesmas obras fossem ali realizadas. Então, como é que Tiro poderia se arrepender sem a graça irresistível? No calvinismo, ficamos com a contradição de que a graça irresistível tanto é quanto não é uma condição necessária para o arrependimento.
Para evitar o problema, alguns podem dizer que o arrependimento não é verdadeiro arrependimento. Mas Cristo pregou sobre o verdadeiro arrependimento: arrependam-se pois o Reino de Deus está próximo! Ele nunca usa “arrependimento” como falso arrependimento e Ele sempre denuncia qualquer pretensão exterior de conversão e expõe qualquer auto-engano e falsa segurança. Além do mais, isso invalida (provavelmente inverte) o principal objetivo de Cristo de dizer as pessoas de Corazim que elas eram piores do que as de Tiro. É melhor recusar a ceia do Senhor do que participar de forma fingida, é melhor não saber o caminho da justiça do que conhecê-lo e sair dele, logo, é melhor viver em pecado aberto do que viver com um falso arrependimento. Portanto, se o arrependimento é um falso arrependimento, o povo de Corazim é melhor do que o de Tiro, porque eles evitaram um falso arrependimento. Mas isso é o oposto do que Cristo quer dizer.
A melhor solução parece ser negar a graça irresistível e dizer que o homem tem liberdade não-determinista em relação a resistir a graça de Deus.

Estas observações são certamente interessantes e merecem uma resposta. Mas, antes de entrar em detalhes, vamos considerar os detalhes do contexto em seus próprios termos:

Então começou ele a lançar em rosto às cidades onde se operou a maior parte dos seus prodígios o não se haverem arrependido, dizendo: Ai de ti, Corazim! ai de ti, Betsaida! porque, se em Tiro e em Sidom fossem feitos os prodígios que em vós se fizeram, há muito que se teriam arrependido, com saco e com cinza. Por isso eu vos digo que haverá menos rigor para Tiro e Sidom, no dia do juízo, do que para vós. E tu, Cafarnaum, que te ergues até ao céu, serás abatida até ao inferno; porque, se em Sodoma tivessem sido feitos os prodígios que em ti se operaram, teria ela permanecido até hoje.Eu vos digo, porém, que haverá menos rigor para os de Sodoma, no dia do juízo, do que para ti. (Mateus 11:20-24)

O texto nos diz explicitamente que o propósito de Jesus ao dizer estas palavras era “denunciar as cidades”, porque elas não se arrependeriam apesar de ter testemunhado muitos dos milagres que Jesus havia realizado. Eles tinham provas suficientes, mas recusaram reconhecer a autoridade de Jesus e desprezaram seu convite ao arrependimento. De forma mais específica, a denúncia de Jesus se dá com uma comparação com as antigas cidades notoriamente depravadas de Tiro, Sidom, e Sodoma.

Agora, será que essas declarações de Jesus apoiam as afirmações molinistas da forma que Dan nos está sugerindo? Em primeiro lugar, não é óbvio que devamos supor que Jesus esteja fazendo a afirmação contrafactual precisa que os molinistas assumem. Certamente Jesus está fazendo declarações assertivas aqui. Mas será que ele está realmente afirmando algo tão específico como uma verdade contrafactual literal sobre o que as pessoas dessas cidades antigas teriam feito se Jesus tivesse realizado os mesmos milagres diante deles? (Devemos notar, de passagem, que esse teria sido um possível mundo muito diferente deste!)

A questão que Jesus trata aqui é simplesmente que o povo de Corazim e Betsaida tinha um coração endurecido e que eles eram merecedores do Juízo por sua incapacidade de se arrepender; na verdade, eles foram ainda mais teimosos e culpáveis do que o povo de Tiro e Sidom. Esse ponto não implica por si só a precisa reivindicação contrafactual que Dan e outros molinistas assumem. A título de comparação, suponha que eu fosse repreender um dos meus filhos, dizendo: “Se eu lhe pedisse isso mil vezes, ainda assim você não faria o que lhe foi dito!”. Em face disso, essa afirmação tem a forma de um contrafactual de liberdade (se S estava na condição C, S faria/não faria A). Mas será que eu estou mesmo afirmando a proposição específica de que meu filho não faria o que eu havia pedido se ele realmente se encontrasse em circunstâncias em que eu lhe havia dito isso mil vezes (literalmente!)? Sugerir isso seria claramente interpretar excessivamente minhas palavras. Colocando em termos técnicos: essa interpretação acabaria perdendo o verdadeiro conteúdo proposicional da minha fala.

Naturalmente, o fato de que minha declaração não tinha o propósito de ser tomada de forma literal não significa que a proposição contrafactual seja falsa. A questão aqui é o significado da minha declaração (ou seja, qual proposição está expressando) ao invés de sua veracidade (ou seja, se a proposição expressa é realmente verdadeira). Ao fazer essa declaração, estou basicamente afirmando algo sobre a teimosia do meu filho. E o que estou afirmando é verdadeiro!

Da mesma forma, ao questionar se Jesus está realmente afirmando a proposição contrafactual que Dan assume que ele esteja, eu, enfativamente, não estou sugerindo que Jesus poderia afirmar algo falso. Ao contrário, estou sugerindo que a verdade que Ele está afirmando é muito mais simples: as pessoas de Corazim e Betsaida são teimosas e duras de coração (até mais do que o povo de Tiro e Sidon) e elas serão julgadas por isso. E essa verdade é tão consistente com a perspectiva agostiniana quanto com a perspectiva molinista.

A lição então é que os molinistas provavelmente colocam mais peso sobre este texto do que ele realmente contém. Quando prestamos atenção ao argumento que Jesus está fazendo, podemos ver que suas palavras não contém o tipo de vinculações filosóficas que apoiariam as reivindicações molinistas acerca dos contrafactuais de liberdade. Adaptando uma fala de Ludwig Wittgenstein: Os molinistas estão fazendo a “linguagem comum” de Jesus sair em férias.

Mas vamos supor que eu esteja errado sobre tudo isso. Vamos supor que Jesus realmente esteja afirmando proposições contrafactuais que Dan e outros molinistas acham que Ele esteja. Será que isso iria favorecer o Molinismo sobre o Agostinianismo, sabendo que este último rejeita a liberdade não-determinista e afirma a graça irresistível?

Uma questão importante diz respeito ao tipo de arrependimento tratado no versículo 21. Dan afirma que este deve ser “o verdadeiro arrependimento” ao invés de um “falso arrependimento”. Mas eu estou em dúvida sobre essa dicotomia simples. Parece-me que a Bíblia deixa espaço para um tipo de arrependimento que é genuíno até certo ponto (ou seja, não é totalmente sincero, não também não é um mero teatro) e ainda assim é não-salvífico (ou seja, fica aquém da verdadeira conversão espiritual). O arrependimento dos ninivitas no livro de Jonas pode muito bem ser um exemplo de tal arrependimento.

Se um arrependimento não-salvífico e limitado desse tipo está em vista no versículo 12, as questões que Dan levanta sobre a Depravação Total e a Graça Irresistível estão além da discussão. E isso não iria mudar em nada a denúncia que Cristo faz. Jesus, na realidade, estaria dizendo algo como: “Se os meus milagres tivessem sido feitos em Tiro e Sidom, eles teriam se arrependido [isto é, com um limitado arrependimento não-salvífico], mas vocês têm visto os milagres e não responderam a eles com nenhum tipo de arrependimento! “Tal leitura seria inteiramente consistente com a observação (correta) de Dan de que “o principal objetivo de Cristo era dizer que as pessoas de Corazim eram piores do que as de Tiro”.

Mas mais uma vez, vamos assumir a suposição de Dan para o bem do argumento, ou seja, vamos assumir que o arrependimento no versículo 21 deve ser arrependimento totalmente salvífico. Isso iria levantar um problema para o Agostinianismo/Calvinismo? Eu não penso assim, e vou explicar por que, em resposta ao argumento de Dan.

Dan observa que, na visão calvinista, nem o povo de Tiro nem o de Sidom, nem as pessoas de Corazim ou Betsaida haviam recebido a Graça Irresistível, porque se eles tivessem, teriam se arrependido. Isso é verdade: decorre da própria definição de Graça Irresistível. (Eu prefiro falar de “graça eficaz”, mas não vamos tergiversar sobre rótulos.) Dan assume ainda mais, no entanto, que, no cenário contrafactual em que Tiro e Sidom se arrependeriam em resposta às grandes obras, eles não haviam recebido a Graça Irresistível. Assim, ele conclui que o versículo 21 não se ajusta com aquilo que o calvinista alega (que ninguém pode se arrepender sem graça irresistível).

Mas esta suposição é injustificada. Na interpretação padrão de contrafactuais, precisamos considerar se o efeito do contrafactual (de Tiro e Sidom se arrependerem) é verdade no mais próximo mundo possível em que o fator antecedente (i.e., o povo de Tiro e Sidon ver as grandes obras) é verdade. Por tudo o que sabemos, o mais próximo mundo possível é aquele em que o povo de Tiro e Sidom recebem a Graça Irresistível. Certamente, Dan não nos deu nenhuma boa razão para excluir esta possibilidade. Tendo em conta que em uma visão compatibilista da liberdade, as livres escolhas de uma pessoa são determinadas não só por fatores internos a essa pessoa, mas também por fatores externos (ou seja, circunstâncias), e que podem haver relações causais complexas entre esses fatores internos e externos, seria difícil de refutar esta suposição. Deus trabalha fora seu decreto através de uma multiplicidade de meios inter-relacionados. Por que o mundo mais próximo possível em que Deus decreta que os milagres de Cristo seriam realizados em Tiro e Sidom não poderiam também ser um mundo onde Deus leva Tiro e Sidom ao arrependimento através de sua Graça Irresistível?

Com efeito, para levar a discussão um pouco mais adiante, por que os milagres não podem fazer parte dessa graça irresistível? (Créditos a Paul Manata por sugerir essa idéia). No coração da doutrina da graça irresistível está simplesmente a afirmação de que Deus tem poder para trazer qualquer pecador  espiritualmente morto que Ele escolhe para a salvação, de tal forma que eles vêm a Cristo livremente (ou seja, sem coerção; veja WCF 10.1). Mas Deus é livre para usar uma ampla variedade de meios (incluindo meios circunstanciais) para cumprir o seu chamado eficaz em diferentes pessoas, como a diversidade de testemunhos de conversão cristã ressalta. Não devemos pensar na Graça Irresistível como uma espécie de interruptor espiritual interno que Deus simplesmente pressiona a fim de levar alguém a conversão! Haverá sempre alguns meios que são centrais e universais entre as conversões genuínas, tais como a obra interna do Espírito Santo ao trazer convicção do pecado e a compreensão do evangelho. Mas os meios circunstanciais pelo qual Deus leva a fé e o arrependimento podem e, de fato, variam consideravelmente.

Tendo dito tudo isso, dentro de uma visão reformada da providência divina e do chamado eficaz, os pressupostos de Dan sobre o cenário contrafactual em que os povos de Tiro e Sidom se arrependeriam são injustificados. E, portanto, mesmo se admitirmos suas outras hipóteses (isto é, que Jesus está fazendo uma reivindicação contrafactual literal e precisa e que o arrependimento no versículo 21 deve ser um arrependimento salvífico), os pronunciamentos de Cristo em Mateus 11:21-24 não dão nenhum apoio adicional ao Molinismo se deparado contra o Agostinianismo/Calvinismo. Uma perspectiva calvinista e compatibilista pode acomodar estas declarações de Cristo tão bem como uma perspectiva molinista e libertária.

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Autor: James N. Anderson
Fonte: Analogical Thoughts 
Tradução: Erving Ximendes

Via: Bereianos 


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9 marcas de uma igreja doente

 

 Graças ao Mark Dever, muitos de nós passamos a conhecer bem as Nove Marcas de uma Igreja SaudávelEmbora elas nunca tenham tido a pretensão de ser a última palavra em tudo o que uma igreja deva ser ou fazer, as nove marcas têm sido úteis para lembrar os cristãos (e pastores em especial) de elementos necessários que sempre esquecemos em uma era concentrada no estilo.
 Em certo sentido, as nove marcas de uma igreja doente poderiam ser simplesmente o oposto de tudo aquilo que compõe uma igreja saudável, de maneira que uma igreja doente ignora a membresia, a disciplina, a pregação expositiva e todo o resto. Mas os sinais de doença na igreja nem sempre são tão óbvios. É possível que a sua igreja ensine e entenda todas as coisas certas e, ainda assim, seja um lugar terrivelmente doente. Sem dúvida há dezenas de indicadores que uma igreja se tornou disfuncional e enferma, mas limitemo-nos à nove.
Aqui vão nove marcas de que a sua igreja — mesmo uma que creia na Bíblia, pregue o evangelho e abrace uma boa eclesiologia — possa estar doente.

1) Quanto mais periférico o tópico do sermão, mais entusiasmadas as pessoas ficam. Uma das coisas que sempre adorei na nossa igreja é que os sermões que as pessoas mais amam são aqueles que lidam com os temas mais centrais da Bíblia. Elas amam ouvir a respeito do pecado e da salvação, sobre a glória de Deus, sobre a providência, sobre Cristo e a cruz. Não é que eles nunca ouçam (ou tenham aversão a) sermões sobre o fim dos tempos ou questões sociais ou mordomia financeira ou casamento ou paternidade e maternidade, mas elas parecem mais apaixonadas pelas mensagens que se concentram mais em culpa, graça e gratidão. Eu fico preocupado quando uma congregação se cansa de ouvir sobre a Trindade, a expiação, o novo nascimento ou a ressurreição e quer ouvir outra longa série sobre como lidar com o estresse ou as 70 semanas em Daniel.

2) Os funcionários da igreja não tem prazer em trabalhar. Todo trabalho tem seus altos e baixos. Todo ofício terá tensão de vez em quando. Mas a liderança deve observar quando os funcionários parecem mal-humorados, infelizes e têm que se arrastar para a igreja a cada dia. Os funcionários da sua igreja desfrutam da presença uns dos outros? Eles conversam entre si como amigos no salão da comunhão? Você os vê rindo juntos? Se não, pode haver estresse em andamento, ou conflito, ou algo pior.

3) O pastor e a sua esposa não se dão bem. Não estou falando das desavenças corriqueiras e dos períodos difíceis pelos quais todo casal passa. Estou falando de um casamento que esfriou e perdeu o amor, um relacionamento superficial e carente de paixão. Toda igreja deveria ter algum mecanismo preparado para perguntar ao pastor e à sua esposa como vai (ou não) o casamento. Igrejas podem sobreviver a muitos conflitos, mas raramente serão lugares felizes e saudáveis se o pastor e a sua esposa estão secreta ou abertamente infelizes e doentes.

4) Quase ninguém sabe para onde vai o dinheiro. Igrejas lidam com suas finanças de diferentes maneiras. Conforme as igrejas crescem, pode ser mais difícil (ou até insensato) que todos tenham voz na alocação de cada centavo. Ainda assim, quando se trata de finanças, exagerar para o lado da transparência raramente é uma má ideia. No mínimo, deve haver mais do que um pequeno grupo de pessoas que saiba (e tenha voz sobre) para onde vai o dinheiro. Não faça do salário do pastor uma questão de segurança nacional.

5) A equipe de liderança nunca muda ou sempre muda. Ambas as situações são sinais alarmantes. Por um lado, a igreja fica com um olhar muito limitado para si mesma quando nunca há sangue novo entre os líderes. Se os seus presbíteros, diáconos, líderes de comissão, líderes de pequenos grupos, professores de EBD, coordenadores e membros do grupo de louvor são os mesmos agora desde quando José Sarney foi Presidente da República, você tem um problema. Talvez os antigos líderes gostem do poder, talvez ninguém mais esteja sendo treinado, talvez sua igreja não tenha recebido ninguém novo em vinte anos. Todos esses são grandes problemas. Por outro lado, se os presbíteros nunca estão interessados em servir mais um termo e os funcionários nunca ficam por mais do que dois anos, a cultura da sua igreja pode ser muito confinada, muito cheia de conflito ou muito impiedosa para com erros honestos.

6) Ninguém jamais é levantado da igreja para o ministério pastoral ou é enviado da igreja ao serviço missionário. Boa pregação inspira homens jovens a pregar. Clareza sobre o evangelho empolga homens e mulheres a compartilhar o evangelho com aqueles que não o ouviram. Igrejas menores podem não enviar obreiros todo ano, mas a congregação que quase nunca produz pastores e missionários quase nunca é uma igreja saudável.

7) Existe uma lentidão exacerbada na tomada de decisões. Isso pode ser culpa da congregação. Alguns membros insistem em aprovar cada decisão, desde contratação de funcionários, a duração do culto e a cor do carpete. Se todos têm que votar em cada decisão, a sua igreja nunca será maior que o número de pessoas informadas que podem votar em cada decisão (que é um número bem pequeno). Essa lentidão pode ser culpa do pastor. Em algumas igrejas nada acontece sem a aprovação pessoal do pastor e sua direta supervisão — uma receita certeira para guerras territoriais, crescimento atrofiado, e afastamento de líderes talentosos.

8) A pregação se torna errática. Isso pode ter muitas formas. Talvez o pastor não compartilhe mais o púlpito com outros membros e o ocasional convidado de fora. Talvez o oposto esteja acontecendo, e o pastor pareça estar chamando substitutos mais frequentemente do que o contrário. Talvez a pregação tenha se tornado mais virulenta, ou sempre martele no mesmo tema, ou mostre sinais de pouca preparação. Talvez você tenha notado que o pregador está contando mais com vídeos ou esboços que não são de sua autoria, ou constantemente reutiliza material de poucos anos atrás. Ninguém quer que a pregação seja enfadonha. Alguma variação deve ser esperada e bem vinda. Mas preste atenção se o pregador parece doutrinariamente instável, irritável ou exausto.


9) Há problemas que todos conhecem, mas ninguém conversa abertamente a respeito. Igrejas doentes muitas vezes têm uma grande regra tácita: a pessoa que menciona os nossos problemas é que tem problema. Pode ser um pastor que não sabe pregar, um organista que nunca fica para ouvir o sermão, um presbítero que dizem que está em um relacionamento ilícito, um diretor de juventude que não tem jeito para falar com crianças, um funcionário que não se dá com ninguém, um líder que que lidera por ordens e intimidação. O melhor é que muitos problemas sejam tratados em secreto e discretamente, mas isso não é desculpa para fazer vista grossa para o que todos podem ver claramente. Falar sobre aquilo que todos conhecem é, muitas vezes, o primeiro passo para tirar do problema o seu poder incapacitante.

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Via : Voltemos ao Evangelho 

Por: Kevin DeYoung. © 2015 The Gospel Coalition. Original: 9 Marks of an Unhealthy Church. Tradução: Alan Cristie. Revisão: Vinícius Musselman Pimentel. © 2014 Ministério Fiel. Todos os direitos reservados.  Website: MinisterioFiel.com.br. Original: 9 marcas de uma igreja doente.



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