Cinco Votos para Obter Poder Espiritual.

Primeiro - Trate Seriamente com o Pecado. Segundo - Não Seja Dono de Coisa Alguma. Terceiro - Nunca se Defenda. Quarto - Nunca Passe Adiante Algo que Prejudique Alguém. Quinto - Nunca Aceite Qualquer Glória. A.W. Tozer

sexta-feira, 29 de maio de 2015

O que a Bíblia diz sobre nascer gay?

 


Essa é uma questão complicada e muito dela depende do que nós queremos dizer com essa frase. Assim, vamos lidar com a pessoa que diz “eu nasci gay” e que afirma que houve alguma causa genética para sua atração por pessoas do mesmo sexo. Eu responderia que nós podemos examinar a literatura científica mais recente, que não apoia com muita força essa conclusão. Na verdade, o discurso oficial das principais associações psiquiátricas ou psicológicas dirá que nós não sabemos ainda de uma causa definitiva e que é provavelmente uma mistura de inato e adquirido. Assim, quaisquer relatos sobre um suposto “gene gay” são grandemente exagerados. Essa é uma coisa nós poderíamos dizer.

Nós poderíamos ir um pouco além e dizer: “Bem, talvez haja questões de química no cérebro ou há conexões em nós que tornariam as pessoas mais pré-dispostas a serem atraídas por pessoas do mesmo sexo”. Mas, mesmo isso não prova tanto quanto poderíamos pensar, pois temos visto estudos que sugerem que pessoas têm uma pré-disposição ao alcoolismo. Ou nós sabemos que se os homens têm níveis mais altos de testosterona eles podem ser mais ambiciosos, mais atléticos, mais propensos à promiscuidade, talvez mais propensos à irritação. Assim, há todo tipo de maneira de entender nossos corpos. E nós não desejamos um tipo de determinismo biológico que diz: “Como eu ajo e como me sinto é apenas produto dos meus genes, da minha química, ou algum tipo de ligação neural no cérebro”.
Assim, existe essa maneira de responder a questão. E há a pessoa que diz “Eu nasci gay” e talvez queira dizer “Eu tenho esses desejos por pessoas do mesmo sexo e eu não escolhi conscientemente eles. Eu não acordei um dia e pensei: ‘eu quero ser atraído por pessoas do mesmo sexo’”. Na verdade, talvez elas tenham orado, batalhado e buscado uma maneira de mudar esses desejos.

A essas pessoas eu quero dizer que é verdade que normalmente esses desejos vêm espontaneamente. Eles não são conscientemente escolhidos. E, embora nós possamos precisar nos arrepender de desejos desordenados, aquilo com o qual a Bíblia parece estar mais preocupada é que nós não desejemos em nossos corações e não ajamos com base nesses desejos.

Por fim, a última coisa que devemos dizer é que não importa como alguns de nós nasçam, a ênfase da Bíblia é que podemos nascer de novo de uma maneira diferente. Com certeza, há um pouco de verdade em dizer que só podemos ser quem somos. Isso é um pouco de boa teologia cristã. Porém, o que geralmente falta nessa equação é que nós temos uma nova identidade em Cristo, o que significa que nós somos novas criações, isto é, que agimos como “pequenos Cristos”. E, assim, toda a nossa identidade é remodelada e renascida, e quem nós somos e o que fazemos será inteiramente novo. Isso pode significar para algumas pessoas novos desejos por pessoas do sexo oposto e, para outras que batalham com a atração pelo mesmo sexo, pode significar um longo compromisso de vida ao celibato e mortificação da carne, e seguir a Cristo independentemente do custo.
Traduzido por Josaías Jr | Reforma21.org | Original aqui

                            

quinta-feira, 28 de maio de 2015

“EM DEFESA DO ARMINIANISMO”: UMA AVALIAÇÃO



  

 
  Em linhas gerais, o texto “Em defesa do arminianismo” (publicado na revista Obreiro Aprovado Ano 36, nº 68) é bom. O autor, o pastor assembleiano Silas Daniel, acerta ao distinguir entre o calvinismo (denominado no texto de “compatibilista”) e o hipercalvinismo (que, suponho, seja o que o autor chama de “calvinismo fatalista”). E ele também acerta ao tratar o primeiro como uma interpretação cristã legítima, e o segundo como um erro sério que precisa ser rejeitado. E sugere algumas boas razões para o ressurgimento da fé reformada no Brasil (prevalência do pelagianismo em muitos púlpitos, críticas caricaturais ao calvinismo e a superficialidade neopentecostal). Ao fim do artigo, o autor fala em tons fortes e vigorosos da graça salvífica oferecida pela fé em Cristo, de forma bíblica. Então, o tom irênico do autor é bom e saudável.

Na tradição batista onde fui criado (fundamentalista e pietista, com alguma abertura à teologia liberal), o calvinismo ainda é tolamente tratado por alguns como uma “heresia perniciosa” (para usar as palavras do autor), muitas vezes assim rotulado ao lado de G12, “guerra espiritual” e outras esquisitices presentes no cenário evangélico brasileiro. Então, o tom adotado pelo pastor Silas em seu ensaio é um avanço importante no debate. E deve-se afirmar claramente, junto com o autor: o arminianismo não é pelagianismo, apesar desta posição ter prevalecido e ainda ser a visão religiosa de muito pregadores e mestres evangélicos no Brasil, que têm como modelo Charles Finney; mas, dependendo de que autor se lê (já que uma das poucas confissões de fé arminianas representativas são os “Artigos da religião”, revisados por John Wesley), esta tradição pode ser considerada semipelagiana ou semiagostiniana (mencionados, mas não definidos no texto).

Posto isso, o texto tem vários e sérios problemas, no campo da teologia e da história do pensamento cristão. Sobre o uso da Escritura, os versículos bíblicos são tratados como textos-prova. Não há sugestão de exegese ou de estudo léxico das palavras-chave, ou mesmo referências ao lugar das passagens na teologia bíblica. Isso fica evidente, por exemplo, na interpretação do autor da expressão “aos que dantes conheceu” (Rm 8.29), reduzida a mera previsão geral divina (ao interpretar 1Pe 1.2). Também não são indicados comentários bíblicos para suplementar as pressuposições do autor. Simplesmente presume-se que os ensinos arminianos são auto-evidentes nos versículos bíblicos citados. Há muito tempo atrás fui arminiano, e usei muitos daqueles versículos que o autor citou para “provar” o arminianismo e atacar o calvinismo. Mas, para cada texto bíblico citado há uma interpretação, por assim dizer, “calvinista”, que é muito mais coerente e consistente com o texto bíblico em si, o livro onde este está inserido e o contexto global da Escritura – e o leitor pode ir aos comentários de Agostinho, Martinho Lutero e João Calvino, ou aos de D. A. Carson, Douglas Moo, Donald Guthrie, F. F. Bruce e John Murray, para conferir a exegese das passagens-chave desta controvérsia.

Pelo menos, o autor reconhece as várias tensões (e, por que não, as contradições) presentes na teologia arminiana, como ao tratar da presciência divina e do alcance da expiação: em outras palavras, o problema posto é: se Deus já sabia quem receberia a Cristo, por que este precisaria morrer por todos? Ou quando trata do significado da palavra “mundo”, sem levar em conta o significado da propiciação realizada por Cristo (ao citar 1Jo 2.2 como texto-prova da expiação geral). E quando admite algum tipo de predestinação (“sim, ele predetermina muitas coisas, mas não tudo”) ao mesmo tempo que, ao pressupor que Deus previu antes de predestinar, não trata de uma pergunta crucial, isto é, quem criou o que Deus previu?

Também há vários problemas no campo da teologia histórica. Trato apenas dos principais. Diferente do que o autor afirma, quase todos os grandes teólogos medievais criam na predestinação, seguindo em maior ou menor grau o que Agostinho ensinou no século V: Próspero, Gottschalk, Anselmo, Bernardo, Bradwardine, Tomás de Kémpis e Tomás de Aquino (cf. S. Th: I, q. 23, a. 1, a. 2, a. 4, a. 7, a. 8; I-IIae, q. 117, a. 5; II-IIae, q. 174; III, q. 24, a. 1, a. 3). Os pré-reformadores Jan Hus e John Wycliffe também afirmaram o ensino da predestinação em moldes agostinianos. Um detalhe que chama a atenção é que ainda que Agostinho seja citado, sua compreensão sobre a predestinação e a graça não é oferecida no texto.

O mais surpreendente é quando o autor afirma que Lutero abrandou a posição afirmada em seu tratado “Da vontade cativa”, e que passou a crer na possibilidade de se cair da graça (lendo erroneamente os Artigos de Esmacalde III.42-45, que, na verdade, refutava distorções anabatistas). Ao tratar de uma mudança de ênfase na teologia de Lutero, ele cita Herman Bavinck como fonte, mas não mencionou que este autor também afirmou que Lutero “nunca reverteu sua posição sobre predestinação”, e que os “verdadeiros luteranos” rejeitaram o sinergismo de Filipe Melanchthon (“Teologia Sistemática”, v. 2, p. 364).

Obviamente, há diferenças significativas entre os teólogos cristãos, e mesmo entre teólogos da tradição reformada. Por isso, um bom ponto de partida para tratar de temas teológicos controversos é começar com o que afirmam as confissões de fé que resumem as posições das tradições professadas, e não com as posições de teólogos, por mais importantes que estes sejam (por exemplo, nem todos os teólogos reformados ficam satisfeitos com a afirmação da CFW VI.1, de que Deus determinou permitir o primeiro pecado, mas esta confissão, e não a opinião dos teólogos, representa a posição reformada/puritana).

Sobre a participação dos arminianos no Sínodo de Dort – que talvez seja o mais importante concílio protestante já ocorrido – é necessário deixar claro que estes não foram vítimas inocentes do poder do Estado ou dos calvinistas, como o autor parece opinar. Como John de Witt afirmou: “Os arminianos (...) utilizaram de toda engenhosidade para evitarem qualquer declaração [clara de seus ensinamentos] (...), exigiram que fosse seguida sua própria pauta de assuntos em lugar da do Sínodo, praticaram evasivas táticas de retardamento e obstruções (...) e rejeitaram a autoridade do Sínodo em julgá-los; isto a despeito do fato de ser legalmente um Sínodo da Igreja em que ocupavam cargos, à qual confessavam pertencer, e a cuja disciplina estavam obrigados a se submeter em virtude de suas ordenanças e votos!” (cf. O Sínodo de Dort”, em Jornal Os Puritanos [Ano 3 nº 2, Março/Abril 1995], p. 27-30) E, como o pastor Silas reconhece, “os seguidores de Arminius na Holanda acabaram, com o passar do tempo, se afastando progressivamente do pensamento original de seu mentor”, rejeitando doutrinas como o pecado original, a expiação substitutiva e penal e até mesmo a divindade de Cristo, tornando-se, como nota o autor corretamente, “liberais em teologia”.

Quando trata da controvérsia arminiana do século XVIII, o autor (apoiando-se em uma única fonte secundária) poderia ter colocado toda a polêmica em contexto, o que seria muito instrutivo para nós, hoje. Em meados de 1740, houve um confronto entre Wesley e George Whitefield; o primeiro supunha, erroneamente, que a doutrina da predestinação poderia conduzir ao antinominianismo. Mas a leitura dos escritos puritanos, por parte de Wesley, conduziu-o a uma reavaliação desta posição e, com isso, alcançou-se um acordo entre ambos os lados, o que permitiu uma cooperação na pregação do evangelho, já que nos temas centrais (pecado original, justificação pela fé e santificação) havia acordo. Mas a contenda reiniciou-se em meados de 1770, por causa não da doutrina da predestinação, mas do ensino da justificação – o suíço John Fletcher (Jean de la Fléchère), colega de John Wesley, começou a negar a doutrina da imputação da justiça de Cristo ao fiel. Em síntese, ele afirmou que a justificação requereria santificação pessoal e não a fé somente (cf. “Fourth Check to Antinomianism”). Nesta altura, Wesley vacilou na defesa desta doutrina importantíssima para a fé evangélica. O contundente texto de Augustus Toplady, “Arminianismo: o caminho para Roma”, foi escrito nesta época – e em resposta a uma distorção da doutrina bíblica da justificação pela graça, recebida mediante a fé somente, com todas as implicações doutrinais e devocionais daí decorrentes. Richard Watson, talvez o mais habilidoso teólogo metodista, escreveu no século XIX, sobre Fletcher: “Embora muito admirado entre os wesleyanos, suas doutrinas não são admitidas como norma” (cf. Iain H. Murray, “Wesley and Men Who Followed”). E, diferente da perspectiva do autor, de que “o arminianismo ergueu-se vitorioso” da controvérsia, os metodistas arminianos saíram da igreja episcopal, que, na época, ainda era majoritariamente calvinista, para fundar um dos ramos do metodismo, e do qual se originou os movimentos de santidade (o outro ramo, seguidor do calvinismo, era o metodismo galês, e se tornou presbiteriano, e não congregacional, como afirmou o autor).

O estudo da história do pensamento cristão é muito importante. Mas, no fim, o que irá decidir toda discussão no âmbito da fé é a Escritura, que é “o juiz supremo, pelo qual todas as controvérsias religiosas têm de ser determinadas, e por quem serão examinados todos os decretos de concílios, todas as opiniões dos antigos escritores, todas as doutrinas de homens e opiniões particulares, o juiz supremo, em cuja sentença nos devemos firmar, não pode ser outro senão o Espírito Santo falando na Escritura” (CFW I.10). Portanto, o que conta é o que a Escritura ensina. Que ela seja estudada por meio de “exegese, exegese e mais exegese”, sempre em dependência do Espírito Santo. Pois devemos nos apegar somente e fielmente à Palavra de Deus, revelada nas Escrituras somente.


Via: pagina do Facebook de Franklin Ferreira

 

Sobre o Livre Arbítrio













                                      

quarta-feira, 27 de maio de 2015

As teses de satanás









                                   

Um sinal claro de maturidade cristã




Acredito que todos nós sabemos que, como cristãos, estamos destinados a crescer e amadurecer. Nós iniciamos na fé como crianças e precisamos nos desenvolver até sermos adultos. Os autores do Novo Testamento insistem que todos nós devemos fazer esta transição, do leite para a carne, da mesa das crianças para os jantares de adulto. E apesar de estarmos cientes que devemos passar por este processo de amadurecimento, muitos de nós tendem a medir maturidade de formas erradas. Somos facilmente enganados. Eu acho que isso é especialmente verdade em uma tradição como a Reformada, que (com razão) coloca uma forte ênfase no ensino e nos fatos da fé.


Quando Paulo escreveu a Timóteo, ele fala sobre a natureza e propósito da Bíblia: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (2 Timóteo 3.16-17). A palavra perfeito está relacionada à maturidade. Paulo diz que Timóteo, e por extensão eu e você, somos incompletos, inacabados e imaturos. A Bíblia é o meio que Deus usa para nos finalizar e completar, trazendo-nos à maturidade.


Mas o que significa ser um Cristão maduro? Penso que tendemos a acreditar que os Cristãos maduros são aqueles que sabem um monte de coisas sobre a Bíblia. Cristãos maduros são aqueles que têm sua teologia de cor e salteado. Mas veja o que Paulo diz: “A fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra”. Paulo não diz: “A fim de que o homem de Deus seja perfeito e conhecedor da Bíblia de trás para frente”, ou “Afim de que o homem de Deus seja perfeito e capaz de explicar e definir o supralapsarianismo versus o infralapsarianismo.” Ele não diz: “Afim de que o homem de Deus seja perfeito e capaz de prover um esboço estruturado de cada uma das epístolas de Paulo.” Todas essas coisas são boas, mas elas não são a ênfase de Paulo. Elas podem ser sinais de maturidade, mas também podem mascarar imaturidade.


Quando Paulo fala sobre perfeição e maturidade, ele aponta para ações, para atitudes, para “toda boa obra”. A Bíblia tem o poder de nos amadurecer, e conforme nos comprometemos a leitura, compreensão e obediência, necessariamente crescemos na fé. Essa maturidade é mais evidenciada nas boas obras que fazemos do que no conhecimento que recitamos. E isso é exatamente o que Deus quer de nós – que sejamos maduros e benfeitores amadurecidos que se deleitam em fazer o bem para os outros. Essa ênfase em boas obras é um tema significante no Novo Testamento (veja Efésios 2.10, Tito 2.14, etc) e a própria razão pela qual Deus nos salvou.


Isso significa que maturidade espiritual é melhor evidenciada em atos do que em fatos. Você pode saber tudo que existe sobre teologia, você pode ser uma teologia sistemática ambulante, você pode gastar uma vida inteira ensinando outros em um seminário, e mesmo assim ser completamente imaturo. Você irá permanecer sendo imaturo se aquele conhecimento que você acumulou não te motiva a fazer o bem para os outros. Os Cristão maduros são aqueles que glorificam à Deus fazendo o bem para os outros, que externalizam seu conhecimento em boas obras.


É claro que fatos e ações tem relação entre si, de modo que isto não é um apelo para negligenciar a leitura, o estudo e o entendimento da Bíblia. De modo nenhum! Quanto mais você conhece da Bíblia, mais você pode ensinar, reprovar, corrigir e treinar a si mesmo de uma forma que modele suas ações a te incentivar a fazer as melhores obras da melhor forma pela melhor razão. Mais conhecimento de Deus através de sua Palavra deveria conduzir a um maior e melhor serviço aos outros.


Mas, no fim das contas, Cristo viveu e morreu para “remir-nos de toda iniquidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras” (Tito 2.14). Conhecimento de Deus e sua Palavra é bom. Conhecimento de Deus e sua Palavra manifestado externamente, fazendo aquilo que beneficie outros – não há nada que glorifique mais a Deus que isso.

Traduzido por André Carvalho | Reforma21.org | Original aqui

                                           

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