Cinco Votos para Obter Poder Espiritual.

Primeiro - Trate Seriamente com o Pecado. Segundo - Não Seja Dono de Coisa Alguma. Terceiro - Nunca se Defenda. Quarto - Nunca Passe Adiante Algo que Prejudique Alguém. Quinto - Nunca Aceite Qualquer Glória. A.W. Tozer

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Crente que tem promessa não morre?


















Escrevi recentemente um artigo denominado
“Coisas que a Bíblia não diz”, por meio do qual refuto clichês como “Crente que tem promessa não morre”. Alguns internautas não gostaram, e outros dizem que esse controverso chavão tem apoio bíblico. Exponho abaixo a argumentação do irmão Flávio Silva (sem revisão gramatical e estilística), acompanhada de minha resposta.

"Graça e Paz, irmão Ciro. Meu nome é Flavio Silva.
Caro irmão Ciro, referente ao texto acima onde o Sr, diz que essa afirmação ("Crente que tem promessa não morre") não é verdade usando os versiculos 13 e 39 de Hebreus, discordo parcialmente da sua afirmação. Segue abaixo o que penso acerca disso
Pois no caso do versiculo 39 o autor fala da promessa dada a Israel sobre a vinda do messias que é Jesus, não é uma promessa pessoal, no caso do versiculo 13 são promessas para as gerações futuras de Israel.
Podemos ver varias. Assim como a promessa do arrebatamento da Igreja.
Creio e tenho certeza que crente que possui promessas de Deus para sua vida não morrerá sem que veja o cumprimento, assim como foi Prometido a Simeão que veria o Cristo antes de Morrer Lc 2:26.
Concluindo:
Quando temos promessas para vida pessoal, nao morreremos sem ve-las se cumprir.
Quando a promessa é referente a igreja ou a minha posteridade essa poderei ou não morrer sem que veja cumprir".

Caro irmão Flávio Silva, a paz do Senhor.

Meu nome é Ciro Sanches Zibordi (risos). Quanto à sua afirmação de que "Crente que tem promessa não morre", gostaria de dizer-lhe, antes de tudo, que é temerário valorizarmos chavões ditos por animadores de auditórios, geralmente acostumados a falar o que querem, irresponsavelmente, a platéias que os aplaudem, não refletindo sobre o que ouvem (cf. At 17.11).

O irmão aparenta ser sincero, disposto a conhecer a verdade, e não alguém interessado em me testar, como alguns que freqüentam este blog. Por isso, vou dedicar alguns minutos ao seu comentário...

Primeiro, reafirmo que empreguei o texto de Hebreus 11 conscientemente, e não de forma impensada. Citei-o por convicção, haja vista considerá-lo claro quanto à refutação do clichê em apreço.

É óbvio que o tal chavão não resiste a uma exegese. Isto é, se o analisarmos à luz da analogia geral das Escrituras, considerando todos os aspectos que envolvem as promessas de Deus, como a condicionalidade de boa parte delas, não há como sustentar a falaciosa tese nele contida.

O Senhor Jesus não é obrigado a cumprir todas as promessas que as pessoas julgam ter recebido dEle. E usar o tal bordão como uma segurança de que não morreremos enquanto as tais "promessas" não se cumprirem é uma atitude que vai de encontro (e não ao encontro) de textos como 1 Pedro 2.11 e Tiago 4.13-17. Estes não deixam dúvidas quanto a podermos partir para a eternidade a qualquer momento.

Qual é o crente que não julga ter promessas, hoje? Eu tenho promessas, mas não me valho delas para me considerar imortal. Estou preparado para encontrar com o Senhor Jesus, seja na sua Vinda, seja por meio da morte, a qualquer momento. Os dois pastores que morreram no acidente com o vôo da TAM, há alguns meses, tinham inúmeras promessas...

Basta um pouco de bom senso, para se perceber que o tal clichê, apesar de parecer bíblico, torce a Palavra de Deus, levando o crente a pensar que é invencível. Quando acontece uma tragédia de grandes dimensões envolvendo servos de Deus, e centenas deles morrem, isso significa que nenhum deles tinha promessas pessoais?! Um avião não cairá se houver nele um crente que julga ter uma promessa pessoal?

Caro irmão, pense biblicamente; raciocine, mas não se esqueça de que a Bíblia é a nossa fonte máxima de autoridade, a nossa regra de fé, de prática e de vida. O seu simplismo me deixou preocupado, pois, quando resolvemos refutar um pensamento, temos de ter a
Bíblia ao nosso lado, e não o nosso raciocínio, baseado em algumas passagens isoladas. 
É preciso ter em mente toda a verdade contida nas Escrituras.

É claro que as verdadeiras promessas de Deus se cumprem, como no caso de Simeão, mas não se esqueça da condicionalidade de muitas delas, pois nem todas são de caráter imperativo. A promessa de Lucas 24.49 (coletiva) só foi recebida por quase 120, mas foi dada a mais de 500, pelo menos. Promessas pessoais também não se cumprem devido a fatores outros, como o mencionado em Eclesiastes 7.17.

Muito melhor do que apegar-se ao tal bordão é firmar-se na promessa de Apocalipse 22.20, que inclui a última oração da Bíblia: "Ora, vem, Senhor Jesus". E esta só pode ser feita por quem verdadeiramente está preparado, confiando nas promessas contidas em 1 Tessalonicenses 4.16-18 e 2 Timóteo 4.8.

Melhor do que firmar-se em um bordão simplista e irresponsável é estar preparado para partir para a eternidade a qualquer momento, como Paulo, que, ao receber uma profecia de Ágabo, disse que estava pronto até para morrer!

O clichê em apreço, por conseguinte, leva o crente a esquecer-se das coisas de cima (Cl 3.1,2), fazendo-o pensar que é um super-herói. Pedro, quando estava na prisão (At 12), sabia que morreria velho, pois Jesus lhe revelara isso (Jo 21). Contudo, a sua vida demonstra que ele não se firmava nisso; antes, estava pronto a morrer a qualquer momento pela causa do evangelho.

Bem, vou parar por aqui, mas o aconselho a firmar-se na Palavra, e não em frases de efeito, usadas por animadores de auditório que não têm compromisso com as Sagradas Escrituras.

Para saber mais sobre essa pergunta, leia o livro Mais Erros que os Pregadores Devem Evitar, a ser lançado pela CPAD.

Respeitosamente,

Ciro Sanches Zibordi


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