Cinco Votos para Obter Poder Espiritual.

Primeiro - Trate Seriamente com o Pecado. Segundo - Não Seja Dono de Coisa Alguma. Terceiro - Nunca se Defenda. Quarto - Nunca Passe Adiante Algo que Prejudique Alguém. Quinto - Nunca Aceite Qualquer Glória. A.W. Tozer

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

SOU CONTRA PASTORA EM NOSSA DENOMINAÇÃO... ME RESPEITA?

 
Me parece que anda cada vez mais difícil ser contra a alguma coisa em nosso meio evangélico. Entre os pastores, a partir de "listas de discussão" tudo parece ser muito monolítico, a opinião frágil da maioria rouba de cena os "senões" de uma minoria. Quer ver um exemplo: a questão das pastoras no meio batista!

Para você que não faz parte de nossa denominação e está por fora dessa discussão, vou tentar lhe situar: o fato é que já temos no Brasil pouco mais de uma centena de mulheres que foram consagradas "pastoras" em suas igrejas, e uma discussão bastante atual é se elas poderão fazer parte de nosso órgão de classe, que denominamos "Ordem dos Pastores Batistas do Brasil". Só ai já há um contrassenso, se são "Pastores Batistas do Brasil", agora terá de ser: "Pastores e Pastoras do Brasil", uma vez que um grupo conseguiu acesso à instituição por conta de uma deliberação truncada em uma das Assembleias da Ordem.

O fato é que não se discute a autonomia de uma igreja batista local de consagrar quem quer que deseja para o ministério pastoral, isso é assunto passivo. O que se quer trazer à baila é que, como a igreja não consagra nenhum ministro (ou agora, "ministra") para si mesma, mas sim para a denominação, logo a irmã que é investida do título pastoral tem de ter todos os direitos e deveres dos outros, por uma questão de, digamos, isonomia. Então, eu pergunto: agora, pertencer a Ordem é uma questão de forma apenas, logo, o que se tem a fazer?

Mas, o que não pode ser deixado de considerar é que estamos como Batistas quebrando o princípio do governo da igreja estar biblicamente resignado aos homens, isso em textos clássicos de Atos 20.28; I Timóteo 3.2; 5.17; Hebreus 13.7; além de nossa "Declaração Doutrinária" que aborda termos no masculino para as atribuições relacionadas ao governo da igreja (o negrito é meu):

XI- Ministério da Palavra
Todos os crentes foram chamados por Deus para a salvação, para o serviço cristão, para testemunhar de Jesus Cristo e promover o seu reino, na medida dos talentos e dos dons concedidos pelo Espírito Santo.1 Entretanto, Deus escolhe, chama e separa certos homens, de maneira especial para o serviço distinto, definido e singular do ministério da sua Palavra.2 O pregador da Palavra é um porta-voz de Deus entre os homens.3 Cabe-lhe missão semelhante àquela realizada pelos profetas do Velho Testamento e pelos apóstolos do Novo Testamento, tendo o próprio Jesus como exemplo e padrão supremo.4 A obra do porta-voz de Deus tem finalidade dupla: a de proclamar as Boas Novas aos perdidos e a de apascentar os salvos.5 Quando um homem convertido dá evidências de ter sido chamado e separado por Deus para esse ministério, e de possuir as qualificações estipuladas nas Escrituras para o seu exercício, cabe à igreja local a responsabilidade de separá-lo, formal e publicamente, em reconhecimento da vocação divina já existente e verificada em sua experiência cristã.6 Esse ato solene de consagração é consumado quando os membros de um presbitério ou concílio de pastores, convocados pela igreja, impõe as mãos sobre o vocacionado.7 O ministro da Palavra deve dedicar-se totalmente à obra para a qual foi chamado, dependendo em tudo do próprio Deus.8 O pregador do Evangelho deve viver do Evangelho.9 Às igrejas cabe a responsabilidade de cuidar e sustentar adequada e dignamente seus pastores.10
1 Mt 28.19,20; At 1.8; Rm 1.6,7; 8.28-30; Ef 4.1,4; 2Tm 1.9; Hb 9.15; 1Pe 1.15; Ap 17.14
2 Mc 3.13,14; Lc 1.2; At 6.1-4; 13.2,3; 26.16-18; Rm 1.1; 1Co 12.28; 2Co 2.17; Gl 1.15-17
3 Ex 4.11,12; Is 6.5-9; Jr 1.5-10; At 20.24-28
4 At 26.19,20; Jo 13.12-15; Ef 4.11-17
5 Mt 28.19,20; Jo 21.15-17; At 20.24-28; 1Co 1.21; Ef 4.12-16
6 At 13.1-3; 1Tm 3.1-7
7 At 13.3; 1Tm 4.14
8 At 6.1-4; 1Tm 4.11-16; 2Tm 2.3,4; 4.2,5; 1Pe 5.1-3
9 Mt 10.9,10; Lc 10.7; 1Co 9.13,14; 1Tm 5.17,18
10 2Co 8.1-7; Gl 6.6; Fp 4.14-18

Mas, me parece que tudo isso é negado com a decisão de algumas igrejas em consagrar mulheres ao ministério da Palavra. Logo, só tenho a lamentar, mas pelo quadro que vivemos, essa é uma causa perdida. Algumas soluções que eu vejo:

(1) Convivermos com esse "erro hermenêutico", mas pelo bem da causa de Deus mantermos nossa cooperação como Batistas e persistirmos na proclamação do evangelho para a salvação de milhões de pessoas no mundo que carecem de Jesus, e deixarmos que questões como essas, sejam de somenos importância;

(2) Pressionarmos nossa OPBB para que, mesmo com a inclusão das mulheres no seu rol, sejam feitos fóruns para o esclarecimento de que essa posição não representa a totalidade do pensamento batista, pois a Bíblia e a nossa Declaração tem sido sacrificada no "altar da modernidade e do politicamente correto";

(3) Orarmos por misericórdia à nossa Denominação e insistirmos no respeito mútuo. Embora eu respeite e considere minhas irmãs "pastoras", jamais as chamarei por este título!

É o que eu penso.

A porta de saída da depressão

A oração muda o foco do seu pensamento




João Cruzué

Quando você passa por problemas difíceis e continuados se não tomar muito cuidado pode entrar num "corredor da morte" e pensar quem não há uma saída. Em minhas mensagens sempre faço referências aos 11 anos que passei desempregado. Sei de outras pessoas, que passaram e estão passando por graves problemas de saúde, perdas familiares, dívidas, traições, assuntos sentimentais e outros. Pode ser que você, neste exato momento, esteja bem no meio  de um furacão. Eu pensei que seria muito egoísmo de minha parte, não compartilhar, aqui, minhas experiências com a oração, a ajuda do Senhor Jesus e falar sobre as atitudes que tomei para enfrentar aqueles difíceis anos no alto de uma grave depressão. Há sim, uma porta de saída.

Durante a depressão, o que você pensa é o que determina a qualidade do seu dia. Como, de fato eu não sei, mas a sua mente pode ser um depósito de pensamentos ruins. Você não se dá conta, e acha que todo pensamento é seu. Mas nem todos eles são. Lembro-me de quando saía de casa para caminhar e orar um pouco, e algumas vezes eu estava com uma tristeza tão imensa, como se um pesado fardo estivesse em minhas costas.
Eu enfrentei este mal trabalhando em duas frentes: uma no plano espiritual e outra no plano físico. Quanto a este último, eu, como desempregado, podia caminhar todo dia, ou quase todo dia, pelo menos durante uma hora. O que deve ser feito em cada plano não pode ser negligenciado. Não adianta orar o dia inteiro, se o exercício físico - uma boa caminhada - não está em seus planos. Por outro lado, não adianta ser um recordista em maratona se isto de nada influi no plano espiritual. A oração e o exercício físico; você fazendo a sua parte, Deus vai cuidar das impossibilidades. E já que não tem mais o que falar sobre o plano físico, vamos continuar no plano espiritual - o mais importante.




Então pela graça de Deus, eu comecei a observar com atenção meus próprios pensamentos. Mesmo ainda sem experiência, dizia para mim mesmo: " Jesus há de me tirar desse buraco. Eu vou voltar a trabalhar e vou ter paz e ser feliz de novo. Dois minutos depois, não é que eu começava a pensar nessas possibilidades e assim vencia a provação do dia? Era uma luta constante, todo dia.

Quando você põe um vigia à porta da sua mente, para observar seus próprios pensamentos, você pode atacar uma das fontes do problema que é maligna. Com cristão, eu creio na Bíblia Sagrada como a Palavra escrita de Deus. E na Bíblia, a mente é também chamada de "coração e no livro de Provérbios. Lá está escrito: " Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração porque dele procede as saídas da vida." (Provérbios 4:23)

Uma coisa, muito importante você precisa saber: há muitas pessoas que estão passando pelo mesmo problema. Outras passam problemas bem maiores. Portanto você não está sozinho nisso. Faz parte do cotidiano. E como eu dizia antes, é importante vigiar os próprios pensamentos, quem sabe a origem de sua depressão é apenas um montinho de areia que diante de seus olhos parece uma grande montanha? Analise bem isto comparando com o que você ouve e lê.
Se você já é cristão, vou lembrar deste versículo: "Sujeitai-vos, pois, a Deus; resisti ao diabo, e ele fugirá de vós." É o que está escrito na Carta de Tiago, 4:7. Uma forma de sujeição a Deus é através da oração. Ele ensinou bater, e bater, e continuar batendo. Insistindo. Recomeçando. Teimando.

Quando eu orava, conseguia mudar os sentimentos do meu coração. A tristeza ia saindo como a escuridão da noite, quando vem a manhã.
Orar, aqui, não se trata de repetir "Pai Nossos" nem "Ave Marias", estou falando de um conversa franca e sincera com Deus. Como um namoro. Só a oração pode fazer o milagre de mudar nossos sentimentos, pois, quando você ora, você traz a presença de Deus para perto e afugenta os pensamentos de origem maligna. A propósito, você já aceitou Jesus, como Senhor da sua vida? Se é um crente afastado, já buscou uma reconciliação? Enquanto alguma sujeira estiver em nosso coração, ela vai impedir que nossa oração suba até o Trono da Graça, onde está Deus.


Certa vez, recebi a carta de um jovem presidiário, contando sobre seus dias no "Piranhão" de Taubaté. Após ter cometido um crime hediondo, ele foi jogado lá. E todo dia ele acordava com uma enorme dor de cabeça. E com um pensamento insistente, uma voz que dizia: "Você já fez isso e aquilo, envergonhou seus pais e seus vizinhos; seus amigos não gostam mais de você; de fato você não presta e não deve mais viver. Por que não se mata?
Todo dia era a mesma pressão. E a fonte era maligna.

De vez em quando ele punha um lençol no pescoço, subia na cadeira, amarrava o lençol em algum lugar alto, e quando dava por si, estava a um passo do suicídio. Ele contou que, nos piores momentos, antes de tentar se matar, ele se lembrava dos tempos de criança, dos momentos em que passeava com o pai andando pela feira comendo pastéis. Aí, os pensamentos de procedência maligna se quebrava, ele voltava a si , descia da cadeira e desatava o nó do lençol no pescoço.

Há um sábio provérbio que diz "A mente vazia é oficina do diabo".

A oração muda o foco do seu pensamento. Mas tem outra coisa tão boa quanto.

Na carta de Tiago está escrito: "Sujeitai-vos, pois, a Deus". Sujeitar-se não é apenas orar, quer dizer fazer aquilo que Deus aprova e deixar de fazer o que não o agrada. A oração pode levar você até a presença de Deus ou fazer você sentir a paz de espírito. Deus tem um desejo intenso de nos abençoar, mas espera que de nossa parte também haja uma reconciliação por meio de Jesus, para que ele possa responder nossas orações e nos orientar.
Quando a vontade de Deus domina sobre nossa vontade, a depressão não tem mais sustentação. Nossos olhos são abertos e podemos ver dezenas de saídas. É por isso que o texto completo escrito na Carta de Tiago é: "Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vos.

"E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus".Romanos 12:2. É uma seqüência de degraus para cima: boa, agradável e perfeita. Nos últimos anos de provações, 2001 a 2003, o Senhor orientou-me quanto ao que fazer para realizar Sua vontade. O carteiro veio e colocou uma carta de um preso no meu portão. Por que eu sabia que aquilo era da parte de Deus? Porque o destinatário da carta tinha os dizeres de um carimbo para folhetos que eu havia perdido há seis anos. Imagine você recebendo a resposta de uma coisa feita seis anos atrás? A probabilidade é muito pequena, não acha?

"Lança o teu pão sobre as águas, pois, depois de muitos dias o acharás" Ao manusear e entender o conteúdo daquela carta, o Espírito Santo, naquele momento, lembrou-me esse versículo acima de 11 de Eclesiastes. É por isso que afirmo: nossos pensamentos podem ter três fontes diferentes: a nossa, a maligna e a Divina. E foi seguindo a voz do Espírito que por dois anos e meio nos ocupamos com um dos melhores trabalhos que Deus nos orientou a fazer, que era de recolher literatura cristã usada, e pelo correio, entregá-la em caixas para grupos de cristãos dentro de penitenciárias do interior paulista.
Para não ir tão longe, nos tempos que andei deprimido por vários fatores, sendo o maior um desemprego de 11 anos, a receita que segui e que me tirou do corredor da morte ou do fundo do poço foi: a vigilância dos meus pensamentos, a oração constante e solitária enquanto caminhava por ruas e estradas tranqüilas e por fim executando um trabalho social e cristão que era de escrever cartas de aconselhamento cristão para presos.
Enquanto coletava literatura usada, para depois mandar pelo correio e escrevia "cartas sociais" fiquei conhecendo grupos de presos cristãos em 48 presídios. Contribuímos com literatura com 29 deles, e com muito orgulho, no bom sentido, guardo em uma caixa de papelão, cerca de umas 500 cartas que recebi do cárcere. Esta ocupação trazia a me um senso de utilidade, tirava o foco dos meus problemas. Lembro-me que na madrugada de um certo dia, pus no papel e orei por um plano de mandar uma tonelada de literatura cristã para grupos de presos em 50 penitenciárias. E depois que se passaram dois anos atingiu o resultado que está descrito neste parágrafo. Foi a oportunidade que o Senhor me deu para melhorar a minha auto estima.

Vigiar os pensamentos, orar todo dia, de preferência caminhando - aliando o exercício físico à oração, se ocupando com algum trabalho cristão enquanto seus dias de vitórias se aproximam. Depois, testemunhando para a Glória de Deus, como eu, pois do lado do Correio aonde postava as cartas para o cárcere tem um grande Hospital. E, mesmo com 48 anos, em 2003, Deus deu um basta em minha provação ao enviar alguém em minha casa, para dizer que aquele Hospital estava precisando de um contador. O Senhor preparou aquela oportunidade para dar em minhas mãos o melhor emprego que jamais tive.
Apesar de ter trabalhado em quase todos os ramos de contabilidade, de contabilidade pública eu não entendia nada. É a mais complicada. Mas como foi o Senhor quem abriu a porta, tive a oportunidade de aprender praticando - a melhor forma de aprendizagem para meu caso.
Eu sei que Deus pode permitir que passemos por lutas de todos os tipos e tamanhos, crises e depressão. Mas não vamos passar sozinhos. Mexa-se!
"Mas graças a Deus, que nos dá a vitória, por Nosso Senhor Jesus Cristo"


Cruzué escreve o Olhar cristão e colabora com o Tenda na Rocha

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

PATO CHOCADO POR GALINHA NÃO NASCE PINTINHO

















  Ovo de pato chocado por galinha não nasce pintinho. A nossa espiritualidade não nos transforma em deuses ou anjos (nem em demônios)
   O meu avô materno era um homem da roça, do campo. Gostava de criações! Não sei por que motivo, ele gostava de colocar ovo de pato para chocar em galinhas. Ao nascer, o patinhonascia "pensando" ser uma galinha; por outro lado, a galinha "pensava" ter um filho dentro de toda estrutura classificatória da existência: vida - domínio - reino - filo - ordem - família - gênero - espécie. Mas, não era bem assim. Eles se encontravam nos quatro primeiros níveis. Mas eram de ordem, de família, de gênero e de espécie diferentes. Convivia com a "mãe" e os irmãos da espécie gallus gallus domesticus, mas, sua essência era outra: a de pato.

O que o meu avô fazia era uma verdadeira invasão de existencialidade. Fazia com o patinhopensasse ser um pintinho, e fazia com a galinha, tendo um filho patinho, que fossepintinho.
Os pintinhos nasceram, e junto com eles, o patinho. A vida continuou naturalmente! Eu disse: naturalmente! Até que um dia pude observar uma das cenas mais angustiantes da vida, do domínio, do reino e do filo; mas não da ordem, da família, do gênero e da espécie. A cena produziu angústia para a galinha e prazer para o patinho.

galinha, como não tem hábitos aquáticos, mantinha-se no seu habitat natural. Todavia, um destes eventos da casualidade - eventos estes que muitas vezes uns se encontram (se acham) e outros se angustiam - a galinha passou perto de um lago! Que bom! Pois, foi ao passar perto do lago, que a angústia se instalou na galinha, mas por outro lado, libertou opatinho que pensava ser pintinho.

O pato encontrou o seu caminho


Ao ver o lago os elementos essenciais da natureza de pato vieram à tona, e de pronto opintinho, ups, o patinho correu, correu, correu e se lançou na água... A mãe, tomada de um desespero sem limites, a onomatopéia do cocoricó, transforma-se em "gritos" de angústia, desespero, em volta do lago... Os seus gritos eram a essência do desespero! Mas, patinho(que não era pintinho) não se afagou! Deslizou plasticamente sobre a face da água. Mas a tentativa da "mãe", aos gritos, de trazer o filho para si, foi em vão! O patinho, alheio aos gritos da galinha, desfruta da essência, até então desconhecida, da sua filogenia.

Bem! Não sei como esta relação materna, depois do encontro com o lago se configurou, pois o patinho crescia e aprendeu o caminho do lago; logo, lá no lago, por certo, conheceu outros patos. O pato, que sempre foi pato, descobrirá que, mesmo vivendo na terra, tem hábitos aquáticos, por conta disto, sempre que for necessário, procurara água!

Mas, o que tudo isto tem haver com espiritualidade? Tudo! Pois, assim como pato chocado por galinha não se transforma em pintinho, a nossa espiritualidade não nos transforma em deuses ou anjos. A nossa espiritualidade é apenas uma possibilidade relacional dos elementos de crença e fé que estabelecemos para os nossos referenciais de culto e adoração.

Quando cremos numa relação de espiritualidade, onde Deus é a razão deste relacionamento, em momento algum, sob hipótese alguma, nos transformaremos em outro deus.

O lago existencial da nossa humanidade está sempre diante de nós, e que mesmo estabelecendo uma relação de unidade, enquanto expressão de culto - em espírito e em verdade (João 4:24) -, não anula a nossa estrutura humana. Espiritualidade não anula a humanidade. Pode se afirmar, então, que não há como se expressar espiritualidade sem humanidade. Assim, falo de humanidade para além da corporeidade; falo de humanidade como expressão do sujeito enquanto ser histórico, situado na transitoriedade; uma transitoriedade que nos coloca em transcendentalidade - pois o lago está sempre diante de nós, dia-a-dia, e é uma questão de tempo encontrá-lo. Assim, situamos a nossa espiritualidade na nossa humanidade.

Somos "seres estranhos" chocados no grande seio da existência, chamados sob as várias formas, a nos jogar nos mais diversos lagos. Desta forma, somos seres com potencial para uma relação espiritual, mas humanos por natureza; humanidade está impressa, no nosso sistema de crença. Destarte, ser humano e ser potencialmente espiritual: vai depender da nossa humanidade.

O lago está sempre diante de cada um de nós, no dia-a-dia... Assim, caminhe, corra e se permita encontrar o seu lago!

Deus nos ajude! 

Autor: Raimundo Francisco Frank Ribeiro

Fórum: A Igreja e o Abandono ao Missionário

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Adoração Rejeitada

Pedro recebeu cem vezes mais do que deixou?


Sua dúvida está no capítulo 10 de Marcos, quando Jesus promete a Pedro que ele receberia cem vezes mais de tudo aquilo que tivesse deixado para seguir a Cristo. Considerando que Pedro viveu de forma humilde como todos os discípulos, como ele poderia ter recebido cem vezes mais ainda em vida?

Mar 10:28-30  "E Pedro começou a dizer-lhe: Eis que nós tudo deixamos, e te seguimos. E Jesus, respondendo, disse: Em verdade vos digo que ninguém há, que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou campos, por amor de mim e do evangelho, Que não receba cem vezes tanto, já neste tempo, em casas, e irmãos, e irmãs, e mães, e filhos, e campos, com perseguições; e no século futuro a vida eterna".

A Bíblia ensina claramente na doutrina dada aos apóstolos que, nesta vida, os salvos por Jesus não seriam necessariamente ricos. Os pregadores da prosperidade enganam a muito quando prometem para a igreja (os salvos na atual dispensação) aquilo que foi prometido a Israel no passado. A questão é que Israel era o povo terreno de Deus, com promessas terrenas, e a igreja é o povo celestial, com promessas celestiais. Aos israelitas não era prometida vida eterna, mas uma vida próspera neste mundo. Só isto já deveria dar a crente entendimento para saber que Deus está tratando com um povo diferente e em condições e promessas também diferentes.

1Tm_6:8-9  Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes. Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. 

Mas, voltando à sua dúvida, como foi que Pedro poderia ter recebido cem vezes mais casas, irmãos, irmãs, pais, mães, mulheres, filhos e campos se viveu uma vida humilde? Será que a promessa do Senhor a ele não se concretizou? Sim, a promessa se concretizou e Pedro foi certamente um exemplo de homem rico, porém rico na fé, como Tiago ensina:

Tgo_2:5  "Ouvi, meus amados irmãos: Porventura não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé, e herdeiros do reino que prometeu aos que o amam?" 

Mas isto não explicaria as riquezas prometidas a Pedro, ou explicaria? Certamente Pedro também recebeu tudo o que o Senhor lhe prometeu. Pedro passou a ter muitas casas onde era hospedado por irmãos por onde quer que passasse. Hoje qualquer pessoa que tenha se convertido a Cristo sabe muito bem que o exercício da hospitalidade é encorajado na Bíblia. Dou graças a Deus por ter sido hóspede em muitos lares cristãos e também por ter recebido em minha casa irmãos de diferentes países ao longo de minha vida cristã.

Irmãos, irmãs, pais e mães era o que não faltava na vida de Pedro depois de ter seguido a Jesus. Somente no dia de Pentecostes descrito em Atos 2 Pedro ganhou 3 mil novos filhos, irmãos, pais e mães, que passariam a se relacionar com ele como irmãos, e se preocupando e orando por ele como ora um pai e uma mãe, além de muitas vezes ter lhe provido alimento em suas viagens. Outro apóstolo, Paulo, fala muito em suas cartas dessa experiência de hospitalidade, cuidado e amor dispensado por irmãos das diferentes regiões por onde passava. E Paulo também chamava de "filhos" aqueles que ele havia gerado pela pregação do evangelho.

O Senhor prometeu a Pedro que ele teria cem vezes mais "campos" e isto é verdade para todo e qualquer cristão. O Senhor disse que a seara, ou campo, era grande e rogou ao Pai por trabalhadores para sua seara. Hoje há terras e mais terras para serem conquistadas pela mensagem do evangelho e felizes aqueles que podem dizer que foram instrumentos do Senhor na conquista desses "campos". Afinal de contas, sabemos que no futuro, quando Jesus vier reinar, todos os reinos do mundo serão dele e daqueles que são co-herdeiros com Cristo.

O versículo que promete a Pedro todas essas coisas também fala de perseguições, e é isto que o crente pode esperar neste mundo. Pedro foi martirizado por sua fé e muitos ainda hoje sofrem perseguições, ferimentos e morte por testemunharem de sua fé em Jesus. É claro que os pregadores da prosperidade gostam de deixar de fora esta parte das promessas de Deus, porque eles próprios gostam de viver em luxúria. Mas o crente que está atento à Palavra não se deixará levar pelo discurso dos lobos.

por Mario Persona

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Jasiel Botelho - Só é pastor aquele que é pastoreado

Adorador ou Consumidor?

Mortificação Total



homemorandoPor Gustavo Abreu

   Conversando um tempo atrás com um amigo-irmão, entramos num assunto interessante sobre pecado. Falávamos sobre a dificuldade de sermos cristãos em meio aos ataques constantes do inimigo e confessávamos alguns pecados em busca de ajuda. No desenvolver do diálogo, lembrei-me de uma frase muito forte e verdadeira: “Você não mortificará nenhum pecado a não ser que, sincera e diligentemente, busque lidar com todo pecado.” (Tentação e Mortificação do Pecado- John Owen), essas palavras ampliaram a nossa visão sobre como vencer a carne e mortificar nossas vontades.
Infelizmente, muitos de nós agimos como reféns de nossas fraquezas e pecados, mesmo sabendo que não somos mais escravos do pecado: “Se pois o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (Jo 8:36); muitas vezes caímos em tentação e sentimos o gosto amargo do peso na consciência e a tristeza gerada pela desobediência. Queremos de uma vez por todas estar livres daquilo que nos maltrata, seja uma mentira, uma tentação, uma preguiça, uma fofoca, uma falha de caráter e etc. Queremos o fim de certas coisas que fazem parte muitas vezes do nosso dia a dia, nos cerca quando estamos a sós e nos perturba, aquilo que é a nossa pedrinha no sapato, “espinho na carne”.
Embora tenhamos liberdade em Cristo, não nos foi dado o direito de escolher qual pecado mortificar. Como cristãos, precisamos fazer morrer tudo que é pecado e querer viver uma vida em santidade em Cristo Jesus. Portanto, é justamente aqui que John Owen entra, com uma explicação excepcional que nos ajudará a entender como de fato precisamos fazer morrer o pecado:
“Um cristão é provado por um desejo pecaminoso. Este desejo pecaminoso (pense naquele que melhor se aplica a você) perturba o cristão. Está sempre derrotando-o e rodeando-o de modo que ele aspira por uma libertação completa. Não apenas isso, ele luta, na verdade, contra esse pecado, ora e lamenta quando é derrotado por ele. Ao mesmo tempo, contudo, há outros deveres da vida cristã que ele não leva muito a sério. Pode passar dias sem desfrutar de verdadeira comunhão com Deus. Pode ler sua Bíblia de um modo casual, negligenciando a meditação na Palavra de Deus e gasta pouco ou nenhum tempo em oração.
Estes deveres negligenciados ou executados de modo indiferente na sua vida cristã são pecados (pecados de omissão), mas não o perturbam como o pecado do qual deseja ser liberto. Bem, o ponto que estamos procurando enfatizar é que o cristão não deve esperar obter libertação do pecado que o perturba enquanto não começar a tratar os outros pecados com a mesma seriedade.”
Quem quiser mortificar qualquer forma perturbadora de lascívia na sua vida, de modo completo e aceitável, deve cuidar de ser igualmente diligente na obediência a todos os deveres aos quais Deus o chama. Deve, também, saber que todo desejo pecaminoso, toda omissão no cumprimento do dever, entristece a Deus.
Enquanto houver um coração enganoso, que esteja preparado para negligenciar a necessidade de lutar pela obediência em cada área, haverá uma alma fraca que não está permitindo que a fé execute toda sua obra. Qualquer alma que se encontre numa condição tal de fraqueza, não tem o direito de esperar o sucesso na obra da mortificação.
Na continuação do livro, Owen fala sobre esse desejo em “mortificar o pecado”, como algo egoísta e falho, isso mesmo, egoísta porque o que queremos é apenas um momento de paz interior e um alívio para nossa consciência. Por esse motivo, não ganhamos a guerra contra a carne. Tememos as conseqüências de tal pecado, mas não observamos o amor de Cristo na Cruz, nem muito menos nos achegamos a um relacionamento sincero com Ele. Vivemos em função de uma libertação parcial, e não de uma cura total em nossa vida espiritual. Potencializamos o nosso pecado de estimação e esquecemos-nos dos pecados de negligencia com a palavra e oração. Essa negligência leva a frieza e ao individualismo, nos faz esquecer princípios básicos, e como uma planta que, quando não regada vai desfalecendo, assim são todos os que negligenciam a observar a palavra e vida de Cristo.
Se ficarmos bitolados a um pecado, em algum momento, as nossas forças não irão suportar e cairemos nele, ficaremos arrasados por ele e poderemos até mesmo, nos entregar a esse pecado. Não somos fortes o suficiente para vencermos se não estivermos com a vida alicerçada em Cristo e sua Palavra.
Portanto, assim como Cristo se entregou por completo, para nos salvar por completo, precisamos fazer morrer o nosso homem completo! Nossas orações precisam ser direcionadas para toda uma vida, “para toda uma morte”, pois assim teremos a verdadeira vida. “purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne, como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus” (2 Cor. 7:1).
Que Deus nos ajude a deixar de lado o que maltrata a nossa alma, para que possamos identificar tudo que maltrata ao Espírito Santo. Que Deus nos ajude, por meio do Espírito a chorarmos e ficarmos tristes, todas as vezes que passamos o dia sem ao menos falar com Ele e que isso tenha o mesmo peso, sintamos o mesmo arrependimento por esse pecado, assim como de outros.
Termino aqui, com o mais um trecho do livro de Owen: “Pense nas muitas maravilhosas manifestações da providência de Deus na sua vida. Pense nas provações que Ele transformou em bênçãos para você e nas provações das quais Ele o poupou. Pense em todas as maneiras como Deus o tem abençoado. Depois de todas estas manifestações da graça de Deus por você, poderia continuar a permitir que os desejos pecaminosos endureçam seu coração contra tal graça? Perturbe sua consciência com a ajuda de tais pensamentos, e não pare enquanto seu coração não estiver profundamente tocado pela sua culpa. Enquanto isso não se der, nunca fará esforços vigorosos para mortificar estes desejos pecaminosos.”

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