Cinco Votos para Obter Poder Espiritual.

Primeiro - Trate Seriamente com o Pecado. Segundo - Não Seja Dono de Coisa Alguma. Terceiro - Nunca se Defenda. Quarto - Nunca Passe Adiante Algo que Prejudique Alguém. Quinto - Nunca Aceite Qualquer Glória. A.W. Tozer

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Abrindo mão dos padrões de Deus para a sexualidade

Como cristãos, nós somos adeptos ao costume de olhar ao nosso redor e ver como os bons padrões de Deus são violados quando o assunto é sexualidade. Não muito tempo atrás, contudo, me pediram para refletir acerca das maneiras pelas quais os cristãos abrem mão dos padrões de Deus para a sexualidade – alguns daqueles pecados escondidos ou “santificados” aos quais cedemos em nossas vidas, nossos casamentos, nossas igrejas. Eu cheguei a cinco maneiras em que os cristãos podem abrir mão dos padrões de Deus para a sexualidade.

Nós abrimos mão dos padrões de Deus para a sexualidade quando deixamos o evangelho de fora do leito conjugal

Os cristãos geralmente encontram dificuldade para estender o alcance do evangelho partindo do assunto “salvação” até chegar ao assunto “sexo”. Entretanto, o evangelho não se limita a um acontecimento na sua vida, ele está relacionado a como vivemos hoje e todos os dias. Ele se estende por cada parte da vida.
O evangelho diz: o que quer que meu casamento e o nosso relacionamento sexual sejam, eles devem ser parte da figura de Cristo e Sua igreja. Quando eu considero sexo sob essa perspectiva, eu primeiro pergunto: isso se assemelha a uma ilustração acurada de Cristo e da igreja? O que reflete a Cristo dando Sua vida por Sua noiva? O que reflete a igreja  submetendo-se a Cristo alegremente? Isso nos reorienta completamente, levando-nos para longe do próprio eu, do amor próprio e do serviço a si mesmo, e nos orienta em direção ao cônjuge. Essa caracterização do casamento não acaba quando fechamos a porta do quarto.
Quando abrimos mão desse padrão, nós nos tornamos cativos à lei, ao invés de livres pelo evangelho; nós nos focamos em nós mesmos ao invés de nos focarmos no outro. A Lei é sempre voltada para o ego, o evangelho é sempre voltado para o outro e, em última instância, para Deus. Se nos permitimos cair na velha tentação da lei, nós vamos, inevitavelmente, prejudicar nosso relacionamento quem mais amamos.

Nós abrimos mão dos padrões quando desobedecemos o claro mandamento bíblico de que no casamento devemos fazer sexo, e ele deve ser feito frequente, desejosa e alegremente

Há diferença entre entender a Bíblia e obedecer a Bíblia. Há diferença entre acreditar no evangelho e viver as implicações do evangelho. É por isso que muitas cartas paulinas têm duas partes; na primeira, ele fala sobre teologia, e na segunda, sobre aplicação. Há uma razão para isso: ele sabe que a teologia tem que ser trabalhada na vida e ele sabe que não podemos fazer isso sem uma sólida base bíblica.
Há muitos casais que acreditam completamente no que a bíblia ensina sobre casamento, e eles podem até acreditar no que a bíblia diz sobre sexo no casamento, porém, eles não fazem mais sexo juntos. Um deles recusou por tanto tempo que o outro nem ao menos pede mais ou tenta. Um desistiu, se acomodou, e o outro perdeu o interesse. Juntos, eles se tornaram desobedientes e sua desistência entristece o Senhor. Eles afirmam acreditar no que é verdade, mas se recusam a praticá-la.
Deus fez estipulações para o relacionamento sexual. Você pode parar de fazer sexo, mas apenas por um tempo limitado e só se esse tempo limitado for para orar. É isso! E, mesmo assim, todo casamento passa por longos períodos sem sexo, e muitos casamentos abandonam o sexo completamente. Tem algo em 1 Coríntios 7.4 que sempre me chamou atenção. Paulo fala sobre “direitos conjugais”. A Bíblia fala muito, muito pouco sobre nossos direitos. Na maioria dos casos, falar sobre direitos é se opor ao evangelho. Mas no relacionamento conjugal nos é dito que o esposo e a esposa tem direitos um sobre o outro, o direito sobre o corpo do outro. Sexo não é uma sugestão, não é apenas uma boa ideia ou um bom presente para dar ao cônjuge. Sexo é um direito, pois, na economia de Deus para o casamento, é uma necessidade.
O que acontece quando abrimos mão dos padrões de Deus aqui? Indo direto à 1 Coríntios 7, vemos que nós permitimos a possibilidade de pecado sexual em nosso cônjuge. Um marido que se nega à sua esposa não está protegendo-a do pecado sexual. Uma esposa que se nega ao seu marido não está protegendo-o do pecado sexual. A abstinência de sexo é egoísta, sem amor e inconsequente. Sim, será culpa do cônjuge se ele ou ela cair em pecado sexual porque pararam de fazer sexo; mas o outro também vai carregar parte da responsabilidade. Você já parou para pensar que o grande plano de Satanás para você é você tenha o máximo possível de sexo fora do casamento e o mínimo dentro dele? O plano de Deus, claro, é o oposto desse – não ter sexo fora do casamento e um monte dele dentro do casamento.
Há outra consequência: estamos descaradamente desobedecendo um mandamento claro do Senhor e um mandamento que provém da verdade do evangelho. O relacionamento sexual não é uma pequena bolha isolada da obediência cristã, mas é algo que provém diretamente do evangelho. Muitos de nós isolam a sexualidade de todo o resto da vida.
E finalmente, quando você abre mão dessa parte, você está negando ao seu casamento grandes meios de graça. É útil olhar para o sexo como um sacramento no casamento, algo profundamente simbólico que vai muito além da soma das partes. É muito mais profundo do que o físico, muito mais do que apenas o ato. Nós acreditamos que, nesse ato, Deus estende graça ao nosso casamento. Nós obedecemos Ele e estamos certos de Sua benção. O casamento que esquece o sexo é como a igreja que esquece a Ceia do Senhor – ela está se enfraquecendo e negando a si mesma um dos misteriosos e inesperados meios pelos quais o Senhor abençoa-a.


Nós abrimos mão dos padrões quando não treinamos nossos filhos para entender o bom plano de Deus para o sexo e quando não os treinamos para evitar a tentação sexual

Quando o assunto é sexo, nós somos muito bons em falar para os nossos filhos o que é ruim e perigoso e o que eles devem evitar. Isso é fácil porque muitos de nós somos muito cuidadosos com o que nossos filhos veem e experimentam quando são muito novos. Nós censuramos nossas conversas e até mesmo nossa leitura bíblica para protege-los do que é muito pesado para seus jovens corações. Isso é saudável e bom. Eu amo a história que Corrie Ten Boom conta sobre isso. Quando era uma menina pequenina, ela ouviu sobre sexo e perguntou ao pai o que era sexo. Ele simplesmente sua grande e pesada maleta de ferramentas e colocou-a no chão, depois pediu para ela levantá-la. Ela tentou, puxou e empurrou e, por fim, disse: “É muito pesada pra mim”. Então, seu pai disse: “Exatamente. Algumas coisas são muito pesadas para pequenas crianças carregarem”. Isso é paternidade sábia! Mas isso não seria sábio se a criança tivesse 16 ou 18 anos e estivesse perto de se mudar.
Nós precisamos preparar nossos filhos para viverem nesse mundo e verem que o sexo é um bom presente de Deus. Muitos homens jovens vão para o mundo sem ter certeza do que o sexo é e de que ele está ancorado no bom plano de Deus; muitas mulheres jovens entram no casamento convencidas de que sexo não é uma coisa para boa garotas cristãs desfrutarem. E muitas acreditam nessas coisas porque seus pais simplesmente não fizeram um bom trabalho ensinando sobre o que a Bíblia fala sobre sexo.
Eu admito que estamos ficando melhores nisso, mas ainda temos muito a melhorar no que diz respeito à ensinar nossos filhos a honrar o sexo. Se tudo que nossos filhos sabem ao saírem de nossa guarda é que sexo é ruim, nós abrimos mão do padrão de Deus não ensinando-os que sexo é um bom presente de Deus feito para ser desfrutado dentro do contexto apropriado. Da mesma forma que queremos criar uma barreira para o sexo, nós precisamos também celebrar sua bondade inerente. Quando nos abstemos nesse ponto, comprometemos a geração seguinte. Nós fazemos de nossa desobediência o problema, o vício, a gravidez indesejada, deles.

Nós abrimos mão dos padrões de Deus quando somos levados pela tendência cultural

Em Efésios 5 Paulo diz: “Mas a impudicícia e toda sorte de impurezas ou cobiça nem sequer se nomeiem entre vós, como convém a santos; nem conversação torpe, nem palavras vãs ou chocarrices, coisas essas inconvenientes; antes, pelo contrário, ações de graças”. Quando lemos essas palavras, não podemos deixar de pensar sobre TV, filmes e livros e o quão dedicados eles são a essas coisas.
Apenas pense sobre comédia e o que nossas séries de comédia e comédias românticas nos fazem rir. Quando rimos do que Deus chama de perverso, quando nós gostamos de assistir o que Deus diz que é privado, quando falamos de forma muito estúpida ou até de maneira muito franca sobre coisas que são desprezíveis, nós abandonamos o padrão de Deus. Não deve haver conversas torpes em nosso meio e nenhuma palavra vã. Não devemos nos alegrar com o que Deus diz que é mau.
Paulo nos diz que existem coisas que são muito vergonhosas até mesmo para serem mencionadas. Há coisas que não devem ser nem citadas em uma conversa entre cristãos; elas são, simplesmente, muito más e até pensar sobre elas é errado. Mas algumas vezes nós, como cristãos, gostamos de conversar sobre coisas muito más. Nós nunca as faríamos, mas lemos sobre elas, fazendo-as de forma indireta.
Quando assistimos filmes ou ouvimos músicas vulgares, nós podemos obter prazer em ouvir sobre flertes sexuais de outras pessoas ou em ver a riqueza idólatra de outras pessoas. Nós estamos, essencialmente, gostando da idolatria deles, encontrando prazer nos atos deles de ódio a Deus! Nós nunca faríamos as coisas que eles fazem, mas nós temos prazer em imaginar outros fazendo essas coisas ou em ler outros fazendo isso. Mesmo quando nos é dito aqui que as coisas nas quais estamos tendo prazer são as mesmas coisas que trazem a ira de Deus sobre as pessoas que as fazem.
Nós abrimos mão dos padrões de Deus quando nos deixamos ser levados pela tendência cultural, sendo entretidos com coisas que o Senhor odeia. Quando rimos do pecado ou somos entretidos por ele, estamos nos colocando no caminho de racionalizar e depois abraçar cada um desses pecados. Esse abrir mão tende a começar mais rastejando e crescendo aos poucos do que explodindo de uma vez só, e ao olhar para o que nos entretém, podemos às vezes ter um vislumbre dos desafios que estão por vir. Se estamos rindo de adultério hoje, nós podemos estar praticando amanhã.

Nós abrimos mão dos padrões de Deus quando cometemos pecado sexual

O último ponto é simplesmente ir em frente, cometer o pecado sexual e posteriormente lidar com as consequências. O pecado sexual deveria ser tão óbvio e terrível quanto cometer adultério contra seu cônjuge, mas para muitas pessoas ele é muito mais sutil.
Pornografia é uma praga para a igreja, que afeta primariamente homens e garotos (embora esteja crescendo entre as mulheres, que também estão ficando suscetíveis a isso), mas a pornografia está longe de ser o único pecado sexual com o qual os cristãos lidam. Muitas mulheres estão propensas a exigir de seus maridos padrões irrealistas de comédias românticas. Existem mulheres que demandam o impossível de seus maridos, que confrontam a própria masculinidade de seu marido. Até mulheres cristãs estão lendo 50 tons de cinza.
O pecado sexual passa pelo grande espectro do sutil e egoísta até o aberto e espetacular. Mas todo pecado sexual é de alguma forma fugir dos padrões de Deus. E as grandes concessões tem início nas pequenas. O caminho para um casamento sem sexo é simplesmente uma recusa por vez, uma palavra de apatia ou crítica. Poucos casamentos passam de uma ótima vida sexual para uma vida sexual inexistente de um dia para o outro. O adultério não começa com um homem seduzindo a mulher de outro, mas por não controlar seus olhos e não deter sua mente.

Conclusão

Não são só os incrédulos que não cumprem os padrões de Deus para a sexualidade. Nós, como cristãos, permitimos que esse descaso invada nossas vidas, nossos casamentos e nossas igrejas. Nós também somos desobedientes. Nós também precisamos da graça de Deus para resistir às tentações intermináveis de trocar os bons padrões para vivermos de acordo com os nossos próprios.
Por: Tim Challies

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