Cinco Votos para Obter Poder Espiritual.

Primeiro - Trate Seriamente com o Pecado. Segundo - Não Seja Dono de Coisa Alguma. Terceiro - Nunca se Defenda. Quarto - Nunca Passe Adiante Algo que Prejudique Alguém. Quinto - Nunca Aceite Qualquer Glória. A.W. Tozer

terça-feira, 6 de outubro de 2015

MENTIRAS BASTARDAS? – NÃO CAIA NESSA...




Foi o próprio Senhor Jesus que afirmou que a mentira tem por pai o diabo! Ao confrontar os fariseus que não criam na sua Palavra, o Senhor foi enfático: “Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira (Jo 8.44 – grifos meus).
Os cristãos, por sua vez, são chamados para seguir aquele que é “o caminho, e a verdade, e a vida” (Jo 14.6). Quando o Senhor orou por seus discípulos, rogou ao pai que os santificasse na verdade, que é a própria Palavra (Jo 17.7), e o apóstolo João escreveu que não tinha maior alegria do que a de ouvir que seus filhos andavam na verdade (3Jo 4). Há muitas outras orientações bíblicas para que os crentes vivam e falem a verdade, mas quero citar apenas mais uma, por ora: Quando deu os dez mandamentos ao povo, o Senhor ordenou que se falasse a verdade ao ordenar: “não dirás falso testemunho contra o teu próximo” (Ex 20.16).
A despeito disso tenho a impressão de que para muitos cristãos existem “mentiras bastardas”, isto é, não procedem de Deus, pois ele é a expressão da verdade, mas também não procedem do diabo, pois as intenções por trás delas são boas. Desta forma, para estes, algumas mentiras são justificáveis, por conta de suas intenções “nobres”.
Como exemplo, pense em algumas situações: uma mãe diz ao filho para não ir a determinado cômodo da casa porque lá tem “bicho papão” e justifica que isso é para proteger o filho, pois naquele cômodo há objetos que poderiam ser perigosos para a criança. Um filho mente a seu pai sobre a gravidade do seu estado de saúde e justifica dizendo que é para que o pai não sofra, pois ele não suportaria a notícia. Ou ainda, uma amiga pergunta a outra como determinada roupa ficou nela e ouve que ficou “maravilhosa”, mesmo que essa não seja verdadeiramente a opinião da amiga, que se justifica pensando que seria falta de educação dizer o contrário. Assim, a mentira ganha outros nomes (proteção, cuidado e educação) e acaba sendo até algo esperado, pois é para o bem do próximo.
Há aqui, pelo menos, duas questões a se ponderar. A primeira relacionada ao fato de que a Palavra de Deus condena, categoricamente a mentira. Eu sei que muitos tentam justificar certas mentiras citando a história das parteiras que mentiram a Faraó quando ele ordenou que elas matassem todos os meninos nascidos dos hebreus (Ex 1.15-22). Porém, uma leitura mais atenta do texto demonstra que o Senhor as abençoou por terem desobedecido a ordem de matar as crianças e não porque mentiram. Volto a esse episódio daqui a pouco.
A segunda questão diz respeito às intenções do coração. Os que mentem, como exemplificado acima, dizem fazer por “amor ao próximo”. O problema é que, biblicamente, ninguém peca por amor ao outro, mas por amor a si mesmo. Tiago não deixa dúvidas: “cada um é tentado pelo próprio mau desejo, sendo por este arrastado e seduzido” (Tg 1.14 - NVI). Perceba! Pecamos para conseguir o que desejamos e essa é uma atitude de amor próprio. Amamos tanto a nós mesmos que, impulsionados e iludidos por nossos desejos, estamos dispostos a fazer o contrário do que o Senhor ordena, tentando obter alguma satisfação ou benefício.
Uma breve história para ilustrar isso: Certa vez eu aconselhava uma senhora que foi ao gabinete pastoral, indicada por um conhecido. Em meio à nossa conversa, surgiu o assunto da mentira e ela disse que nunca mentia. Perguntei, então, se ela conhecia minha esposa e, obviamente, ela respondeu que não. Prossegui: “– Vamos supor que eu ligue agora para minha esposa e diga que estou levando a senhora para tomar um café conosco, em nossa casa. Chegando lá tem um bolo bonito na mesa e um café fresquinho. A senhora pega um pedaço do bolo e, ao morder, percebe que está muito salgado, pois, na pressa, minha esposa acabou trocando o açúcar pelo sal. A senhora então pensa em tomar um pouco de café, para aliviar o gosto ruim que está na boca, mas o café também está salgado. Logo em seguida minha esposa pergunta: E aí, a senhora gostou? Qual seria a resposta?”. Ela então respondeu que diria que sim, pois não ia querer magoar minha esposa que foi tão educada preparando algo para ela comer. Continuei: “– Vamos esquecer, por enquanto, minha esposa... Se a senhor fosse à casa de sua irmã e acontecesse o mesmo, o que responderia quando ela perguntasse se a senhora havia gostado?”, e rapidamente ela disse: “Mas que bolo ruim!”.
Diante disso, perguntei se ela não tinha medo de magoar a irmã e ela disse que a irmã já a conhecia bem. Levei-a então a entender que, no caso de minha esposa a preocupação não era em magoar uma pessoa que a tratou de forma educada, mas em não querer ser vista como mal educada, tanto que, diante de alguém bem conhecido, ela não titubeou em falar o que achou de verdade.
O que levou essa senhora a dizer que mentiria para minha esposa foi o mesmo que levou as parteiras a mentirem a Faraó: amor próprio, mais do que amor a Deus e ao próximo. As parteiras foram tementes a Deus e não mataram as crianças, mas diante do questionamento de Faraó, temeram perder a vida e, por amor a si mesmas, mentiram. De igual forma, a mãe que mente ao filho inventando um bicho papão no quarto não o faz pela segurança do filho, mas pelo seu conforto, pois não precisará mais ficar correndo atrás da criança. O filho que mente ao pai sobre seu estado de saúde não o faz por cuidado, mas, talvez, por não querer sofrer ao ver o pai sofrendo. A amiga que mente para a outra não o faz por educação, mas para não ser tida como grosseira.
Devemos ser realistas. Biblicamente não há pecado em favor do outro nem, tampouco, mentiras justificáveis. Não existem mentiras bastardas, todas, sem exceção, tem por pai o diabo. Sendo assim, para obedecer as ordens de não dar lugar ao diabo (Ef 4.27) e de resistir ao diabo (Tg 4.7) é imperativo que não negociemos a verdade.
É claro que isso não implica ser mal educado, pois a verdade deve ser dita em amor (Ef 4.15). Entretanto, não há garantia de que os homens não nos rotularão como tal. Ainda assim, não ceda ao desejo de ser bem visto diante dos homens ao custo de pecar contra Deus, pois, “antes, importa obedecer a Deus do que aos homens”(At 5.29).
Por: Milton Jr 
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Fonte: Mentes Cativas 

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