Há muitos que sabem como “estar humilhados” mas não sabem como “ser honrados”. Quando são colocados no topo de um pináculo, eles se mostram desorientados e propensos a cair. Com maior frequência, os crentes desonram sua confissão de vida cristã quando estão na prosperidade, e não na adversidade. Ser próspero é algo perigoso. O crisol da adversidade é uma prova menos severa para o crente do que o cadinho purificador da prosperidade. Oh! quanta pobreza de alma e negligência para com as coisas espirituais têm se seguido às misericórdias e generosidade de Deus!
Isto não precisa acontecer; o apóstolo Paulo disse que aprendeu a viver em abundância. Quando ele tinha muito, sabia como usar o que possuía. Quando o navio estava cheio, era carregado com lastro suficiente, então, navegava com segurança. Graça abundante o capacitou a suportar a prosperidade abundante. Segurar o transbordante cálice do gozo mortal com uma mão firme exige mais do que habilidade humana. No entanto, o apóstolo Paulo aprendera essa habilidade, pois declarou: “Em todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome” (Filipenses 4.12). Aprender a viver em fartura é uma lição divina.
Muitos têm clamado por misericórdias, a fim de terem satisfeitas as concupiscências de seus corações. Abundância de pão tem causado frequentemente abundância de sangue, e isso tem produzido devassidão de espírito. Quando temos muito das providenciais misericórdias de Deus, geralmente acontece de termos pouco da graça de Deus e pouca gratidão pela generosidade que recebemos. Estamos em abundância e nos esquecemos de Deus.
Satisfeitos com as coisas terrenas, nos contentamos em prosseguir sem as coisas celestiais. Descanse certo de que é mais difícil aprender a ter fartura do que aprender a estar faminto, tão desesperada é a tendência da natureza humana ao orgulho e ao esquecimento de Deus.
Tenha o cuidado de pedir, em suas orações, que Deus lhe ensine como viver na experiência de fartura.
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C. H. Spurgeon (1834-1892) era pregador, autor e editor britânico. Foi pastor do Tabernáculo Batista Metropolitano, em Londres, desde 1861 até a data de sua morte. Fundou um seminário, um orfanato e editou uma revista mensal chamada “Sword and Trowel”. Conhecido como “Príncipe dos Pregadores”, Spurgeon escreveu muitos livros e artigos, particularmente na área devocional.
Via: Voltemos ao Evangelho
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