Antes de mais nada e antes de chegar ao propósito deste artigo... Quero dizer que sou uma pessoa de minha época. Sempre digo que se Deus quisesse que eu fosse um homem do século XVI, como os Puritanos, Reformadores... em sua soberania perfeita, me faria nascer no século XVI. Então, eu usaria roupas do século XVI, tocaria músicas do Século XVI, usaria só instrumentos do século XVI... ( Digo isso apesar de amar música Clássica...) - Não há nada de espiritual nestas coisas do século XVI. Mas a mesma seriedade com a Bíblia que eles tinham, eu tenho. Por isso sou tão abençoado por eles. E nisso prego o que eles pregavam, pois a Verdade não pertence a nenhum século ou época e costume destas, pois Ela é eterna. Mas Deus me quis no século XXI, e eu estou satisfeito com isso.
Tendo deixado claro isso, eu estava lendo com espanto a declaração de propósito de uma igreja famosa no mundo todo, e fiquei espantado que todo aquele famoso ministério se baseava num verso totalmente fora do seu contexto.
A verso foi o catalisador para toda uma ideia de abraçar a cultura, produzir, se misturar... de uma forma como se fosse o propósito vital da igreja.
Jeremias 29: 7 é usado como um verso do tema por muitas igrejas missionais:
“E procurai a paz da cidade, para onde vos fiz transportar em cativeiro, e orai por ela ao Senhor; porque na sua paz vós tereis paz.” - Jeremias 29:7
O site desta grande igreja numa das maiores cidades do mundo mostrava como eles fizeram de Jeremias 29.7 o grito de guerra para o engajamento deles ( e segundo eles, de todo cristão ( com a cultura da cidade.
Eles diziam – “Jeremias disse para os exilados na Babilônia para buscar a paz e prosperidade da cidade onde se encontravam. Nossa cidade é enorme e intimidante, como população diversa e que abraça uma grande variedade de valores e costumes diferentes. No entanto, Deus capacitou os cristãos a se relacionar e responder e em amor todas as pessoas, sem assimilar demais a cultura em torno de nós, mas sem nos separar em tribalismo. Como parte da cidade do homem e da cidade de Deus, trabalhamos nos princípios da paz e da graça na melhoria de todos...” – e por aí continuavam falando sobre o engajamento cultural na cidade...
No entanto, o verso imediatamente anterior a Jr 29,7, raramente é mencionado por essas igrejas que procuram justificar o ministério do engajamento cultural baseado neste texto:
“Casem-se e tenham filhos e filhas; escolham mulheres para casar-se com seus filhos e dêem as suas filhas em casamento, para que também tenham filhos e filhas. Multipliquem-se e NÃO DIMINUAM.” - Jeremias 29:6
O contexto da ordem de Deus para buscar a paz da cidade, não era o desejo de que seu povo entrasse em compromisso com a sociedade pluralista da Babilônia. O contexto, era o desejo de Deus que eles “criassem filho e filhas”, para que se “multiplicassem e não DIMINUÍSSEM”
Não era um chamado ou apelo para os judeus se tornarem hipsters na Babilônia, patronos engajados nas artes, fossem tatuados e produzissem cultura.... nos moldes babilônicos. Mas para que seu povo tivessem filho e filhas, se multiplicasse na Babilônia e não diminuíssem por estarem num lugar estranho. Que fizessem suas casas lá durante aquele período, e confiassem nele durante o exílio.
Era um chamado, sobre tudo, para que o povo exilado, temeroso e assustado com a fertilidade e ter filhos naquele lugar... ou seja, no exílio, confiasse em Deus.
Com aplicar isso hoje da mesma forma? Certamente não é que você ouvirá em ministérios inteiros que se basearam totalmente em Jeremias 29.7.
Hoje, como naqueles dias, o medo nada lado a lado com a rejeição a fecundidade – o que eles sentiam no exílio. Deus não está dizendo para os judeus que não temessem o envolvimento no mesmo estilo de vida dos babilônios. Ele está dizendo para não temer ter filhos num lugar totalmente oposto ao que Ele é. Numa geração ímpia. Porque Devemos criá-los através da Palavra para viverem para a glória e propósito de Deus num ambiente assim, e o poder de Deus os manterá se o fizermos.
Mas igrejas “missionais” incentivam ter filhos e a fecundidade no contexto de Jeremias 29.7? Nunca vi esta ênfase. Ele é usado para justificar carreiras artísticas na noite, abrir galerias de arte, me tornar “hipster”... tatuado... Um Viva a cultura da Babilônia!! Este texto não visa discutir nenhuma dessas coisas em si mesmas na vida pessoal de cada um. Mas como isso virou uma visão “missionária” com “bases bíblicas”. Ou seja, o texto virou uma forma de incentivar instalações, desenvolvimento e envolvimento na arte... do que fecundidade do povo de Deus. Isso com suposta “base bíblica”. É muito fácil fabricar “base bíblica” que norteiam um ministério inteiro usando textos dessa forma.
Isso - usar a Bíblia assim, constitui-se numa farsa, uma charada exegética. O primeiro versículo você não ouvirá junto: “Multipliquem-se, tenham filhos, sejam fecundos...” – Mas o segundo versículo faz com que toda espécie de bizarrices virem estratégias” missionais” com “base bíblica”.
Eu me pareço mais com o cara da foto desse post do que o oposto esteriótipo "pastor" de hoje. Mas não por nenhuma bizarrice, farsa ou charada exegética que inventa “bases bíblicas” e estratégias "missionais" desonrando Deus e Sua Palavra que é totalmente suficiente para salvar o homem em Seu chamado Soberano.
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Por: Josemar Bessa
Fonte: Site do autor
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