“O amor jamais acaba; mas,
havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo
ciência, passará; porque, em parte, conhecemos e, em parte,
profetizamos. Quando, porém, vier o que é perfeito, então, o que é em
parte será aniquilado.” 1Co 13.8-10
Paulo nos diz que um dia não
precisaremos mais de profecias, nem de dons, nem de conhecimento. Porque
estas possibilidades compõem o que ele chama de “o que é em parte”. Na
chegada do perfeito, o que é em parte será aniquilado.
Por que em parte conhecemos? Segundo João Calvino “a intenção de Paulo é
mostrar que o fato de recebermos conhecimento e profecia é precisamente
uma prova de que somos imperfeitos. Portanto ‘em parte’ significa que
não fomos ainda aperfeiçoados.
Conhecimento e profecia, portanto, terão
lugar em nossas vidas enquanto a imperfeição fizer parte de nossa
existência terrena, pois eles nos assessoram até que plenitude nos
atinja.” (Comentário à Sagrada Escritura, Exposição de 1Coríntios, 1ª
Edição em Português, São Paulo, 1996, Edições Paracletos, pg. 402)
Os dons durarão até chegar o que é perfeito. Quando chegará o que é
perfeito? O que Paulo está dizendo? Segundo João Calvino “ele está
dizendo: ‘Quando a perfeição chegar, tudo o quanto nos auxiliou em
nossas imperfeições será abolido.’ Mas, quando tal perfeição virá? Em
verdade, ela começa com a morte, quando nos despirmos das inúmeras
fraquezas juntamente com o corpo; porém, ela não será plenamente
estabelecida até que chegue o dia do juízo final.” (op. cit., pg. 403)
Então, enquanto vivermos precisaremos dos dons, do conhecimento e da
profecia. É claro que “o benefício oriundo dos dons só é eficaz enquanto
estivermos nos movendo para o alvo” (op. cit. Pg 402), isto é, os dons
são os acessórios necessários para vivermos conforme a nossa vocação.
“Paulo poderia ter posto nestes termos: ‘Quando tivermos alcançado o
ponto de chegada, então as coisas que nos ajudaram no percurso deixarão
de existir.’” (op. cit. Pg. 403) Só com a morte a gente deixa de
precisar dos dons, do conhecimento e da profecia, não que a morte seja o
que é perfeito, o que é perfeito vem com o juízo final: a nossa
ressurreição!
Por: Ariovaldo Ramos
Nenhum comentário:
Postar um comentário