Cinco Votos para Obter Poder Espiritual.

Primeiro - Trate Seriamente com o Pecado. Segundo - Não Seja Dono de Coisa Alguma. Terceiro - Nunca se Defenda. Quarto - Nunca Passe Adiante Algo que Prejudique Alguém. Quinto - Nunca Aceite Qualquer Glória. A.W. Tozer

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Quem poderá nos defender dos excessos de pastores egocêntricos?

   

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Por Thiago Oliveira


Lamentavelmente escrevo esse texto sabendo que muitos vão aqui comentar coisas do tipo: “Ele faz isso, mas ganha muitas almas para Jesus, e você o que faz além de julgar?” ou “Ele fez o que de errado? Ora, deixem ele falar do Evangelho.” Daí você se pergunta, quem é ele e o que ele faz/fez. Ok, vou explicar.

O Pr. Lucinho Barreto, da Igreja Batista da Lagoinha pregou no último Sábado (06/12) um sermão intitulado “E agora, quem poderá me defender?” Até aí tudo bem... Sobre a pregação, a intenção era falar sobre depender de Deus. Ótimo! Só que o Lucinho chega no púlpito vestido de Chapolin Colorado (veja aqui) e é ovacionado por isso. Diante dos aplausos ele arremata o bordão do famoso personagem do recém falecido Roberto Bolaños: “Não contavam com minha astúcia!”

No púlpito, o Lucinho conta diversas piadinhas e até faz referência a uma música da funkeira Anita (Pre-pa-ra). Ele grita, se ajoelha, acena, assobia, gargalha... enfim, um típico showman. Seria muito bom para uma empresa tê-lo como palestrante motivacional. Talvez algum programa televisivo fizesse sucesso com um apresentador tão eletrizante quanto ele. Mas para ser um mensageiro bíblico, o Lucinho com a sua personalidade narcisista, está distante do que Deus requer para o ofício de ser porta-voz da Palavra revelada.

Em seu excelente livro, Supremacia de Deus na Pregação, o Pr. John Piper fala que o alvo da pregação deve ser a glória de Deus. Ou é isso, ou de nada vale pregar. A partir do momento que um pastor ou mensageiro da Palavra começa a desfocar desse alvo, deixando de manter a sobriedade, este deixou de glorificar ao seu Senhor e até passa a querer ser o centro das atenções. E muitos em nosso meio costumam associar sobriedade com frieza. Se um pastor conduzir os ouvintes a quietude, muitos acharão que a mensagem foi enfadonha, morosa, lúgubre, etc. Segundo Piper (pág 49), muitos pastores têm se deixado levar por tal pensamento e o resultado disso é:

“...uma atmosfera de pregação e um estilo de pregação contaminados com trivialidades, leviandade, negligência, irreverência e uma sensação generalizada de que nada de proporções eternas e infinitas está sendo feita ou dita aos domingos”.

Obviamente que o pregador não precisa ser engessado ou robótico. Ele deve ser vibrante, entusiasmado, afinal, é do Evangelho que ele fala. E não há nada mais vibrante do que o Evangelho, não é mesmo? Charles Spurgeon, um dos maiores evangelistas da história da Igreja tinha um humor peculiar. O pastor presbiteriano Augustus Nicodemus é, atualmente, um bom exemplo de alguém que faz o bom uso do humor e conta suas anedotas vez ou outra. No entanto, leviandade é diferente de bom humor. Lógico que uma risada é sadia e que a alegria é marca de todo o cristão satisfeito em Cristo Jesus. Mas para tudo existe limite. Transformar um sermão num roteiro de stand-up comedy não é uma ideia sensata. A pregação é a forma que Deus estabeleceu para falar aos pecadores e auxiliar na perseverança dos santos. Se as pregações virarem palhaçada, como alguém dará crédito a esta mensagem?


O próprio Lucinho é exemplo disso. Ele inventou de “cheirar a Bíblia” para dizer que os jovens precisam ser loucos por Jesus. Sua iniciativa, com perdão do termo, abobada, virou matéria de um programa de TV e o apresentador não aguentou e mandou que a matéria deixasse de ser exibida, ao vivo (veja aqui). Um incrédulo censurou o Lucinho, que para a repórter que o entrevistava, disse que fazia essas coisas para atrair os adolescentes, pois estes acham os assuntos sobre Deus (ou religião) muito chatos.

É justamente nesse afã de querer incrementar o Evangelho que as bizarrices começam a se proliferar. Como disse anteriormente, alegria é inerente do cristão e o apóstolo Paulo escrevendo aos filipenses fala muito sobre alegria (Fl 4.4). Porém, na mesma carta, Paulo chora por causa dos inimigos da cruz de Cristo (Fl 3.18). Ou seja: nem tudo são flores! Se o alvo da mensagem é a glória de Deus, e Ele é glorificado quando chamamos pecadores ao arrependimento, esta mensagem não pode ser trivial. Se vestir de Chapolin é algo tão despojado que fere o caráter sóbrio da pregação que diz “arrependei-vos e convertei-vos”. Não só a sobriedade como também a seriedade desta mensagem, pois a resposta a ela resultará em vida eterna ou morte eterna.

Em 2 Timóteo 4.3 lemos o seguinte Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos. Isso é um retrato do que estamos vivendo. Incomodados com a agressão que é a Palavra de Deus (ou você acha que uma espada que penetra na divisão das juntas e medulas não causa dor?), os homens de nosso tempo forjam um pseudo-evangelho que massageia o ego e diz tudo aquilo que queríamos ouvir, e não o que devemos ouvir. Spurgeon, certa feita disse que chegaria um dia em que no lugar dos pastores alimentando as ovelhas haveria palhaços entretendo os bodes. Ele estava muito certo.

O egocentrismo de pastores feito Lucinho e outros que para serem notados e ganharem fama nas redes sociais vestem coisas bizarras (veja aqui) e falam palavrões, são um câncer que vem destruindo a Igreja progressivamente. Aonde estão os homens que pregam a cruz? Aonde estão os pastores que não querem o aplauso dos homens? Aonde estão as pregações que falam que Deus lançará no inferno os pecadores resolutos?

Não desanime, ainda existem homens comprometidos com o Evangelho ao ponto de negarem o aplauso dos seus ouvintes. Duvida? Então, se não conhece, recomendo a você a assistir o vídeo dessa pregação aqui no Paul Washer. E para terminar, contarei uma anedota que não me lembro onde li ou ouvi, sobre o já citado Charles Spurgeon. Mas ela diz que numa certa conferência na Inglaterra vitoriana, alguns jovens ao verem o pastor do primeiro dia pregar ficaram maravilhados e diziam entre si: “Você viu aquele pregador? Nossa como ele prega bem. Que oratória. Que sermão!”. No segundo dia, Spurgeon foi o preletor e após a conclusão da sua mensagem os jovens, novamente admirados, falavam uns com os outros: “Você viu como Jesus é perfeito? Como Jesus é bom! Como Jesus é admirável! Quão lindo é Jesus”.

Que Deus nos presenteie com pastores segundo o Seu coração! Soli Deo Gloria!

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Fonte: Electus
Divulgação: Bereianos
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segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

O "Credo dos Apóstolos" e as Doutrinas Centrais da Fé Cristã

          







                                                          

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

O Cristão e a Tentação Sexual - Encontro Apologético ICT

 

Dr. Paulo Rodrigues Romeiro é pastor e apologista cristão evangélico. Atualmente é pastor da Igreja Cristã da Trindade em São Paulo, uma igreja de teologia assembleiana, e é professor no curso de pós-graduação em Ciências da Religião da Universidade Presbiteriana Mackenzie



Fonte canal do YouTube: ICT SP

HÁ SALVAÇÃO FORA DA IGREJA?

  
Por Fábio Campos

Não existe doutrina principal para o homem conhecer do que a da salvação. Por vezes penso que o “senso do sagrado” foi perdido por alguns. Tratamos o assunto de uma forma rasa, superficial, sem nenhuma tristeza para com os que se perderam do ponto de vista teológico. Quando o assunto é a alma do homem, precisamos abordar o tema com muito temor; não há como se regozijar na condenação de alguém; pois Deus não tem prazer na morte do ímpio (Ez 18.32). O contrário também é um fato que requer cuidado. Colocar todo mundo no céu [pela doutrina universalista] é roubar a casa do seu dono e dar moradia a qualquer um sem autorização do proprietário. Por isso precisamos de um equilíbrio trazendo o contexto à luz das Escrituras. 

A salvação no decorrer dos séculos foi apropriada por alguns grupos exclusivistas como sendo seu patrimônio. Muitas seitas disseram no decorrer da história que a salvação depende da conversão do indivíduo ao seu grupo, e que fora da sua religião, não há salvação. O proselitismo é forte dentro destes grupos (fica a dica para se diagnosticar uma seita; o exclusivismo religioso). O Senhor deu uma promessa para Abraão; “por meio de ti todas as nações serão benditas”. Isso foi cumprido na pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo (Jo 1.1-14). Nele não há grego nem judeu (Gl 3.28). Até os dias de hoje os judeus tomaram a eleição para si dizendo serem eles o único grupo que possui a salvação. Para minha surpresa já escutei que “não existe salvação fora do calvinismo”. Que absurdo! John Wesley está no inferno? A igreja católica romana em sua confissão diz que “fora da igreja não há salvação”.

O pai da reforma protestante, Martinho Lutero, certa vez, disse que “pode haver salvação fora da igreja, mas não fora de Cristo”. Muitos irmãos ficam de cabelo em pé com esta citação, por isso é necessário entender o contexto e o porquê Lutero disse tal coisa. Cipriano (200-258), um dos pais da igreja, certa vez disse: “Quem não tem a igreja como mãe, não pode ter Deus como Pai, e fora da igreja não existe salvação”. Na teologia de Cipriano quanto à salvação, vemos o início de um sistema penitencial plenamente formado. Eis então que surgem os manuais de penitencias para todo o tipo de pecado dentro das igrejas ocidentais (católicas romanas). Grandes teólogos argumentam que a teologia de Cipriano para unificar a igreja foi extrema demais e que o resultado foi um afastamento do cristianismo apostólico; ou seja, a igreja se institucionalizou segundo os padrões do império Romano. A partir daí, o vigário (substituto) de Cristo já não é mais o Espírito Santo, mas o bispo. Antes era “onde o Espírito estiver ali também estará sua igreja”. O Ensino passou a ser “onde estiver o bispo, ali também estará à igreja verdadeira”.


Neste contexto os pré-reformadores lutaram com as Escrituras nas mãos contra este distanciamento do ensino dos apóstolos. Em 1517 Lutero crava suas 95 teses na porta da catedral de Witterberg. Ao invés de usar “Só a igreja”, ele diz “Somente Cristo”. Dentro disso Lutero afirma que a salvação pertence a Deus e está com Cristo, autor e consumador de nossa fé (Hb 12.1-3), e não com a igreja. Agora todos que pela fé receberam a salvação em Jesus Cristo, em um só espírito, foram batizados em um só corpo e lhe foram dados de beber de um só Espírito (1 Co 12.13). Lutero diferenciou a igreja institucional do corpo místico de Cristo. Ou seja, “o Senhor conhece aquele que lhe pertence” (2 Tm 2.19), e no tempo devido, seus anjos, ajuntarão seus escolhidos, desde os quatro ventos, da extremidade da terra até a extremidade do céu (Mc 13.27). O homem é templo do Espírito Santo e o Reino de Deus está entre eles. Qualquer lugar físico, leitura bíblica, e a exposição dos ensinos dos profetas e apóstolos e o partir do pão com singeleza de coração são frutos da verdadeira Igreja, pois onde dois estiverem reunidos no Seu Nome, Ali Jesus se fará presente.


A Bíblia é clara em dizer que “em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” (At 4.12). Todos estão condenados devido a sua desobediência (Rm 11.32), e que não há um justo sequer (Rm 3.10). Mas Deus enviou Seu Filho a semelhança de homem para condenar o pecado na carne, e todo o que nEle crer, não perecerá, mas já tem a vida eterna (Rm 8.1). O homem pode escapar do julgamento da Eclésia, mas não do trono de Deus (Ap 20.11-15). O julgamento terá um único crivo para a justificação ou para condenação, a saber, Jesus Cristo (At 17.31). Quem crer, não será condenado; quem não crer, este terá a condenação eterna.
Quando restringimos a salvação a um grupo institucional estamos dizendo que Deus habita em templos feitos por mãos humanas e depende deles para ser servido.

OS PERIGOS NO MAU USO DA DOUTRINA DA PREDESTINAÇÃO









 

 
Por Fabio Campos

   Há uma vanglória por parte de alguns a despeito da “Doutrina da Predestinação” muito perigosa e nociva à mensagem das “Boas-Novas” em Cristo, O Salvador. Alguns pregadores focam na “eleição”, mas esquecem da “justificação”. A doutrina da predestinação é bíblica, e seu tema encontra-se com contundência em várias passagens das Escrituras sem precisar de muito esforço exegético para o entendimento (At 4.28; Rm 8.29,30; 9.11-13; Ef 1.4-6).
  
  A questão é como pregar e expor estes textos. Precisamos ter discernimento! Não sabemos quem são os “escolhidos” de Deus, e sem a justificação das boas novas, a reprovação fará o ouvinte olhar para si ao invés de olhar para o Salvador. Charles Spurgeon na sua refutação contra o hipercalvinismo disse:
Sou calvinista, gosto do que alguém chamou ‘calvinismo glorioso’, mas ‘hiperismo’ é quente demais para o meu paladar” [1].
  A doutrina da predestinação é o baluarte do crente em meio a dificuldades e tentações, lembrando-o constantemente que sua salvação pertence a Cristo que o escolheu e não na da força de seu braço. Este é o contexto que ela deve ser apresentada. Não há como pregar o evangelho por meio da predestinação sem antes falar da graça de Deus disponível a todos os homens [sem entrar no mérito do chamado eficaz e o chamado externo]. Para alguns pregadores a proclamação do evangelho é unicamente o meio para juntar os eleitos de Deus. Uma pregação sem misericórdia e desprovida da graça de salvadora de Deus-Pai.

  Precisamos ter outra abordagem para com os de fora. A ministração com a pressuposição de que nossa pregação deve alcançar os “pecadores eleitos” se tornará tendenciosa conspirando aos nossos conceitos e estado de “humor”. Certa vez perguntaram para Spurgeon “como é possível oferecer aos pecadores uma salvação que Cristo não realizou a favor deles”? Iain Murray no seu livro “Spugeon versus hipercalvinismo”, conta que ele pôs de lado essa questão como sendo uma coisa que Deus não quis explicar. Para ele era suficiente saber que o próprio Cristo Se oferece a todos; que o evangelho é para “toda criatura”, que todos os que vierem a Ele serão salvos, e que todos o que rejeitarem estão sem escusa. Ele disse que uma proclamação universal da boa notícia, das boas novas, com uma garantia para toda criatura, está no cerne do seu entendimento das Escrituras. Em acréscimo à argumentação bíblica segundo a qual os convites do evangelho não devem limitar-se aos que possuem certas experiências, Surpegeon adicionou o argumento de que tal limitação está sujeita a confundir almas necessitadas e a pô-las em perigo com uma forma de legalismo.

  Spurgeon disse que os homens mais penitentes são os que se consideram os mais impenitentes. Uma exposição da predestinação sem a justificação para os incrédulos é joga-los no inferno com a probabilidade de que Deus já tenha reservado uma morada no céu a eles. O príncipe dos pregadores prossegue neste argumento:
“Se começássemos a pregar aos pecadores que eles precisam ter certo senso de pecado e certa medida de convicção, esse ensino faria com que o pecador fugisse de Deus em Cristo para si mesmo. O homem começaria logo a indagar: ‘Teria eu coração partido, estaria abatido’? Essa é apenas outra forma da pessoa olhar para si mesma. O homem não deve examinar a si mesmo para encontrar motivos para a graça de Deus” [2]
  A capacidade de crer pertence unicamente aos eleitos por revelação do Espírito de Deus, e isto tem um tempo determinado; “há tempo para todo proposito debaixo do sol”. Por isso, o pregador que quer chamar seus ouvintes ao imediato arrependimento e fé, tendo isto por base para saber se o mesmo é um predestinado ou não, estará negando tanto a depravação humana como a Soberania de Deus. Um erro grave possa ser cometido neste contexto: “Predestinar um Judas Iscariotes e reprovar um ladrão arrependido nos últimos minutos de sua vida”. A respeito da soberania de Deus e da responsabilidade humana, Spurgeon, introduziu seu assunto com estas palavras:
“O sistema da verdade não é uma linha reta, mas duas. Nenhum homem chegará a ter uma correta visão do evangelho enquanto não souber ver as duas linhas ao mesmo tempo... Ora, se eu declarasse que o homem é tão livre para agir que não há presidência nenhuma de Deus sobre suas ações, eu seria levado para muito perto do ateísmo; e se, por outro lado, eu declarasse que Deus governa de tal modo todas as coisas que o homem não é livre para ser responsável, eu seria levado direto para o antinomianismo ou para o fatalismo. Que Deus predestina e que o homem é responsável são duas coisas que poucos conseguem enxergar. Estas verdades são tidas como incongruentes e contraditórias; contudo não são. É defeito do nosso fraco julgamento... é minha tontice que me leva a imaginar que duas verdades podem, alguma vez, contradizer-se uma a outra”. [3]
  A Soberania de Deus não contradiz o seu caráter. Os homens sem ao menos entender a “doutrina da predestinação” imaginam um Deus severo, zangado e feroz, muito facilmente levado à ira, mas não tão facilmente induzido ao amor. O puritano John Owen sempre aconselhava:
“Não enredemos o nosso espírito limitando a Sua graça... Somos aptos a pensar que estamos sempre dispostos a ter perdão, mas que Deus não Se dispõe a concedê-lo”. [4]
  O reformador João Calvino, nas últimas edições das Institutas, mudou o seu tratamento da eleição para fazê-lo seguir-se ao ensino da justificação. Ele dizia que quando a eleição é consequentemente introduzida como preliminar em relação a fazer ouvir o evangelho, inevitavelmente será como se fosse designada para limitar ou obstruir a salvação dos homens e das mulheres.
Inain Murray no mesmo livro disse “a conclusão final só pode ser que quando o calvinismo deixa ser evangelístico, quando se torna mais preocupado com a teoria do que com a salvação dos homens e das mulheres, quando a aceitação de doutrinas parece tornar-se mais importante do que a aceitação de Cristo, ele passa a ser, então, um sistema falido e invariavelmente vai perdendo seu poder de atração” [5]

  Precisamos chorar pelos perdidos ao invés de ostentar nossa eleição a eles. O sentimento de Cristo a vista de Jerusalém, o de Paulo para com os seus compatriotas e o de Moisés para com o seu povo, este choro e lamento, por aqueles que vão rejeitando a graça rumo ao inferno. A doutrina da predestinação é bíblica e uma segurança para o crente; mas quando contemplamos pessoas que amamos fora do aprisco do “Bom Pastor”, o desespero bate em nossa porta. Isso é um bom sinal! Do contrário seria preocupante.

  Que Deus nos dê graça para sermos mais prudentes ao expor essa doutrina tão preciosa dada a nós. Não sejamos inconsequentes ostentando “o saber” atribulando aqueles que ainda não foram iluminados no seu entendimento a respeito da sua salvação.
Fica a frase do reformador inglês John Bradford para o nosso aprendizado:
“Que o homem vá primeiro à escola secundária da fé e do arrependimento, antes de ir à universidade da eleição e da predestinação” [6].
Soli Deo Gloria!
Fabio Campos fabio.solafide@gmail.com
Referência bibliográfica das citações:
[1] Spurgeon Versus Hipecalvinismo, a Batalha pela Pregação do Evangelho; Murray, IAIN; Ed. PES; P. 63

[2] Spurgeon Versus Hipecalvinismo, a Batalha pela Pregação do Evangelho; Murray, IAIN; Ed. PES; P. 94

[3] Spurgeon Versus Hipecalvinismo, a Batalha pela Pregação do Evangelho; Murray, IAIN; Ed. PES; P. 99

[4] Spurgeon Versus Hipecalvinismo,a Batalha pela Pregação do Evangelho; Murray, IAIN; Ed. PES; P. 108

[5] Spurgeon Versus Hipecalvinismo, a Batalha pela Pregação do Evangelho; Murray, IAIN; Ed. PES; P. 138

[6] Spurgeon Versus Hipecalvinismo, a Batalha pela Pregação do Evangelho; Murray, IAIN; Ed. PES; P. 134

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Fonte: Blog do Fábio Campos, via Ministério de Beréia.

Via: Arte de Chorar 

                                  

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Erros de Interpretação: 2 Coríntios 3:17 - liberdade no Espírito

 



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Fonte: Roberto de Carvalho Forte, via Youtube
Via: Bereianos
 
                                                  

De A a Z: a verdade sobre o Salmo 119

 
  
 O Salmo 119 é o poema mais longo da Bíblia. É a oração mais longa da Bíblia. É o acróstico mais longo da Bíblia. É capítulo mais longo da Bíblia. Ele fica no centro da Bíblia e fala sobre a Bíblia. O Salmo mais longo é um salmo sobre Salmos. O capítulo mais desafiador da Palavra é um capítulo sobre a Palavra.
O escopo do Salmo 119 é amplo (22 estrofes) e limitado (cada verso é sobre a escritura). O capítulo cobre todos os aspectos da vida – sucessos, fracassos, vitórias, derrotas, prosperidade e adversidade – e, mesmo assim, é quase todo uma oração (praticamente todos os versos são dirigidos a Yahweh).
Por conta de sua extensão, sua unidade pode passar despercebida. As estrofes não são intercambiáveis. Pelo contrário, o Salmo é construído de forma a guiar o leitor em uma progressão da vida cristã. Ele cobre tudo o que você precisa saber para viver uma vida piedosa, de A a Z (ou “de aleph a tav”, no original). E ele o faz na ordem.

A (aleph) é o princípio fundamental da vida cristã: a felicidade vem da santidade. Se você não é santo, você não é feliz, e se você deseja ser feliz, tente a santidade (é por isso que só essa estrofe, assim como bet e het, já é um antídoto poderoso à abordagem “Jesus + Nada” à santificação).

B (bet) mostra que santificação produz satisfação. Essa é uma satisfação que afeta cada área da vida, e se transforma em um deleite e alegria que faz uma pessoa se sentir melhor que a pessoa mais rica do mundo. De fato, essas duas primeiras estrofes fazem a vida do crente parecer fácil, se não fosse por:

C (gimel), que ensina que crentes são peregrinos. Esse mundo não é nossa casa. Nós estamos de passagem, e nós nunca iremos, de fato, pertencer a este mundo. Isso já seria difícil o bastante, mas então descobrimos que

D (dalet) a vida do peregrino é marcada por dificuldades. Nossa alma irá passar tempo na poeira, cheia de sofrimento, enquanto pedimos a Deus que nos torne mais obedientes.

E (he) é um truísmo: o resultado dessas dificuldades é que você é o que você ama. O valor de um homem é visto no valor do objeto de suas afeições. Você quer ser alguém de valor? Então ame a Palavra inestimável!

F (vav) serve como uma recapitulação, mostrando a progressão da vida do crente. Fé leva a confiança, confiança a perseverança, perseverança a dificuldades e as dificuldades levam à santidade.

G (zayin), então, nos lembra que, por mais que tudo isso seja verdade, não é fácil. Só porque o caminho está descrito, não significa que será simples trilhá-lo. Nossas vidas serão marcadas  pelas dificuldades. Felicidade está ligada a santidade, mas isso não significa que santidade é fácil.

H (het) é escrita à luz dessa tensão: mesmo que o caminho seja difícil, o salmista se compromete a andar por ele, não obstante a severidade das tentações e perseguições. Sabendo dos perigos e dificuldades, o verdadeiro crente se compromete a resistir.

I (tait), por sua vez, ensina que esse compromisso não é feito em um vácuo. Pelo contrário, só é possível fazê-lo por conhecer a realidade do que chamamos de graça irresistível. Deus irá buscar seus filhos. Os eleitos não irão se desviar do caminho, pois Deus é “o cão de caça dos céus”.
Assim, J (yod) mostra que, quando Deus nos alcança, experimentamos a força total da razão pela qual fomos criados: nós fomos criados para obedecer. Deus nos fez com suas mãos para que pudéssemos servi-lo com as nossas.

K (kaph) então pausa por um momento e nos mostra que nem todas as dificuldades ocorrem por causa do mundo. Em alguns casos, Deus decide afligir mesmo seus filhos obedientes, para santificá-los. Isso pode ser obviamente visto na pessoa de Jesus Cristo.

L (lamed) responde K ao provar que Deus irá salvar mesmo aqueles que aflige. Deus pode afligir seus próprios filhos, mas o justo sempre será vindicado por ele – mesmo se, para isso, for preciso uma ressurreição.

M (mem) é uma resposta à gravidade das verdades descritas em K e L. É uma declaração de que a verdadeira sabedoria se desenvolve por meio da Palavra e dos caminhos de Deus. Seus caminhos não são os nossos, seus planos não são os nossos e, assim, aquele que conhece sua Palavra irá odiar a falsa sabedoria e se agarrar aos caminhos de Deus.

N (nun) responde essa questão básica: como pode a pessoa sábia se manter nos caminhos de Deus em um mundo que é tão hostil ao cristão? O mundo está cheio das trevas da falsa sabedoria, e os filhos de Deus são estrangeiros cercados por perigos. Mas sua Palavra é uma luz para nossos pés – nosso GPS que nos irá levar para casa.

O (samech) ensina que, enquanto a Palavra de Deus guia os crentes, o julgamento de Deus certamente aguarda aqueles que não vem para a luz
Mas para aqueles que vem, ayin mostra que Deus os protege sob suas mãos. Se você está na luz, você é um escravo de Deus, um escravo da santidade e um escravo de Sua Palavra.

P (pe), então, mostra como Deus usa seus escravos. Ele os coloca em uma guerra santa, uma batalha contra o pecado. Somos seus guerreiros, e a santidade é nosso campo de batalha.
Tsade ilustra as linhas de batalha: Deus é justo, e todos os outros estão do outro lado. Se você não estiver reconciliado com ele por meio do Verbo, você é seu inimigo.
À luz dessa divisão, Q (cough) mostra que devemos confiar na oração. Somos soldados em batalha e a oração é nosso meio de comunicação com o Comandante.
R (resh) simplesmente ensina que oração não é o suficiente para a nossa batalha -  o que é bom, porque você não está sozinho. Deus sempre responde aqueles que oram com fé, e ele irá salvar aqueles que clamam a ele.

S (shin) é uma representação daqueles que foram resgatados. É uma descrição do que eles fazem, com o que eles se importam e como eles se sentem. Vemos que aqueles que são resgatados amam a palavra de Deus e odeiam os inimigos de Deus.

T (ou “Z”, tav, a última letra) sobe os créditos e exibem uma imagem eterna do crente resgatado como uma ovelha que necessita de seu pastor. Mesmo após passear pela vida do crente, de A a Z, ainda estamos na posição de ovelhas, totalmente dependentes da palavra de Deus.

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