Por Fabio Campos
“Ordene aos que são ricos no presente mundo que não sejam arrogantes,
nem ponham sua esperança na incerteza da riqueza, mas em Deus, que de
tudo nos provê ricamente, para a nossa satisfação”- 1 Timóteo 6.17 (NVI)
Nestes últimos meses, toda vez que vou ao mercado, eu “trago um
embrulhinho na mão e deixo um saco de dinheiro”. Pois é, meus amigos, o
negócio foi além das piores e mais pessimistas previsões. Estamos numa
crise econômica e não há como negar que 2015 naquilo que eles estão
falando ser um ano de “ajustes”, na verdade, é o ano do pagamento de uma
fatura dos gastos irresponsáveis de governantes que olharam somente
para o seu umbigo.
Os juros estão cada vez mais altos; os impostos aumentam e os benefícios
diminuem. O resultado disto tudo? Famílias endividadas que vão à busca
de crédito. Muitos com os seus orçamentos apertados não conseguem arcar
com os custos e acabam entrando no “ciclo suicida” que os bancos usam
para escravizar os seus tomadores; juros sobre juros; amortizar a dívida
que é bom, nada!
Posto isso, então, onde iremos buscar socorro? Vou fazer outra pergunta?
Onde você tem colocado a sua esperança? Vou além! Não somente na
escassez, mas na FARTURA, onde você tem colocado a sua confiança? Paulo
nos exorta severamente a não colocarmos nossa esperança na “incerteza
das riquezas” (1 Tm 6.17).
É bem provável que a igreja de Éfeso, na qual Timóteo era pastor,
detinha na maioria do seu pessoal, irmãos ricos. Então, Paulo, sabendo
de como os ricos são tentados a colocarem a sua esperança nas riquezas,
escreve a Timóteo exortando a igreja a colocar a esperança unicamente em
Deus que nos sustenta em tudo.
Jesus nunca nos advertiu acerca dos perigos da “pobreza”, mas Ele sempre
falou a respeito dos perigos da riqueza. O dinheiro não é neutro. O
Senhor disse que o dinheiro é um “deus” (Mt 6.24). Como se diz na gíria
do mercado financeiro, “o dinheiro não leva desaforo”, pois “as riquezas
desaparecem assim que você as contempla; elas criam asas e voam como
águias pelo céu” (Pr 23.5). Citando outra vez Paulo Romeiro, “o dinheiro
é um ótimo servo, mas ele nunca será um bom patrão”. Onde você tem
colocado a sua esperança?
O Eike Batista colocou a esperança dele no dinheiro. Será que ele não se
arrependeu por isso? Ele não estava satisfeito com o que tinha, e
querendo ganhar um pouco mais, perdeu quase tudo. É o que está escrito:
“Quem ama o dinheiro jamais terá o suficiente; quem ama as riquezas
jamais ficará satisfeito com os seus rendimentos” (Ec 5.10 NVI). O medo
de perder nos impulsiona a buscar por mais; o resultado disto é
inquietação, ansiedade e perturbação para si e para com os de sua volta,
como está escrito: “Sim, cada um vai e volta como a sombra. Em vão se
agita, amontoando riqueza sem saber quem ficará com ela” (Sl 39.6 NVI).
Nossos medos e incertezas em tempos de crise provêm da capacidade que
achamos ter, fruto da comparação que fazemos com aquele que está, ou
acima, ou abaixo do nosso padrão. Confiamos em nosso talento,
entretanto, chega uma hora que as nossas forças se esvai. Como nos
achamos “autossuficientes” e com a constatação que de fato não somos
aquilo que pensávamos ser, logo, então, o medo do fracasso bate em nossa
parte; você vira um refém da situação.
Devemos colocar nossa esperança unicamente em Deus. Vamos buscar
recursos para nos aperfeiçoar; precisamos nos esforçar para fazer o
melhor; todavia, nossa confiança deve estar em Deus que nos supre. Jesus
manda que vivamos o dia sem se preocupar o que nos acontecerá amanhã
(Mt 6.34). Mas ansiosos que somos, com o medo do fracasso, vivemos o
mês, o ano e a década. Pára um pouquinho aqui; faça uma breve reflexão;
você lembre a sua situação em janeiro de 2010? Você se programou e as
coisas saíram conforme a sua programação durante nestes cinco anos? Será
que não é mais fácil viver um dia de cada vez?
O Senhor sabe do que precisamos antes mesmo de pedir. Querer conforto
não é pecado, pois é bênção de Deus, como o próprio Paulo diz: “... mas
em Deus, que de tudo nos provê ricamente, para a nossa satisfação”. Por
vezes passamos por privações. Entenda a diferença entre privação e
necessidade. Necessidade é algo criado por Deus. Por exemplo: você
precisa tomar água. O marketing não cria a necessidade; ele promove o
produto para “suprir” a necessidade. Nós nos privamos de muita coisa.
Isso faz parte. O corpo pede água, o marketing nos oferece a Coca-Cola.
Entendeu? Como você está em dificuldades financeiras, por exemplo, não
tomará Coca, mas água que é mais barata (por enquanto). Estamos muitas
vezes passando por privações, mas aquilo que é necessário, certamente,
está garantido (Mt 6. 25-34).
Ser rico não é pecado como ser pobre não é maldição. A questão é o amor
ao dinheiro, como disse Paulo Romeiro: “O problema da teologia da
prosperidade não é a prosperidade, mas a teologia”. Ser prospero é
bênção de Deus. A sabedoria que precisamos pedir ao Senhor não é a
terrena, mas a do alto. Algum tempo atrás a editora Sextante lançou um
livro chamado “As 25 leis bíblicas do sucesso”. O livro tinha o selo do
Eike Batista. O que aconteceu? Depois de tudo o que aconteceu a editora
decidiu tirar o nome do Eike das edições que se seguiram. Há uma grande
diferença entre a sabedoria dos homens para a sabedoria de Deus.
Ao se planejar precisamos pedir a Deus habilidade. O próprio Senhor
Jesus nos exorta a fazer tal cousa (Lc 14.28-30). Não devemos ser
pródigos e gastar o recurso que chega a nós irresponsavelmente ainda que
tenha muito: “O homem de bom senso economiza e tem sempre bastante
comida e dinheiro em sua casa; o tolo gasta todo o seu dinheiro assim
que o recebe” (Pr. 21.20). Como o Pastor Paulo Romeiro sempre diz: “Fé e
bom senso devem caminhar juntos”. A prudência não é contrário a fé,
como está escrito: “Com sabedoria se constrói a casa, e com
discernimento se consolida” (Pr 24.3).
Se Deus colocou recursos em suas mãos, certamente tem algum propósito a
fazer com ele. As vezes é para abençoar a vida de alguém; as vezes é
para poupar, pois você vai precisar dele no futuro; as vezes é para você
viajar com a sua família e desfrutar de um lazer. Quando fazemos o que
queremos com aquilo que foi colocado em nossas mãos, não vemos a cor do
dinheiro. O povo de Israel era assim. Deus ordenou que o maná fosse
colhido em porções diárias. Eles não confiando na provisão de Deus,
colheram mais daquilo que o Senhor tinha ordenado; o que aconteceu? O
maná “deu bichos e cheirava mal” (Ex 16. 19-21).
O sentido de “esperança” empregado por Paulo no texto (1 Tm 6.17),
conota “esperar em alguém”; “confiar em”; só Deus é certo e só as suas
bênçãos não acrescentam dores. Ponha a sua esperança em Deus; se
planeje; busque sabedoria do alto; seja um melhor profissional nunca
perdendo a humildade, e com tudo, Deus te honrará. Eu não tenho dúvidas
que você que esteja passando por uma situação financeira difícil e mesmo
assim continua sendo fiel a Deus, para a glória de Deus, sairá dessa,
como está escrito:
“Conservem-se livres do amor ao dinheiro e contentem-se com o que vocês
têm, porque Deus mesmo disse: "Nunca o deixarei, nunca o abandonarei".
Podemos, pois, dizer com confiança: "O Senhor é o meu ajudador, não
temerei. O que me podem fazer os homens?” – Hebreus 13. 5-6 (NVI).
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