Por Rodrigo Ribeiro
Eis que fizeste os meus dias como a palmos; o tempo da minha vida é como nada diante de ti; na verdade, todo homem, por mais firme que esteja, é totalmente vaidade.
Salmos 39:5
Confiamos demais em nós mesmos. Apresentamos um quadro grave de fobia ao desconhecido e inesperado. Até os mais aventureiros entre nós, só desejam a adrenalina nos limites da sua diversão, pois uma coisa é permitir que seu corpo seja atirado do alto de uma ponte, amarrado apenas por uma corda, outra totalmente diferente é permitir que alguém tenha acesso irrestrito a nossa conta bancária e que cuide de nossos interesses em nosso. Odiamos perder o controle de nossas vidas. Isso nos apresenta um diagnóstico: o problema não é que confiamos pouco nos outros, mas significa que confiamos demais em nós mesmos, e só.
Tal procedimento, quando direcionado aos homens, encontra algum respaldo, mas quando direcionamos esta desconfiança a Deus, incorremos numa atitude de completa insensatez e incredulidade. Mas o melhor de tudo é que o Senhor, se nos ama, não permitirá que fiquemos nesta situação. Ele nos arrancará dela. De que forma? O repertório de medidas a serem tomadas por sua santa mão são infinitos, no entanto, estejamos certo que por vezes serão dolorosos, embora sempre bons e necessários.
O Salmista expõe diante de nós um coração que aprendeu estas verdades a custo de bastante sofrimento. Ao contemplar a finitude e brevidade da vida, em comparação com a eternidade de Deus, como podemos procurar estabilidade e segurança em nós mesmos? Seria uma carteira assinada ou imóvel livre de hipoteca mais seguro que a mão que firma todo o universo? Pensamos que estamos no controle de nossas vidas. A dor nos desperta desta imensa tolice. É por isso que muitas vezes, em um minuto tudo vira pó e os planos se desmancham. Se nós somos mera neblina, que dirá de nossos sonhos tão frágeis? A verdade indubitável encontra-se na consciência bíblica de nossas limitações, como afirma o poeta:
Desenho planos, traço a vida, como se eu fosse autor
Pura ilusão eu sei, e acordo sempre que há dor. [...]
Ainda que a vida às vezes doa contigo eu quero prosseguir
Não sei pra onde, quando, nem muito menos como
Mas sem com que eu vou
Sei a quem eu vou seguir (Gladir Cabral)
As decepções são alertas do Senhor. Deus as usa para nos lembrar de nossa fragilidade. Nossa alma só está segura quando repousa Nele. Sem ansiedade, e sem a tola pretensão de controlar os rumos de nossa vida.
Quando os sonhos que transformamos em ídolos tornam-se pó diante de nossos olhos, a misericórdia do Senhor nos acolhe, enxuga nossas lágrimas e aplica a nossos corações a mais preciosa promessa para os momentos de dor: Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e ele o fará (Salmos 37:5).
É assim que devemos andar. Olhos fitos Nele e corações curvados diante de sua soberania. Ele deseja ser o nosso único recurso infalível, e para isso irá frustrar todas as nossas rotas de fuga, todos os sonhos que nos prometam estabilidade a parte Dele. E quanto isto ocorrer, levante a cabeça e siga. Confie no mestre que vai à sua frente. Ele cuida de seu povo e seu grande e soberano plano jamais será frustrado. Os teus podem se frustrar, mas os dele não. E acredite: os Dele são sempre melhores.
Viva pela fé!
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Rodrigo Ribeiro é advogado, teólogo e colunista no Púlpito Cristão
Viva pela fé!
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Rodrigo Ribeiro é advogado, teólogo e colunista no Púlpito Cristão
Fonte: Púlpito Cristão
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