Cinco Votos para Obter Poder Espiritual.

Primeiro - Trate Seriamente com o Pecado. Segundo - Não Seja Dono de Coisa Alguma. Terceiro - Nunca se Defenda. Quarto - Nunca Passe Adiante Algo que Prejudique Alguém. Quinto - Nunca Aceite Qualquer Glória. A.W. Tozer

sexta-feira, 20 de março de 2015

Se já Sou Eleito mesmo, pra que Viver em Santidade?

 
















 


 Por causa do texto que escrevi na semana passada, um leitor me enviou a mensagem abaixo:

Prezado Pr. Marcos:

 Eu gostaria de dizer que concordo com o que o senhor escreveu no boletim da semana passada, mas minhas dúvidas são outras.
 Tendo em vista a eleição incondicional, qual o ponto chave para que um crente não esfrie seu amor por Deus ou deixe de fazer boas obras por saber que é eleito? Outra coisa: Por que ele se sentiria no dever de evangelizar, se Deus já tem seus eleitos que fatalmente irá salvar? Devo orar para que Deus salve os outros? Será que adiantaria orar por isso se Deus já elegeu os seus? Já que somos eleitos, é necessária a comunhão?
 Minha dúvida é nesses pontos, pois parece que a doutrina da eleição deixa os crentes “de mãos atadas”. Não importa o que eu faça, Deus já elegeu os seus, seja para o seu amor ou para a sua ira.
Irmão Y
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Sei que os questionamentos do irmão Y são muito comuns. Por isso, publico aqui a resposta dada a ele também.

  Prezado irmão Y:
Obrigado por ter coragem de levantar essas questões. Você não tem ideia de como exatamente essas perguntas incomodam os crentes que aprendem a doutrina da eleição incondicional. Aliás, muitas vezes, os arminianos as fazem para atacar essa doutrina, acreditando ingenuamente que elas são um “xeque-mate” para a teologia bíblica da soberania de Deus na salvação. De antemão, porém, deixe-me tranquilizá-lo. Essas perguntas não são um xeque-mate. Como você verá, elas são apenas os movimentos inofensivos de um peão nas mãos de um aprendiz de xadrez. Vamos por partes.

A figura de alguém que nasceu de novo pela fé em Cristo e passa a vida sem amor por Deus, sem boas obras e sem preocupação com a vida de santidade é uma invenção. Essa figura não existe. Vou explicar por quê.

Note bem: para o arminianismo a fé salvadora é apenas uma decisão humana, algo de origem natural que procede da mente da pessoa, como a decisão de fazer um curso de espanhol ou a opção de acreditar nas histórias contadas por nossos avós. Para eles, a fé salvadora é algo só da gente — uma reação natural, humana e, às vezes, passageira.

Segundo a Bíblia, porém, a fé salvadora não é assim. Ela é uma fé santa, sobrenatural e transformadora, cuja fonte é Deus, sendo ele também quem a concede aos seus eleitos (Jo 6.37,44,65; Ef 2.8; Fp 1.29; Hb12.2). Aliás, seria uma piada acreditar que uma fé dessa natureza pudesse ser gerada pelo depravado e enganoso coração humano (Jr 17.9). Isso seria o mesmo que acreditar que uma fossa produza orquídeas ou que uma lesma possa dar à luz um querubim. Um absurdo!

Pois bem, essa fé santa, segundo a Bíblia, não é somente santa. Ela também é santificadora. Isso significa que ela é dinâmica e atuante, trabalhando na vida de quem a recebeu e produzindo transformações na vida dessa pessoa. Um professor meu dizia que o homem salvo é salvo pela fé somente, mas essa fé somente não é uma fé sozinha. Ela é acompanhada de poder purificador. Assim, o indivíduo que tem essa fé sobrenatural é transformado numa nova criatura (2Co 5.17), sua culpa diante de Deus desaparece (Rm 5.1; 8.1), o amor de Deus passa a ser derramado em seu coração (Rm 5.5), a inclinação do Espírito (uma nova atração e tendência para as coisas santas) passa a ser experimentada por ele (Rm 8.5), o domínio da carne sobre ele começa a se enfraquecer (Rm 6.6; Cl 3.9-10), uma obra de aperfeiçoamento espiritual tem início na vida desse indivíduo (2Co 3.18; Fp 1.6), a iluminação especial do Espírito Santo passa a operar em sua mente, fazendo-o aceitar coisas que antes ele via como absurdas (1Co 2.14-15). Enfim, essa fé muda tudo, não deixando espaço para a hipótese que você levantou de um crente com as mãos atadas para a obra do bem; alguém que passa a vida no chiqueiro do mundo, sem ligar pra nada e pensando: “Já sou eleito mesmo (óinc!)”.

Você deve estar pensando: “Ei, espere um momento! A Bíblia fala de crentes carnais! Pastor, você se esqueceu da igreja de Corinto? Havia ali gente imoral, gente briguenta e até gente que se embriagava durante a ceia? E aí? Cadê a obra santificadora da fé nesses crentes?”.

Opa! Boa pergunta! De fato, os coríntios eram encrenca! E não adianta tentar fugir do problema dizendo que eles não eram crentes de verdade, porque eles eram sim. Paulo chega a dizer que eles eram santificados! (1Co 1.2). Como, então, harmonizar a fé santificadora com a realidade de crentes assim?

Irmão Y, algo muito evidente no Novo Testamento é que a fé salvadora não garante a ausência de períodos temporários de fraqueza. A fé salvadora atua aos poucos na pessoa (2Co 3.18; Fp 1.6). Ela não erradica de uma vez a natureza pecaminosa do crente, nem garante que ele não caia em tentações. No entanto, mesmo em meio a tudo isso, ela continua atuando, impedindo que a pessoa viva no desagrado de Deus por um tempo sem fim. Você sabe quanto tempo durou a carnalidade dos coríntios? Durou mais ou menos três anos (talvez menos). Durante esse tempo, Paulo escreveu três cartas a eles (duas delas nós não temos mais hoje) e enviou dois mensageiros para admoestá-los (Timóteo e Tito). Então, os coríntios se arrependeram e Paulo lhes escreveu uma quarta carta (é a nossa 2Coríntios) elogiando a atitude deles (2Co 7.9-11).

Está vendo? A fé salvadora, ainda que não faça um trabalho de transformação imediata, é sempre atuante. O Espírito que habita naquele que a tem opera no coração dessa pessoa e a incomoda. Então esse indivíduo se arrepende logo e prossegue em sua vida cristã normal. Assim, a figura do eleito do Senhor que pensa “já sou eleito, vou deixar Deus de lado, abandonar meus irmãos e cair na farra” e passa a vida inteira assim é um mito. Aliás, não acredite na conversão de gente que está desviada há dez, vinte ou trinta anos. O crente verdadeiro tem uma fé viva (diferente da fé morta mencionada por Tiago). E essa fé viva produz frutos de santidade, amor e pureza (Mt 13.23). Se em algum momento, isso tudo parecer sumir no crente verdadeiro, essa fase durará pouco, pois o Autor da fé é também seu Consumador (Hb 12.2) e ele fará com que essa fé volte a frutificar bem depressa, como fez em Corinto.

Bom, você também perguntou sobre evangelismo e oração. Sobre isso vou escrever na semana que vem, ok? Meu espaço acabou!
Forte abraço,

Pr. Marcos Granconato
 
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Fonte: Igreja Batista Redenção 
 
                                         

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