Cinco Votos para Obter Poder Espiritual.

Primeiro - Trate Seriamente com o Pecado. Segundo - Não Seja Dono de Coisa Alguma. Terceiro - Nunca se Defenda. Quarto - Nunca Passe Adiante Algo que Prejudique Alguém. Quinto - Nunca Aceite Qualquer Glória. A.W. Tozer

sexta-feira, 24 de junho de 2011

JOHN WESLEY - O NOVO NASCIMENTO - parte 3

III

A quem tenha considerado essas coisas não é difícil perceber a necessidade do novo nascimento e responder à terceira pergunta. Para que fim é necessário nascer de novo? Mui facilmente se compreende que isto é necessário, primeiro, à santidade. Que é santidade, segundo os Oráculos de Deus? Não é uma religião meramente exterior, um amontoado de obrigações externas, qualquer que seja o número delas e qualquer que seja a exatidão com que sejam cumpridas. Não: a santidade evangélica não é menos do que a imagem de Deus impressa sobre o coração; não é outra coisa senão toda a mente que havia em Cristo Jesus; consta de todos os afetos e disposições celestiais fundidos num só. Implica num tal amor, contínuo e agradecido, Aquele que não nos ocultou seu Filho, seu Único Filho, de modo a tornar natural, de maneira imperativa, o amor a todos os filhos dos homens, à medida que nos enche “de coração misericordioso, ternura, doçura e longanimidade”. É um tal amor de Deus que nos ensina a sermos inculpáveis em toda maneira de conversação; que nos habilita a apresentarmos nossas almas e corpos, tudo que somos e tudo quanto temos, todos os nossos pensamentos, palavras e ações, como um contínuo sacrifício a Deus, aceitável através de Cristo Jesus. Ora, esta santidade não pode existir enquanto não formos renovados na imagem de nossa mente. Não pode começar na alma enquanto não for operada aquela mudança; até que, revestidos do poder do Altíssimo, formos tirados “das trevas para a luz, do poder de Satanás para o poder de Deus”, isto é, até que tenhamos nascido de novo; o que é, portanto, absolutamente necessário à santidade.
2. Mas, “sem santidade ninguém verá ao Senhor”, ninguém verá a face de Deus em glória. Em conseqüência, o novo nascimento é absolutamente necessário à eterna salvação. Os homens podem na verdade lisonjear-se (tão desesperadamente mau e tão enganoso é o coração do homem!) na esperança de que possam viver em seus pecados, até chegarem ao último suspiro, e ainda depois viverem com Deus; e milhares realmente crêem que encontraram uma estrada larga que não leva à perdição. “Que perigo”, dizem eles, “pode correr a mulher, com aquele que é tão sem maldade e tão virtuoso? Que perigo há que homem tão honesto, de tão rigorosa moral, possa perder o céu; especialmente se, sobre e acima de tudo isso, freqüenta a igreja e os sacramentos?” Um desses perguntará com toda a segurança: “Quê! não faço tanto bem como meu próximo?” Sim, tanto bem como teu próximo ímpio; tanto bem como teu próximo que morre em seus pecados! Na verdade, descereis todos ao abismo, ao mais profundo inferno! Todos vos reunireis no lago de fogo; no “lago de fogo que arde com enxofre”. Então, afinal, vereis (conceda-vos Deus que possais vê-la antes!) a falta que faz à glória a santidade, e, conseqüentemente, a falta do novo nascimento, uma vez que ninguém pode ser santo, a não ser que seja nascido de novo.
3. Pela mesma razão, ninguém pode ser feliz, mesmo neste mundo, se não nascer de novo. Porque não é possível, pela própria natureza das coisas, que seja feliz o homem que não é santo. Mesmo o pobre, ímpio poeta, podia dizer-nos: Nemo malus felix: “Nenhum mau é feliz.” A razão é clara: todas as inclinações ímpias são inclinações desagradáveis: não só, a malícia, o ódio, a inveja, o ciúme, a vingança, criam um inferno presente na consciência, mas ainda as paixões mais brandas, se não forem mantidas dentro dos devidos limites, darão mil, vezes mais dores do que prazeres. Mesmo a “esperança”, quando “adiada” (e quão freqüentemente deve isto acontecer!) – “torna o coração enfermo”; e todo desejo que não seja conforme à vontade de Deus, pode “traspassar-nos de muitas dores”. Todas aquelas fontes gerais de pecado – o orgulho, a obstinação e a idolatria – são, à medida que predominam, fontes gerais de miséria. Portanto, enquanto elas reinarem na alma, nesta não terá lugar a felicidade. Mas esses males devem dominar, até que as tendências de nossa natureza sejam mudadas, isto é, até que tenham nascido de
novo; conseqüentemente, o novo nascimento é absolutamente necessário não só à felicidade neste mundo, como à felicidade no mundo vindouro.

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