Cinco Votos para Obter Poder Espiritual.

Primeiro - Trate Seriamente com o Pecado. Segundo - Não Seja Dono de Coisa Alguma. Terceiro - Nunca se Defenda. Quarto - Nunca Passe Adiante Algo que Prejudique Alguém. Quinto - Nunca Aceite Qualquer Glória. A.W. Tozer

sexta-feira, 24 de junho de 2011

JOHN WESLEY - O NOVO NASCIMENTO - parte 1

“Importa-vos nascer outra vez”. (João 3.7)
1. SE QUAISQUER doutrinas, dentro do círculo do cristianismo, podem ser propriamente chamadas
“fundamentais”, estas serão, sem dúvida, duas: a doutrina da justificação e a do novo nascimento: a primeira relacionando-se com a grande obra que Deus faz por nós, perdoando nossos pecados; a última, referindo se à grande! Obra que Deus opera em nós, renovando-nos a natureza decaída. Quanto ao tempo, nenhuma delas tem a primazia: no momento em que somos justificados pela graça de Deus, pela redenção que há em Jesus, somos também “nascidos do Espírito”; mas, em urdem de pensamento, como é de uso expressar-se, a justificação precede ao novo nascimento. Primeiro, concebemos sua ira apartando-se de nós e depois seu Espírito operando em nossos corações.
2. Que importância enorme deve ter então, para todo filho do homem, o compreender profundamente essas doutrinas fundamentais! Partindo de uma perfeita compreensão disto, muitos homens excelentes têm escrito com abundância acerca da justificação, explanando cada ponto relativo a ela e abrindo as Escrituras que tratam do assunto. Muitos têm igualmente escrito sobre o novo nascimento, e alguns deles com bastante largueza; mas ainda não tão claramente como se poderia desejar, nem de modo tão profundo e acurado: apresentam uma obscura, confusa versão do novo nascimento, ou uma versão leve e superficial. Parece, portanto, haver necessidade de uma completa e ao mesmo tempo clara definição do novo nascimento; uma definição que nos habilite a dar satisfatória resposta a estas três perguntas:
Primeiro – Por que precisamos nascer de novo? Qual é o fundamento da doutrina do novo nascimento? Segundo – Como podemos nascer de novo? Qual é a natureza do novo nascimento? E, terceiro – Para que devemos nascer de novo? Para que fim isto é necessário? Estas questões, com a assistência de Deus, pretendo responder breve e claramente, e depois acrescentar umas poucas inferências que naturalmente ocorram.

I

1. Primeiro – Por que precisamos nascer de novo? Qual é o fundamento da doutrina do novo nascimento?
Seu fundamento remonta tão longe e tão profundamente como à criação do mundo. Na descrição bíblica desse evento lemos: “E Deus”, o Deus Trino, “disse: façamos Q homem à nossa imagem e segundo nossa semelhança”. Assim Deus criou o homem à sua própria imagem, à imagem de Deus o criou” (Gn 1.26,27) ; não meramente à sua imagem natural, um retrato de sua imortalidade; um ser espiritual, dotado de entendimento, liberdade de vontade e vários afetos; não meramente à sua imagem política, o governador deste mundo inferior, tendo “domínio sobre os peixes do mar e sobre toda a terra”; mas principalmente à sua imagem moral que, no dizer do apóstolo, é “justiça e verdadeira santidade” (Ef 4.24). Segundo essa imagem o homem foi feito. “Deus é amor”: conseqüentemente, o homem, ao ser criado, estava cheio de amor, que era o único móvel de todas as suas disposições, pensamentos, palavras e aros. Deus é cheio de justiça, misericórdia e verdade: assim era o homem ao sair das mãos de seu Criador. Deus é imaculada pureza: e assim era o homem no começo, puro de toda mancha pecaminosa; de outro modo Deus não oteria achado, assim como a todas as demais obras de suas mãos, “muito bom” (Gn 1.31). Bom
não podia o homem ter sido, se não fosse limpo de pecado e cheio de Justiça e verdadeira santidade. Porque não há meio termo: se supusermos que uma pessoa Inteligente não ame a Deus, não seja justa e santa, necessariamente havemos de supor que essa pessoa não seja boa de modo nenhum, e ainda menos “muito boa”.
2. Mas, embora tivesse sido o homem feito à imagem de Deus, ele não foi feito, todavia, imutável. Isto teria sido inconsistente com o estado de prova em que foi do agrado de Deus colocá-la, Foi criado com capacidade de permanecer de pé, e, no entanto, também sujeito a cair. E isto o próprio Deus lhe deu a conhecer e fez-lhe a tal propósito uma solene advertência. Não obstante, o homem não permaneceu em glória; caiu de sua alta condição. Ele “comeu da árvore a respeito da qual o Senhor lhe havia recomendado, dizendo: tu não comerás dela”. Por esse ato voluntário de desobediência a seu Criador, por essa franca rebelião contra seu Soberano, o homem abertamente declarou que não mais queria que Deus o governasse; que desejava ser governado pela sua própria vontade, ê não pela vontade daquele que o criara; e que não pretendia buscar sua felicidade em Deus, mas no mundo, nas obras de suas mãos. Ora, Deus lhe havia dito antes: “No dia em que comeres” daquele fruto, “certamente morrerás”. E a
palavra do Senhor não pode falhar. Conseqüentemente, naquele dia ele morreu: morreu para Deus – a mais tremenda de todas as mortes. Perdeu a vida de Deus: foi separado de Deus – e sua vida espiritual consistia precisamente nessa união. O corpo morre quando se separa da alma; morre a alma quando se separa de Deus. Mas essa separação de Deus Adão a experimentou no dia, na hora em que comeu do fruto proibido. E disso deu, prova imediata, mostrando pela sua conduta que o amor de Deus estava extinto em sua alma, a qual se encontrava agora “afastada da vida de Deus”. Em troca, estava agora sob o temor servil, de modo que fugiu da presença do Senhor. Sim, tão pouco conservou do conhecimento daquele que enche o céu e a terra, que tentou “esconder-se do Senhor Deus em meio das árvores do jardim” (Gn 3.8): destarte havia ele perdida tanto o conhecimento como o amor de Deus, sem os quais a imagem de Deus não podia subsistir. Desta, portanto, foi ele privado ao mesmo tempo e tornou-se ímpio e infeliz. Em lugar da imagem de Deus, revestiu-se de orgulho e obstinação, verdadeira imagem do diabo; e de apetites e desejos sensuais, à semelhança dos brutos que perecem.
3. Se se disser: Mas aquela advertência – No dia em que comeres dela, certamente morrerás, refere-se à morte temporal, e somente a esta, isto é, à morte do corpo” – responder-se-á de pronto: Afirmar isto é franca e palpavelmente tratar a Deus como mentiroso; asseverar que o Deus da verdade positivamente afirmava uma coisa contrária à verdade. Porque é evidente que Adão não morreu naquele sentido, “no dia em que comeu dela”. Adão viveu, no sentido oposto a essa morte, por mais de novecentos anos. Assim, a expressão não pode ser entendida como morte corporal,. sem ofensa à veracidade de Deus. Deve, por tanto, ser entendida como morte espiritual, como a perda da vida e da imagem de Deus.
4. E em Adão todos morreram, toda a espécie humana, todos os filhos dos homens que então estavam nos lombos de Adão. A conseqüência natural disso é que todo descendente seu vem ao mundo espiritualmente morto, morto para Deus, totalmente morto – em pecados; inteiramente vazio da vida de Deus; destituído da imagem de Deus, de toda aquela justiça e santidade com que Adão fora criado. Em lugar disto, todo homem nascido no mundo traz agora a imagem do diabo, no orgulho e na obstinação; a imagem do animal, em apetites e desejos sensuais. Este é, pois, o fundamento do novo nascimento – a completa corrupção de nossa natureza. Daí é quê resulta que, sendo nascidos em pecado, precisamos “nascer de novo”. Daí a necessidade de nascer do Espírito de Deus todo aquele que tenha nascido de mulher.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Redes Sociais

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...