Cinco Votos para Obter Poder Espiritual.

Primeiro - Trate Seriamente com o Pecado. Segundo - Não Seja Dono de Coisa Alguma. Terceiro - Nunca se Defenda. Quarto - Nunca Passe Adiante Algo que Prejudique Alguém. Quinto - Nunca Aceite Qualquer Glória. A.W. Tozer

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Máximas (equivocadas) de autoajuda ´bíblica´ e amuletos

 



William Douglas

@Site_WD



Um dos mais apavorantes erros cometidos pelas pessoas que lidam com a Bíblia é o uso de textos como chavões de autoajuda. E, pior, fora do contexto! Outros erros: achar que Deus é empregado, ou remédio para dor de cabeça, ou um investimento bancário que dá retorno percentual maior do que a caderneta de poupança.

Quando falamos nos chavões de autoajuda equivocada, um exemplo é o uso inadequado da conhecida citação do Apóstolo Paulo como argumento: “Tudo posso naquele que me fortalece” (Filipenses 4.13). Com base nisso, não planeja, não é prudente, não é proativo, não se prepara etc.

Já tive alunos crentes não estudaram durante todo o ano, mas, em dezembro, começaram a bradar que iriam passar porque, afinal de contas, “tudo posso naquele que me fortalece”. Também já vi empresários confiantes de que iriam pagar suas dívidas (que foram contraídas irresponsavelmente) por meio de algum milagre porque “tudo posso naquele que me fortalece”. Por amor à verdade, contudo, afirmo que já vi, várias vezes, Deus, em sua misericórdia, dar soluções miraculosas imerecidas. Deus tem seus planos e seus mistérios e não nos compete questionar sua misericórdia. Entretanto, ninguém deve contar com isso para sair por aí cometendo irresponsabilidades. Deus, além de misericordioso, é justo!

Quem usa esse versículo irresponsavelmente se esquece de ler o verso anterior, quando Paulo diz que isto significa que ele está pronto tanto para perder, como para ganhar, tanto para ter riqueza, como para ter nada, tanto para ter abundância como para estar na miséria. Ele, na verdade, estava dizendo que “tudo” poderia naquele que o fortalecia, seja tendo ou não coisas materiais. Paulo afirmou que a relação dele com Deus não dependia de quanto dinheiro ou sucesso tivesse, ainda que tenha deixado evidente a hipótese de infortúnio. A Bíblia deixa claro nesse trecho que, para vencermos, precisamos estar preparados para perder, pois uma derrota eventual só será definitiva se nós abandonarmos a guerra. Se prosseguirmos, certamente abriremos uma nova possibilidade de êxito, acumulando a experiência anterior como ensinamento. Se, em uma batalha, nós perdermos 50 vezes e vencermos na 51ª primeira vez, as cinquenta derrotas serão o pavimento de uma história de perseverança, pois a vitória, em qualquer momento, apaga toda uma história de derrotas e humilhações.

Basicamente, o verso diz que podemos não ter sucesso que isso não afetará nossa relação com Deus. E isso significa praticamente o contrário do uso “autoajuda” que lhe dão atualmente.

Na mesma linha, muitos dizem “Deus é Fiel” e acham que isso tem um poder mágico e sanador de todos os erros cometidos. Deus é fiel sim, claro, mas essa fidelidade também se manifesta em ter mandado conselhos e orientações que estão na Bíblia e são deixados de lado por alguns de seus seguidores. Os mesmos que depois ficam querendo milagres, esquecendo que um dos maiores milagres é concretizado quando uma pessoa resolve seguir os ensinamentos da Bíblia e, com isso, alcançar os resultados que agir corretamente produz.

Ainda existem as pessoas que colocam a Bíblia aberta em algum lugar como se fosse um tipo de amuleto, ou que citam versículos aqui e ali, e até nos documentos da empresa... mas que não seguem o que os versículos ensinam. Ou os utilizam totalmente fora de contexto. Para muitos, a citação de versos bíblicos serve apenas para envergonhar o Evangelho, pois não praticam o que falam ou apenas querem parecer boas pessoas e captar clientes e simpatia. Isso é lamentável.

A Palavra de Deus existe para ser lida, sorvida, vivida. Ela não pode ser usada como um amuleto, mas, sim, como um “manual do fabricante”, que nos ensina a forma correta de agir em todo e qualquer aspecto de nossa vida. E, como deve ser a todo “manual”, nenhum detalhe pode ser desperdiçado; é preciso ler do início ao fim, tantas vezes quantas forem necessárias.
 
William Douglas é juiz federal, conferencista internacional e especialista em concursos públicos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Redes Sociais

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...