Na Palavra de Deus, encontramos mandamentos claros quanto à idolatria. Em 1 Coríntios 10.7,14 está escrito: "Não vos façais, pois, idólatras [...]; meus amados, fugi da idolatria". E, em 1 João 5.21, lemos: "Filhinhos, guardai-vos dos ídolos". Mas, o que é idolatria, de acordo com as Escrituras?
O termo "idolatria" é uma transliteração da palavra grega eidololatria, que denota: "adoração a ídolos; adoração a imagens como divinas e sagradas. [...] Idolatria, então, é prestar honras divinas a qualquer produto de fabricação humana, ou atribuir poderes divinos a operações puramente naturais" (WYCLIFFE, CPAD, 2006, p.944). Isso está de acordo com o segundo mandamento do Decálogo: "Não farás para ti imagem de escultura" (Êx 20.4).
No Novo Testamento, o conceito de idolatria foi ampliado (Gl 5.20; 1 Co 5.11), como escrevi, recentemente, na revista Manual do Obreiro (CPAD, número 57): "Para os israelitas, tal mandamento restringia-se à adoração aos deuses de ouro, prata, madeira, barro, etc. Hoje, qualquer tipo de idolatria é vedado ao povo de Deus. A avareza, por exemplo, é retratada como uma forma de idolatria (Ef 5.5), um sentimento que impede o ser humano de amar a Deus sobre todas as coisas (Mt 19.24; Lc 12.16-21; 1 Tm 6.10).
Mas observe que o pecado da idolatria nunca é praticado de modo inconsciente. Quem adora imagens de escultura como se fossem deuses, mesmo fazendo isso por ignorância, fá-lo de maneira intencional, consciente. Quem adora Mamom, da mesma forma, faz isso porque o seu coração está nas riquezas (Mt 6.19-24). Quem idolatra o mundo, como o desviado Demas (2 Tm 4.9), também coloca, de modo consciente, as coisas mundanas no lugar de Deus (1 Jo 2.15-17; Tg 4.4-8).
Bem, cheguei ao ponto em que queria estar para responder à pergunta em epígrafe. Se a idolatria é um pecado praticado conscientemente — ou seja, o idólatra peca de modo objetivo, pondo o objeto de sua adoração no lugar de Deus —, por que chamar de idolatria o ato de enfeitar uma casa com um pinheirinho, luzes e bolas coloridas?
O cristão que enfeita sua casa está, consciente e objetivamente, colocando a decoração do Natal secular no lugar de Deus? Ou ele faz isso porque gosta desse período de confraternizações, aprecia o belo e quer externar sua alegria?
Alguém poderá dizer que a origem de tais enfeites está ligada ao paganismo. Oh, sim, é verdade! Mas, se queremos mostrar ao mundo que a nossa santidade é extremada — superior à santidade que o Senhor pede de nós, a qual consiste em se apartar de tudo que nos faz objetivamente idólatras —, devemos escrever um código de leis (legalismo) contendo uma longa relação de "não toques, não proves, não manuseies" (Cl 2.21). Amém?
Ciro Sanches Zibordi
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