Santiago teve morte cerebral hoje, 10 de fevereiro de 2014. Um
dos desordeiros e criminosos, que considerou um ato normal estourar bombas no
meio das pessoas, já está preso. Aquele que, supostamente, colocou o explosivo
no chão que culminou na morte do cinegrafista da Rede Bandeirantes de
Televisão, provavelmente também já estará preso quando você estiver lendo isto.
Mas quem; quem, realmente, matou o Santiago? Foram só esses dois? De jeito
nenhum!
Muitos contribuíram para essa morte e carregam parcela de culpa, não somente desse assassinato, mas de outros e dos ferimentos
de tantas outras pessoas; de propriedades que vêm sendo destruídas; de ônibus
queimados, trens depredados, veículos destroçados – pelo estágio de desordem no
qual nos encontramos, solo fértil para que Santiago viesse a morrer. É preciso
que se apontem as consequências geradas por uma visão distorcida da pessoa
humana; pela negligência dos limites entre o certo e o errado; pela
complacência com o crime, falta de investimento em segurança, e outros tantos
desvios do pensamento sadio que deveria sustentar a frágil matriz de nossa
sociedade. Podemos seguir impunemente abandonando princípios e valores fundamentais
de nossa sociedade judaico-cristã, provados durante séculos, como temos
repetidamente testemunhando nos textos, palavras e ações de pessoas que ocupam
posição de destaque ou mando em nossa nação?
Santiago foi morto por aqueles que acatam e incentivam os “rolezinhos”,
com uma ingenuidade doentia, como se o desrespeito às pessoas, a falta de
postura civilizada e a agressão à propriedade alheia, não fizessem parte de uma
incubadora maligna na qual cresce e floresce a semente da violência
indiscriminada, que progredirá a agressões maiores - até a assassinatos. Apavorar
pessoas é coisa inocente? Sair atacando e beijando adolescentes e senhoras à
força, não é assédio sexual? Roubar e depredar são legítimas expressões de
divertimento? Muitos participantes e defensores dos rolezinhos parecem pensar assim. Carregam culpa na morte de
Santiago.
Santiago foi morto por um judiciário leniente, que solta os
indisputavelmente culpados. Por juízes que em vez de executarem justiça em
proteção aos inocentes, jogam criminosos nas ruas, retardam o julgamento de
processos. Não por coincidência, pelo menos um dos envolvidos com a morte de
Santiago, tinha várias passagens pela polícia – e isso resultou em quê? Como
suas prévias quebras da lei foram consideradas “de menor monta”, joga-se ele na
rua, para que se envolva em coisas maiores – na morte de alguém. Sim, juízes inconsequentes
são culpados do clima de violência que gera a morte de muitas pessoas, como
Santiago.
Santiago foi morto por alguns comandantes da Polícia, que
covardemente acatam as ordens de políticos e, sem contestação, repassam aos
seus comandados diretrizes para “observar as coisas de longe” e “não se
envolver” nas demonstrações e protestos, mesmo quando obviamente eles descambam
para a depredação e baderna. Ordens que causam asco a qualquer cidadão de bem,
quando observam as imagens, na televisão, de criminosos tocando fogo,
agredindo, chutando, saqueando, enquanto a força policial só observa de longe, “cumprindo
ordens”. Sim, esses que depois das violentas ações de black blocs e outros
congêneres, dessa súcia repelente, declaram – “a polícia agiu exemplarmente”,
sem coibir a violência, carregam culpa na morte de Santiago.
Santiago foi morto por políticos inconsequentes e imbecis,
que satisfazem seus próprios ventres, preocupam-se com seus próprios interesses
e, desavergonhadamente, no pleno exercício da incompetência, mantêm “diálogos”
com baderneiros e criminosos; convocam a Brasília, para encontros com
lideranças da nação, aqueles desocupados que claramente já se encontram à
margem da lei. Políticos que, enquanto complacentemente bajulam párias da
sociedade, ignoram os que apenas necessitam de paz e segurança na ocupação de
suas atividades diárias. Políticos que nem prestam atenção à principal função
do estado, que é proporcionar segurança aos cidadãos, e deixam as pessoas de
bem sucumbir dia a dia à incapacidade do governo em protegê-las dos malfeitores
que tomaram conta das cidades e campos do nosso país. Esses políticos carregam
intensa culpa na morte de Santiago.
Santiago foi morto por idiotas de plantão, travestidos de
sociólogos e acadêmicos, que ignoram a necessidade básica da natureza humana de
ser regida por lei e ordem, pois postulam que a maldade não faz assento nato no
coração das pessoas. Estes que perderam a capacidade de identificar o mal. Ou
por articulistas da grande imprensa que abraçam e propagam a noção irreal e
deletéria de que comportamentos criminosos são apenas fruto de “pressões
sociais” ou da “opressão da classe dominante”. Tais “intelectuais” são
predadores que utilizam a arma da escrita e do discurso para, com suas ideias,
insultar milhões de trabalhadores, aposentados e famílias que, mesmo com grandes
e reconhecidas necessidades financeiras, conseguem seguir a trilha da
honestidade e do trabalho, mantendo uma consciência tranquila e promovendo a
paz, em vez da discórdia e dissenção. Esses intelectualoides, anões do pensar,
carregam culpa pela morte de Santiago.
Santiago foi morto por religiosos espúrios que ignoram a origem
divina e a realidade da justiça retributiva; que desprezam a clara rejeição às
pessoas violentas encontrada nos textos sagrados, e a delegação ao estado, para
combatê-las “com o poder da espada”. Religiosos que dedicam mais atenção aos
criminosos do que às vitimas da violência, quer do chamado “crime organizado”,
quer da criminalidade “desorganizada” que se aproveita da ausência de repressão
encorajada por esses enganadores de mentes e corações. Esses não têm desculpa e
carregam, também, culpa na morte de Santiago.
Santiago foi morto pelos que atualmente ocupam um poder
executivo falho, fraco e maquiador da triste realidade de insegurança que reina
em nosso Brasil. Governantes que não combatem de frente e sem apologias a
criminalidade institucionalizada; que ignoram as fábricas de criminosos e
vitrines de barbárie, que são as nossas prisões. Líderes omissos que,
encastelados em suas fortalezas, ignoram que o mundo está desabando ao seu
redor e acham que a tarefa de corrigir esses infernos estatais dos presídios pode
tranquilamente passar à própria geração. Como carregam, estes, culpa na morte
de Santiago.
Santiago foi morto por pessoas como eu e você, quando,
esquecemos as lições da história, o debacle dos impérios socialistas
moribundos, as atrocidades de ditaduras cruéis que agem “em nome do povo”,
acatamos filosofias e políticas de esquerda, aplaudimos os ditadorezinhos emergentes idiotas que pululam ao nosso redor.
Escorregamos quando votamos em políticos de partidos anacrônicos que falam no
bem estar das pessoas, mas apoiam todo o descalabro e desrespeito que
vivenciamos; quando encorajamos os movimentos violentos de ocupação e
desrespeito às autoridades; quando não enxergamos que os “sem isso” ou sem “aquilo”,
na cidade ou no campo, são constituídos por uma infeliz massa manipulada,
eivada de aproveitadores, sugadores do dinheiro público, agitadores,
baderneiros violentos e até assassinos profissionais, os quais, apoiados por
partidos que têm na essência a destruição à própria sociedade que os gerou.
Sim, se não utilizarmos a inteligência, voltarmos aos fundamentos universais
que regem uma sociedade pacífica e apoiarmos candidatos que concentrem as ações
do governo na sua proteção e na da sua família, estaremos todos contribuindo
para a derrocada final e carregaremos a culpa da morte de Santiago e de muitos
outros Santiagos que virão por aí.
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