Só a misericórdia divina! |
Por Gutierres Fernandes Siqueira
O estilo é a “maneira de exprimir-se, utilizando palavras, expressões, jargões, construções sintáticas que identificam e caracterizam o feitio de determinados grupos, classes ou profissões”, como define o dicionário. Sempre que eu falo em “Música Pentecostal” não estou falando de uma música produzida por compositores pentecostais, mas sim de um estilo musical evangélico e brasileiro especialmente popular em igrejas pentecostais clássicas.
É, por exemplo, algo diferente (não há como comparar a outro estilo), inovador (não havia nada parecido antes) e muito ruim (muito ruim, mesmo) como o estilo paraense Calypso ou o Sertanejo Universitário de Goiás. As principais expoentes desse estilo "pentecostal" são Shirley Carvalhaes, Rosi Nascimento, Damares, Elaine de Jesus, Mara Lima,
Cassiane, Rayssa e Ravel, Bruna Carla etc.
Quer um exemplo? Veja a primeira estrofe da música “Movimento de Deus” da Shirley Carvalhaes:
Deus vai fazer um movimento aqui, um movimento aqui vai fazer; já posso ver pelos olhos da fé, já posso ver. Deus vai fazer um movimento aqui, um movimento aqui. Vai fazer. Já posso ver pelos olhos da fé; já posso ver. Vai descer poder, vai descer renovo, vai ter milagre, vai ter batismo, Ele vai curar e vai entregar a vitória em suas mãos. É só confiar e glorificar e deixar o fogo queimar o altar porque hoje aqui o Senhor vai operar.
Meu Deus, o que é isso? Qualquer criança poderia escrever essa letra. É
musicalmente ruim, a letra expressa repetições descabidas e em ritmo frenético. O fôlego se vai porque a ênfase é no êxtase. Além disso, o português é constantemente maltratado. É uma música irritante pela baixa qualidade. Agora, compare a música da Shirley com um hino clássico da Harpa Cristã. O hino é “Ó Desce Fogo Santo”.
Espírito, alma e corpo, Oferto a Ti, Senhor, Como hóstia verdadeira, Em oblação de amor. Eu tudo a Deus consagro Em Cristo, o vivo altar; Ó desce, fogo santo, Do céu vem tu selar!
Veja que no fundo as duas músicas expressam a mesma ideia (o poder de Deus
manifesto no homem), mas o segundo hino é infinitamente melhor, pois nele há poesia, é bem escrito, respeita a língua pátria, não trabalha com repetições irritantes e nem prima por uma teologia água com açúcar. Quando perdemos a mão para produzir belezas como essa e agora ouvimos tristezas como aquela?
É disso que falo. A “Música Pentecostal” é muito ruim, muito pobre. Em compensação, nós podemos aproveitar a riqueza da Harpa Cristã. O nosso hinário é um oásis em meio a tanta música superficial. Os compositores da atualidade, especialmente aqueles que compõem músicas rasas, poderiam resgatar o sentido dos hinários para produzir boa música na atualidade. O tempo de cantar chegou, sim, o tempo de cantar boa música.
É disso que falo. A “Música Pentecostal” é muito ruim, muito pobre. Em compensação, nós podemos aproveitar a riqueza da Harpa Cristã. O nosso hinário é um oásis em meio a tanta música superficial. Os compositores da atualidade, especialmente aqueles que compõem músicas rasas, poderiam resgatar o sentido dos hinários para produzir boa música na atualidade. O tempo de cantar chegou, sim, o tempo de cantar boa música.
Nenhum comentário:
Postar um comentário