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João Cruzué
Vivemos em uma época em que a palavra
"sim" está na moda. Pelo amor ao dinheiro há bispos e pastores que
dizem, sim! Pelo interesse em perenizar o poder, os políticos dizem
"sim!" à corrupção. Pela introdução dos relacionamentos descartáveis na
sociedade a palavra sexo usurpou o significado de amor - sim.
Também vivemos em dias, que os filhos
quando conversam com os pais, só esperam ouvir: Sim! Tempos da
relativização do santo, do escárnio da moral, da banalização do sexo, da
"Lei de Gerson" que se tornou um texto consuetudinário enquanto o
"Príncipe" de Maquiavel tem sido a bíblia de cabeceira de muitos
aspirantes ao "pudê". No entanto, hoje eu não vim enaltecer o "óbvio",
mas lembrar de três momentos em que Jesus Cristo exercitou a força da
palavra não.
Decerto que houve outros momentos em que Cristo precisou usar o advérbio "não". Assim posso restringir o foco do post
em três passagens bíblicas. Sei que o texto vem destinado a mim, e por
isso mesmo, também poderá falar a você. Jesus disse não: durante a
tentação; Jesus disse não, diante da mulher adúltera e Jesus disse não
durante sua crucificação.
Há momentos que é preciso dizer não!
Quando Jesus foi para o deserto orar e
jejuar por 40 dias e noites, ele foi assediado pelo diabo. E naquele
lugar solitário e árido o Senhor foi tentado por três vezes. Na
primeira, o diabo tentou quebrar sua obediência à vontade de Deus,
sugerindo: Se tu és o filho de Deus, manda que estas pedras se
transformem em pães. Colocar a satisfação de uma necessidade justa,
primária, na hora errada. Cristo pensou duas vezes, como é costume
dizer, e respondeu que NÃO só
de pão vive o homem, mas de toda palavra de Deus. Comer era uma
necessidade básica, ainda mais depois de 40 dias de jejum, mas Cristo
esperou para o momento certo, quando os anjos de Deus desceram para lhe
dar alimento. Depois o diabo procurou tentá-lo com a fama e comisso
matá-lo antes do tempo, induzindo-o ao suicídio. A fama também mata,
haja vista o que tem acontecido com milhares de religiosos. Na última
tentativa, o diabo ofereceu o poder e a glória deste mundo, e foi
rechaçado pelo Cristo, pois o Reino de Deus é um reino espiritual.
Se Cristo tivesse racionalizado com a
palavra de Deus, como muitas autoridades eclesiásticas estão fazendo
hoje, a miséria, o pecado e a morte seriam eternas. Isto não aconteceu,
pois a mente do Senhor estava atenta ao que era (e o que não era) da
vontade do Pai. Ah! como tem gente sendo enganada pelo diabo, pensando
que está fazendo a vontade de Deus...
A segunda vez que Jesus disse NÃO,
foi diante de um grupo de religiosos radicais. Adiante, ia uma mulher
adúltera. Atrás, velhos e moços com grandes pedras na mão. Calmo, Jesus
escrevia no chão. Tendo insistido, o Senhor propôs: Aquele que estiver
sem pecado, que atire a primeira pedra. Saíram primeiro os mais velhos;
surpresos, os jovens os seguiram. Frente a frente, ficaram uma mulher
assustada e agradecida e o Filho de Deus. "Mulher, onde estão os teus
acusadores? ...Vai em paz e NÃO peque mais."
Jesus disse sim para a vida e, não para o
pecado. Ele ama o pecador, mas aborrece o pecar. E mais ainda aborrece
aos atiradores de pedra de plantão que se postam nas portas do templos
para procurar falhas e defeitos na vida dos irmãos e dos pecadores que
tenta se aproximar da salvação.
A terceira vez que Jesus disse NÃO,
foi quando ele estava a poucos momentos da morte e um coro de filhos de
príncipes zombava: Se tu és o Cristo, desce da cruz agora e salva-te a
ti mesmo! O curioso é que o início desta frase também foi usada pelo
diabo - Se tu és o Cristo... Como também não é mera coincidência as
mesas palavras dentro do contexto da pergunta do Sumo Sacerdote em
Marcos 14:61, e de membros do Sinédrio em Lucas 22:67. É somente
impressão minha ou toda aquela gente estavam com suas bocas à disposição
do diabo?
Se Cristo tivesse descido da cruz com o
poder e a glória que tem, o plano da salvação teria fracassado e nunca
mais alguém escutaria o seu nome. Mas Cristo venceu a vontade do diabo.
Ele venceu a própria vontade, e é por isso que, 2000 anos depois, seu
nome continua sendo Maravilhoso, Deus Forte, Conselheiro, Deus Forte e
Pai da Eternidade.
Há "nãos" que nem precisam ser ditos
para que sejam entendidos. Atitudes falam mais alto que palavras, porque
são mais difíceis de serem tomadas.
Quero terminar esta mensagem fazendo três perguntas para mim mesmo:
1. Qual é o preço de se dizer não! Quando as pessoas esperam que devemos dizer sim?
2. Se alguém vier oferecendo uma
oportunidade maravilhosa, dizendo que é uma bênção, será que estarei
pronto para dizer a resposta certa, dentro da vontade de Deus?
3. De acordo com minhas atitudes, que palavra o Senhor me dirá, naquele dia, quando eu bater a sua porta?
Diante disso, chego a esta conclusão:
minha justiça perante o Senhor é como trapos de imundície e que eu
preciso muito conhecer a vontade dele, para que possa dizer não no tempo apropriado.
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