Por Leonardo Gonçalves
Em nosso tempo, os teólogos e “novos pensadores” do cristianismo têm
arvorado diversas bandeiras diferentes. O cenário teológico está cada
vez mais conturbado, e movimentos estranhos surgem com uma rapidez nunca
vista. As linhas que regem as crenças do “nova espiritualidade” são as
mais diferentes possíveis, podendo variar do marxismo teológico à
espiritualidade medieval, ou mesmo do neoliberalismo ao teísmo aberto.
Contudo, parece haver um ponto em que os novos pensadores estão de
acordo: Todos eles, em maior ou menor proporção, duvidam que toda a
bíblia seja a Palavra de Deus inspirada, e alegam que o texto original
foi modificado. Ao que parece, a tendência é conservar o elemento
místico do cristianismo, sem contudo submeter-se à autoridade da Bíblia
como regra de fé.
Na contramão deste movimento está o filósofo, teólogo e fundador do
Southern Evangelical Seminary, dr. Norman L. Geisler. Em seu livro “Não
tenho fé suficiente para ser ateu” (Ed. Vida), ele afirma que 99,9% do
conteúdo do NT é livre de real preocupação, e que nenhuma doutrina
central do cristianismo repousa sobre um texto duvidoso. J. B. Payne em
sua obra “Enciclopédia de profecias bíblicas” apresenta 191 profecias
relacionadas ao esperado Messias e Salvador judeu, e mostra como todas
foram cumpridas literalmente na vida, morte, ressurreição e ascensão de
Jesus de Nazaré. Também Josh McDowell, um dos mais importantes
apologistas contemporâneos, fala de mais de 300 referências ao Messias
contidas no Antigo Testamento, as quais se cumpriram em Jesus. Todos
estes fatos somados compõem um forte argumento em favor da autoridade e
inspiração das Escrituras.
Até mesmo o agnóstico e crítico do Novo Testamento, Barth Ehrman admite
que “na verdade, a maioria das alterações encontradas no início de
manuscritos cristãos nada tem a ver com teologia ou ideologia”. Segundo
ele, tais alterações em muitos casos não passam de “erros ortográficos e
acidentais”. Considerando que o NT possui cerca de 5.700 manuscritos,
conclui-se que é possível reconstruir o texto à partir da comparação das
cópias existentes, de modo a afirmar que o texto atual é bastante fiel
ao que foi o texto original, descartando a hipótese de que o texto foi
gravemente modificado para servir aos interesses da religião, teoria que
quando avaliada à luz de argumentos sólidos mais se assemelha àquelas
esdrúxulas teorias conspiratórias que circulam na internet.
Estas e tantas outras evidências que são apresentadas em favor do
cristianismo são suficientes para dizer que o texto da bíblia conserva
todas as idéias originais do cristianismo, sendo totalmente digno da
nossa apreciação e crença. O argumento dos neoliberais brasileiros, no
entanto, carece de confirmação e está baseado em falácias óbvias que já
foram amplamente desmascaradas ao longo da história.
Por isso, e por muitos outros fatos que não caberiam neste breve artigo,
afirmo sem nenhum receio minha crença na Bíblia. Não crer em tantas
evidências seria o mesmo que pecar contra minha própria consciência.
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Leonardo Gonçalves é blogueiro, missionário em Piura - Peru, e editor do Púlpito Cristão
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