Por Mauro Meister
Não sou profeta, nem filho de profeta, assim, não tomem qualquer palavra
abaixo como o certo para o futuro, mas apenas percepções. Pelo tamanho,
poucos lerão.
1. Sim, somos uma democracia, ainda que nova e imatura. O pleito
eleitoral, com todas as mazelas e jogos sujos, às vezes dos candidatos,
muitas vezes dos partidários, aconteceu, mas foi bem sucedido.
2. Houve fraude? Como dizer? Resta aguardar que denúncias sérias, se
levantadas, sejam investigadas pelos instrumentos do Estado, que
deveriam ser independentes do governo. Sair gritando que houve fraude
não resolve nada.
3. Corremos perigos? Sim! Imediatos? Nem tanto, mas, ainda assim,
crescentes e rápidos. Minha percepção, por conta da ideologia e ações
recentes, é que o partido no governo não preza a democracia. Sua origem
de luta contra a ditadura de direita não o coloca na categoria
democrática. Seus ideólogos gramicianios tem sido bem sucedidos, a
despeito de seus líderes populares terem se embebedado com a glória do
poder e suas riquezas. Digite "gramiscismo" no Google e leia, pesquise e
tire suas conclusões.
4. Para que o projeto acima de certo, é necessário um aparelhamento do
Estado e, ao mesmo tempo, uma aparência de legitimidade democrática
associada a conceitos de hegemonia de pensamento. Os mesmos que são
acusados de ser "contra o partido" (ex: Globo) são aqueles que promovem
as causas dessa consolidação de pensamento: insistência no governo para
as supostas minorias (negros, gays, mulheres como oprimidas, os sem
terra) causa aborcionistas, desarmamento, etc. (vejam as ênfases no
discurso da vitória da presidente). Tudo isso serve como uma quebra dos
chamados valores tradicionais (mantidos pelas "elites") e o surgimento
de uma nova hegemonia de pensamento (quem foi o representante da
juventude?).
5. Passam por este projeto alguns elementos essências, entre eles, a
reforma política e a educação (nada no discurso foi gratuito). Sim, o
Brasil precisa de uma reforma política, mas se houver força do governo
para que aconteça, será nefasta e aparelhará ainda mais o governo. No
totalitarismo o governo nunca sai do poder, seja seja em Cuba, seja na
Bolívia.
6. A educação brasileira já está totalmente aparelhada, mas os que estão
dentro, muitas vezes não percebem. Quanto mais ignorantes (aqueles que
ignoram), melhor! Não há real interesse em que exista pensamento
autônomo, no sentido do indivíduo que pensa por si mesmo (ainda que este
seja o discurso da educação há décadas) mas no indivíduo que aja com a
massa, como uma torcida, liderada pelos Conselhos Populares. Enquanto os
cristãos deveriam lutar por uma educação heteronormativa (no caso,
segundo a norma de Deus) as políticas governamentais tem sido
sistematicamente opostas. Nossos filhos vão para a escola e voltam para
casa achando que todos os tópicos citados acima são o certo e o
verdadeiro, o contrário do que seus pais caretas e suas igrejas ensinam.
7. Entre tais ensinamentos existe a famosa doutrinação contra o
famigerado capital, o livre comércio, a iniciativa privada, a
privatização e todos os temas pertinentes. É daí que surge o socialista
rico que maquina a revolução social de seu studio em Paris, bebendo
champanhe. É assim que a presidente diz com cara lavada a uma economista
desempregada que faça um curso para se colocar em um mercado com cada
vez menos empregos reais (quem já desistiu de procurar emprego ou quem
ganha bolsa x ou y não conta nas estatísticas, por isto, anda tão
baixa).
8. O que fazer, como cristão que sou?
a) Devo orar pela paz e pelo governo, não só em tempo de eleições, mas em todo tempo.
b) Devo estar alerta, não só em tempo de eleições, mas entre elas,
quando as coisas de fato acontecem - leia, informe-se, fale, pressione e
vote certo nas próximas eleições.
c) Lute contra as pequenas corrupções para que tenha como perceber e
lutar contra as grandes - pequenas corrupções admitidas em nossas vidas
nos cegam para a grande corrupção ao nosso redor.
d) Ore para que a nossa jovem democracia e suas instituições resistam às
pressões e leis que serão empurradas goela abaixo nos próximos 4 anos.
e) Lembre-se, a esperança do cristão está em Cristo e não no estado e no
governo, porém, cabe-nos agir sempre em função da verdade e da paz,
denunciando a corrupção e os sistemas que a alimentam.
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Postado originalmente no blog O Tempora, O Mores com o título "Reflexões esparsas pós resultados eleitorais". Divulgação: Púlpito Cristão
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Postado originalmente no blog O Tempora, O Mores com o título "Reflexões esparsas pós resultados eleitorais". Divulgação: Púlpito Cristão
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