Por Leonardo Gonçalves
Em sua coluna do jornal virtual O Globo, Frei Betto escreveu um artigo intitulado “Deus é gay?”. Seu texto começa com um elogio ao Papa Francisco “por colocar a sexualidade no centro do debate eclesial”, erguendo-se assim – segundo ele – “contra o cinismo” predominante na igreja.
“Quem, como eu, transita há décadas na esfera eclesiástica sabe que é
significativo o número de gays entre seminaristas, padres e bispos. Por
que não gozarem, no seio da Igreja, do mesmo direito dos heterossexuais
de se assumir como tal? Devem permanecer “no armário”, vitimizados pela
Igreja e, supostamente, por Deus, por culpa que não têm?” Escreve ainda:
“O que está em jogo é a dignidade da pessoa humana, o direito de casais
gays serem protegidos pela lei civil e educarem seus filhos na fé
cristã, o combate e a criminalização da homofobia, um grave pecado”.
É fato que a igreja catolica abriga em seu seio uma multidão de
sacerdotes homossexuais, assim como padres pedófilos e muitos clérigos
heterossexuais promíscuos envolvidos em escândalos de ordem moral. Mas
será que a solução para a pedofilia no clero católico é acolher o
sacerdote pedófilo? Ou que a solução para os escândalos imorais por
parte de clérigos é acolher o sacerdote imoral? Da mesma maneira, a
solução para o problema dos sacerdotes gays não é a conivência com o
pecado homossexual.
"Vocês não sabem que os perversos não herdarão o Reino de Deus? Não
se deixem enganar: nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem homossexuais passivos ou ativos,
nem ladrões, nem avarentos, nem alcoólatras, nem caluniadores, nem
trapaceiros herdarão o Reino de Deus". (1 Coríntios 6:9-10, NVI)
É interessante notar que o “frei” chama a homofobia de pecado, mas
sustenta que a homossexualidade não é pecaminosa, nem mesmo um "desvio”
da natureza, de forma oposta ao que diz a Biblia em Romanos 1.26-27:
"Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até as
mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza;
semelhantemente, os homens também, deixando o contacto natural da
mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza,
homens com homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu
erro"
Betto escreve que é preciso reler o Evangelho pela ótica gay, uma vez
que já foi lido pelas visões aramaica (Marcos), judaica (Mateus), pagã
(Lucas), gnóstica (João), platônica (Agostinho) e aristotélica (Tomás de
Aquino), mas parece ignorar que o evangelho narrado aos judeus, aos
pagãos, bem como o evangelho universal de João narram uma mesma verdade.
Tanto em Marcos, como em Lucas e João Jesus é o Filho de Deus,
sacrifício perfeito por nossos pecados e libertador do seu povo. Essa
compreensão de Cristo como aquele que redime do pecado está presente em
Agostinho, Aquino, bem como qualquer teólogo cristão que leve a sério o
texto bíblico. Não há espaço para relativismo aqui: Os diferentes
evangelhos não são antagônicos; trata-se da mesma mensagem pregada a
grupos diferentes.
O homossexual não precisa de um Deus Gay, nem de um evangelho gay. Ele
só precisa de Deus e do evangelho. Ele precisa da mesma mensagem pregada
a judeus, pagãos e gnósticos. Ele precisa conhecer o Jesus que se
apropriou os pecados dos gays e lésbicas para pagar por eles na cruz. O
caminho para a libertação do homossexualismo está no perdão divino, e
não na negação do pecado e relativização da moral e da verdade.
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Fonte: Púlpito Cristão
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