A
adolescência é, acima de tudo, um período em que ocorrem diversas
mudanças em simultâneo. Ao mesmo tempo que o corpo muda, as hormonas
galopam, as emoções estão à flor da pele, as regras aplicadas à infância
deixam de fazer sentido, as tomadas de decisão tornam-se imperativas e…
as vantagens da idade adulta ainda estão longe. Neste processo de
crescimento, aprendizagem e autonomização nem sempre é fácil gerir as
emoções – para alguns adolescentes o turbilhão dá mesmo lugar a um
transtorno depressivo, que nem sempre é identificado e tratado.
Não
devemos confundir a depressão com a melancolia ocasional que afecta a
generalidade dos jovens, ou com as mudanças de humor típicas da idade.
Importa, por isso, conhecer os sinais que podem indiciar a presença de
uma perturbação cujas repercussões podem ser graves:
• Quebra no rendimento escolar.
• Afastamento dos amigos e abandono das actividades/hobbies habituais.
• Irritabilidade e raiva.
• Reacção exagerada a qualquer crítica.
• Baixa auto-estima e sentimentos de culpa.
• Dificuldades de concentração.
• Inquietação.
• Problemas do sono ou de alimentação.
• Consumo de substâncias.
• Problemas com a autoridade.
• Pensamentos suicidas.
A
presença de alguns destes sintomas durante dias ou semanas seguidas não
deve passar em claro. Os pais e outros educadores devem estar atentos e
procurar a ajuda especializada de um médico ou de um psicólogo. A falta
de resposta eficaz pode agudizar o problema, conduzindo o adolescente a
situações (ainda) mais sérias e que podem envolver o consumo de drogas,
violência ou o suicídio.
Para alguns pais e professores, o
stress associado às mudanças da adolescência é “normal” e não deve ser
visto como um real problema – afinal, por algum motivo lhe chamam a
idade do armário. Mas se é verdade que, apesar da dureza das mudanças, a
maior parte dos adolescentes acaba por contrariar estes desafios
através da construção de amizades, do sucesso académico ou da
concretização de actividades extracurriculares que contribuam para a
elevação da auto-estima, também é verdade que há muitos adolescentes a
sofrer de depressão – e apenas cerca de 20% destes adolescentes acabam
por receber o acompanhamento apropriado. É que, ao contrário dos
adultos, os adolescentes não procuram ajuda sozinhos – eles confiam nos
pais, professores e nos outros adultos que os acompanham para que estes
sejam capazes de identificar os sinais e sintomas e peçam ajuda.
Como
nem todos os adolescentes se mostram tristes e abatidos (como acontece
com a generalidade dos adultos deprimidos), pode ser difícil reconhecer o
problema. Em muitos casos, os sintomas associados à revolta e à
irritabilidade acabam por ser os que mais sobressaem.
Mas se os
conflitos com os pais são expectáveis – em particular porque do processo
de autonomização resultam invariavelmente divergências e dificuldade em
criar e aplicar novas regras – a presença de alguns sintomas ao longo
do tempo não é normal, mesmo que esses sintomas pareçam apenas
demonstrações de mau humor, sem causas identificáveis. Na verdade,
trata-se da forma encontrada para gerir as dores emocionais.
Então, o que é que os pais e os outros educadores devem fazer?
•
ESTAR LÁ. De um modo geral, os adolescentes não gostam que lhes façam
muitas perguntas, pelo que a ideia de os confrontar com qualquer coisa
que se assemelhe a um interrogatório é contraproducente. Mais vale
demonstrar apoio dizendo claramente “Eu estou disponível para conversar,
para te ouvir, e para te ajudar como puder”. Esse apoio incondicional é
fundamental.
• NÃO DESISTIR À PRIMEIRA. Qualquer pai ou mãe sabe que
pode ser muito difícil entrar no mundo de um adolescente. Quanto mais
fazer com que ele(a) exteriorize as suas dores emocionais! É preciso ser
persistente e carinhoso ao mesmo tempo, reforçando a vontade de ouvir
ao mesmo tempo que se respeita o ritmo do jovem.
• SERMÃO, NÃO! É
importante evitar qualquer crítica ou juízo de valor, assim que o
adolescente começa a falar. Claro que pode ser tentador. Claro que
alguns desabafos parecem merecer uma resposta imediata. Mas o importante
é OUVIR. Se conseguiu que o “seu” adolescente começasse a comunicar
consigo, não estrague tudo ao dar conselhos que não lhe foram pedidos.
•
A SÉRIO. Para algumas pessoas, os desabafos de um adolescente parecem
tão ridículos que o mais certo é não serem capazes de empatizar com a
angústia descrita. Mesmo que alguns comentários possam parecer absurdos
ou irracionais, é importante validar as emoções – reconhecer a dor e a
tristeza. Se o adulto não for capaz de se descentrar dos seus próprios
problemas e solidarizar-se com os sentimentos do adolescente, este
sentir-se-á (legitimamente) incompreendido.
Cinco Votos para Obter Poder Espiritual.
Primeiro - Trate Seriamente com o Pecado. Segundo - Não Seja Dono de Coisa Alguma. Terceiro - Nunca se Defenda. Quarto - Nunca Passe Adiante Algo que Prejudique Alguém. Quinto - Nunca Aceite Qualquer Glória. A.W. Tozer
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