O sistema idealizado
por Deus para a nação de Israel era o governo teocrático. O Senhor era
quem governava. O próprio Deus era o Rei da nação de Israel. O Senhor
escolheria patriarcas, juízes e profetas e, através destes, manifestava a
Sua Soberana Vontade e os Seus estatutos. Em Dt 17:14 lemos:”Quando
entrares na terra que te dá o Senhor teu Deus e a possuíres, e nela
habitares, e disseres: porei sobre mim um rei como têm todas as nações
que estão ao redor de mim”; Em Dt 28:36 lemos: “O Senhor te levará a ti e
a teu rei, que tiveres posto sobre ti”. Vemos claramente nesses versos
que Moisés previu o dia em que Israel diria NÃO à teocracia. Essa
profecia se cumpriu em I Samuel 8:5 aonde o povo chega a Samuel e pede
um rei, um governante político à semelhança das outras nações. Deus
considerou o pedido dos israelitas como se eles o tivessem rejeitado
como seu rei (I Samuel 8:7). Os israelitas pediram um rei humano para
que fossem como as demais nações, pondo assim, sua missão de povo de
Deus em xeque. O Senhor permitiu que Israel tivesse um rei para
ensinar-lhe que nenhum sistema de governo solucionará os problemas das
nações, nem garantirá paz, felicidade e segurança. Somente no novo céu e
na nova terra é que reinará a justiça, e a perfeita paz e felicidade
será a porção de todos. Portanto, é estultícia espiritual dizer que
precisamos de um governo teocrático para que os problemas do Brasil
sejam resolvidos. Aliás, o que diz respeito a Israel como nação não pode
ser aplicado à igreja atual.
Na atual dispensação, Israel como nação
está desviada de Deus. O povo de Deus NÃO É UMA NAÇÃO, É A IGREJA, SÃO
OS CRENTES ESPALHADOS POR TODO O MUNDO. Através da vinda de Jesus,
estabeleceu-se uma nova dispensação e, conseqüentemente, uma nova visão
com respeito à política: JESUS GOVERNA NA IGREJA E NÃO NOS REINOS
POLÍTICOS! Em todo o Novo Testamento não vemos os apóstolos entrando em
aliança com o sistema político partidário de suas cidades. Os crentes da
igreja primitiva não eram pessoas frias e alienadas. Sem vínculo algum
com a política da época, eles contagiaram os de fora somente exalando o
perfume de Cristo e refletindo a Sua beleza. Precisamos imitá-los! Na
época do apóstolo Pedro Nero era quem governava. Nero era um dos piores
tiranos que a história já conheceu, ele mandou matar a própria mãe e a
esposa. Os crentes da época, todavia, não foram convocados a participar
de nenhum movimento político para destronar o cruel imperador, não vemos
nenhum crente se engajando na política para instituir um governo
melhor. Pedro exorta os crentes a perseverarem em tranqüila obediência,
“suportando tristezas, sofrendo injustamente”, pois foram chamados para
isso. O Império Romano estava corrompido politicamente, mas Cristo nunca
mencionou esse fato. Jesus repreendeu os lideres religiosos por
heresias e ofereceu o Evangelho aos pecadores. Nunca Jesus sugeriu que
se reformasse a sociedade. A igreja existe para amar e servir a Deus e
para levar as pessoas deste mundo para o céu, não existe para reformar
politicamente a sociedade. Judas expondo-nos a corrupção dos últimos
tempos, NÃO diz: ”É PRECISO SE ENGAJAR NA POLÍTICA PARA COMBATER A
CORUPÇÃO”, mas orienta os crentes que se guardem no amor de Deus e que
se dediquem a servir os outros (Judas 21-23).
O apóstolo Tiago reconhece
as injustiças praticadas contra os pobres da época. Sua resposta a esta
falta de piedade não sugere engajamento na política da época.
Simplesmente Tiago lembra a proximidade da vinda do Senhor Jesus (Tiago
5:8). Paulo sofreu como “embaixador em cadeias”, porém nunca encontramos
em suas epístolas Paulo incentivando participação política. Entre os
crentes da igreja primitiva havia ousadia que desafiava as autoridades
políticas e religiosas e isso não foi alcançado pelo engajamento na
política, mas através da SANTIDADE E SUBMISSÃO AO ESPÍRITO SANTO! Não
percamos a sublimidade do nosso ministério!
Ir. Marcos Pinheiro
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