Em Malaquias 3.10, o Senhor ordenou levar os dízimos para a casa do tesouro, para que houvesse mantimento na sua casa, doutrinando assim que, guardando os seus preceitos haveria suprimento para as necessidades habituais. Porem, no Novo Testamento, o Senhor Jesus assegura que igreja não é prédio, mas nós somos a sua igreja (Efésios 1.22,23). E no livro de Atos 7.48 e 17.24 a Palavra afirma que Deus não habita em templos feitos por mãos de homens.
É óbvio que não havendo habitante a casa está vazia. Então perguntamos, sendo nós a igreja de Cristo, e habitando Deus em nossos corações pelo seu Espírito Santo, para onde deveríamos levar os dízimos, ainda que fossem remanescentes na graça?
Para
tanto, a Palavra na carta aos Hebreus 10.1 refere-se a lei de Moisés
como uma alegoria, ou seja, sombras dos acontecimentos futuros e não a
imagem exata das coisas, e nisso vem a revelação sobre a ordenança de
levar os dízimos para a casa do tesouro, porque em Hebreus 3.5, 6 diz:
Na verdade, Moisés foi fiel em toda sua casa, como servo, para testemunho das coisas que haviam de acontecer. Mas Cristo, como Filho sobre a sua própria casa, a qual casa somos nós, se tão somente conservarmos firmes a confiança e a glória da esperança até o fim.
Portanto amados, nesta Palavra vem a confirmação revelada que nós somos o templo do Espírito Santo de Deus, porque está escrito: Cristo, como Filho sobre a sua própria casa, a qual casa somos nós, ratificado
em Malaquias 3.17, onde a Palavra descreve: E eles serão meus, diz o
Senhor dos Exércitos, naquele dia que farei, serão para mim particular tesouro; poupá-los-ei como um homem poupa a seu filho que o serve.
Sabemos
que para Deus, toda criatura é um tesouro, mas no tocante ao grande
dia da vinda de Cristo para julgar os vivos e mortos, o Senhor
demonstra um afeto especial para os que preservam os seus mandamentos e
os trata carinhosamente como seu particular tesouro. O que nos faz conhecer a finalidade, pela qual o Senhor ordenou que os dízimos fossem conduzidos para a casa do tesouro, para que nenhum dos seus (os justos) fossem desamparados e nem a sua descendência a mendigar o pão (Salmos 37.25).
No
que também justifica a preocupação e o zelo do Senhor Jesus para com
os desprovidos, descrito no Evangelho de Mateus 6.1-4, onde Ele
recomenda auxiliar aos necessitados com caridade, ensina a proceder com
discrição para não se assemelhar aos hipócritas das sinagogas, e
promete recompensar publicamente os que assim procederem, fazendo o bem
em segredo. E diferentemente do dízimo, na era da graça o Senhor Jesus não estipulou percentual ou limite para aplicação desse mandamento, o amor ao próximo, em forma de caridade.
No
capítulo 3 do livro de Malaquias Deus promete bênçãos materiais para
os cumpridores da lei, no entanto, é rigoroso quando se refere ao dízimo, por ser a garantia de alimento em abundância. Pagava-se o dízimo
para ser recompensado materialmente, mas Jesus Cristo, em sacrifício
vivo, pagou o mais alto preço pela nossa libertação com o seu próprio
sangue, para que recebamos a sua paz, a graça e a oferta da vida
eterna.
E, por isso, não precisamos mais pagar o dízimo
para garantir as necessidades cotidianas das coisas materiais
(alimento, vestes, etc.), porque Jesus priorizou as coisas que vem do
Alto, a vontade do Pai, e recomendou buscar primeiramente o Reino de
Deus e sua justiça e as demais coisas serão acrescentadas (Mateus 6.25-33). Porque Ele é quem nos dá a vida, a respiração, e todas as coisas (Atos 17.25).
ROUBARÁ O HOMEM A DEUS?
Malaquias
3.7-9 diz: Desde os dias de vossos pais, vos desviastes dos meus
estatutos e não os guardastes; tornai vós para mim, e eu tornarei para
vós, diz o Senhor dos Exércitos; mas vós dizeis: Em que havemos de
tornar? Roubará o homem a Deus?
Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e
nas ofertas alçadas. Com maldição sois amaldiçoados, porque me roubais a
mim, vós, toda a nação.
Amados, hoje não se aplica mais essa ordenança aos verdadeiros servos de Cristo. Porque vivemos pela graça e não mais sob o jugo da lei, por isso, é impossível o servo roubar a Deus nos dízimos e ofertas.
Porque se alguém, por falta de entendimento ainda se faz dizimista,
está errando por cumprir uma lei abolida pelo sacrifício de Cristo, mas
não está roubando a Deus. Como também não roubam a Deus, os que não dizimam, porque é uma ordenança da lei, tornando-se intempestiva na era da graça.
Mas, se ainda existe alguém com probabilidades de roubar a Deus nos dízimos e nas ofertas,
certamente não são as suas ovelhas, mas os administradores desses
montantes, especificamente os dirigentes das instituições religiosas, os
quais acumulam para si, fortunas, tiradas do lombo dos servos.
E
o mais lastimável em tudo isso, os eruditos que fazem a mídia no meio
dos evangélicos exumaram uma lei extinta, a maquiaram e adaptaram-na
ao sacrifício do Cordeiro Deus, em benefício próprio. Então
perguntamos: Se precisamos voltar às fábulas judaicas, qual o
discernimento de doutrina sobre a Palavra do Senhor Jesus (João 13.34), ao pronunciar: Um Novo mandamento vos dou?
A
atual situação dos que se dizem crentes, mas sem compromisso com o
Evangelho de Cristo é preocupante, porque a palavra adverte: Ai dos
que procedem usando o sangue do Senhor Jesus com malícia e avareza,
porque na vinda de Cristo, haverá pranto e ranger de dentes, ou seja,
muita dor (Mateus 7.21-23).
COMO REPREENDER AO DEVORADOR?
Malaquias 3.11, descreve: E, por causa de vós, repreenderei o devorador, para que não vos consuma o fruto da terra; e a vide no campo não vos será estéril, diz o Senhor dos Exércitos.
Na
vigência da lei de Moisés, a Palavra através do profeta Malaquias
advertiu com seriedade os sonegadores do dízimo sobre as conseqüências
que haviam de acontecer, ou seja, ficavam indefesos diante da ação do
devorador, pela inobservância às ordenanças da lei, relativo ao dízimo.
Mas
quando o Senhor Jesus rendeu o seu espírito a Deus na cruz do
Calvário, o véu do templo rasgou-se de alto abaixo e a lei foi
sucumbida definitivamente (Mateus 27.51). Isso significa que,
consistindo o dízimo elemento de uma lei ineficaz, torna-se inválido,
pois, hoje vivemos pela graça e ninguém precisa pagar mais nada, porque
Cristo já pagou o mais alto preço com o seu próprio sangue
(Apocalipse 5.9), para salvar o homem do pecado e da morte.
Mesmo
assim, ainda é comum alguns lideres religiosos usarem o texto do
capítulo 3 de Malaquias, para chantagear as ovelhas que deveriam
apascentar, referente ao terrível combate do devorar sobre os que não
dizimam, escondendo-se atrás de uma lei abolida, para manter o dízimo em
evidência.
Porem,
a implementação do dízimo no Novo Testamento é um equívoco absoluto,
porque na era da graça, alem de não haver ordenança para o dízimo,
também não se repreende mais o devorador pelo cumprimento às leis do
Antigo Testamento, porque na carta aos Efésios 6.10-18, a Palavra ensina a nos revestirmos da couraça de Deus para não sermos atingidos pelos dardos inflamáveis do inimigo,
independente do cumprimento de qualquer item da lei, porque a nossa
luta não é contra a carne e nem o sangue, mas contra as hostes
(exércitos) das potestades do mal.
A
Palavra da Nova Aliança instrui que a repreensão aos demônios tem que
ser em nome do Senhor Jesus (Marcos 16.17, 18 e Lucas 10.17), com
jejum e oração (Marcos 9.29), e principalmente através da fé (Mateus
17.19, 20). Porque o diabo é inimigo do povo de Deus, e anda ao
derredor, bramando feito um leão, buscando a quem possa a tragar (I
Pedro 5.8), para tanto, sujeitai-vos a Deus, resisti ao diabo e ele
fugirá de vós (Tiago 4.7).
Portanto
amados, o ensinamento sobre repreender o devorador através do
compromisso com o dízimo, oferta ou bens materiais é um engodo, sendo
que a Palavra assegura que só seremos revestidos da armadura de Deus,
pela oração, jejum, santificação, obediências ao Evangelho de Cristo (I
Coríntios 15.1, 2), porque o legado do Senhor Jesus recomenda a
guardar os mandamentos de um Novo Testamento, não mais feito por ritual
e ordenança material, mas constituído pela aspersão do seu próprio
sangue (Mateus 26.27, 28).
CRISTO É O ALIMENTO ESPIRITUAL
A
Palavra de Malaquias 3.10 veio em figura e não pode haver cobiça das
coisas materiais amparado neste versículo, porque vindo Jesus Cristo, o
sumo sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito
tabernáculo, não feito por mãos, mas pelo seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção (Hebreus 9.11, 12).
Por isso, Jesus é o Pão que desceu do céu,
não mais para conservação da vida material por um período efêmero,
mas por uma causa maior e mais sublime esperança. Ele é o Pão Vivo que
veio para nos dar a perpetuação da vida eterna, cuja promessa é a
Nova Jerusalém.
Disse Jesus: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome; e quem crê em mim nunca terá sede. Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim tem a vida eterna. Quem de mim se alimenta, também por mim viverá (João cap. 6).
E para entendermos melhor a profundeza da palavra do Senhor, vamos meditar no livro de Mateus 26.26-28,
chegada a hora de Jesus, e participando com os doze da última páscoa,
e a consagração da primeira ceia, enquanto comiam, Jesus tomou o pão,
e, abençoando-o, o partiu, e o deu aos discípulos, e disse: Tomai, comei, isto é o meu corpo.
E, tomando o cálice (vinho) e dando graças, deu-lho, dizendo: Bebei dele todos. Porque isto é o meu sangue, o sangue do Novo Testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados.
Jesus elucida através do pão, a oblação do seu corpo rasgado na cruz, e o vinho, o seu sangue para lavar os nossos pecados. O nascer de novo pela aspersão do seu sangue, que por muitos foi derramado, para remissão dos pecados e salvação da vida eterna.
Nenhum comentário:
Postar um comentário