Um amigo meu tem ministrado aulas baseadas no meu livro The Next Story (A próxima história).
Ele me mandou um email há uns dias atrás para dizer que estava se
preparando para ensinar “Privacidade e Visibilidade”, duas áreas nas
quais o mundo digital trouxe grande transformação nas nossas vidas.
Antes
de ir dar sua aula ele se deparou com mais uma triste história de outro
pastor que destruiu seu ministério para seguir seus desejos. Isso foi
uma exata ilustração das novas realidades nesse novo mundo. Também foi
uma ilustração de algo que transcende o mundo digital.
Até
a terça-feira, Jack Schaap era pastor da Primeira Igreja Batista de
Hammond, fora de Chicago. A Primeira Batista era a maior igreja no
Estado com algo em torno de 15.000 pessoas comparecendo a cada domingo. O
pastorado de Schapp veio a um brusco e vergonhoso fim na terça-feira.
Oficiais
da igreja anunciaram que ele foi demitido por “um pecado que o fez
perder o direito de ser nosso pastor”. Desde então Schapp confessou que
estava envolvido com uma garota de dezesseis anos que veio até ele para
um aconselhamento.
O
que se destaca para mim nessa história não é nem tanto que Schapp tenha
se aproveitado da jovem garota, que ele tenha abusado da sua posição de
autoridade, ou ele arriscar seu casamento cometendo adultério. Todas
essas coisas são horrendas, mas tristemente, de modo doentio, todas
muito comuns. Há uma longa e crescente história de homens que usam o
pastorado na intenção de satisfazer seus desejos pecaminosos e egoístas.
O que se destaca pra mim nesse caso é a maneira como o pecado do pastor
foi descoberto.
O
pecado faz tantas promessas. O pecado promete alegria, promete
realização. O pecado quer ser amigo. Quando você encontra um novo amigo,
você revela pequenas porções de quem você é, no que você acredita, o
que é importante pra você. Mas com o tempo, se essa amizade crescer, é
preciso revelar mais e mais de si mesmo, você precisa se abrir. A
amizade cresce na vulnerabilidade de permitir que outra pessoa veja quem
você realmente é por baixo da superfície educada. O pecado pede para
você dar um pedaço de si a ele o tempo todo. Só mais um pouco. E depois,
só mais um pouco. Mas com o tempo o pecado vem dominar você. Ele vem
para saber tudo que há para saber sobre você. E então ele te apunhala
pelas costas e ri de satisfação enquanto você é deixado agonizando,
humilhado e destruído. Ele ri enquanto seu casamento é destruído,
enquanto sua igreja é envergonhada, enquanto seus amigos são traídos.
Esse é o tipo de amigo que ele é.
Consegue
enxergar o pecado dando sua ultima risada aqui? Schaap não tinha que
deixar o telefone no púlpito. O diácono não tinha que pegá-lo. A garota
não tinha que mandar a mensagem de texto naquele momento. A mensagem não
tinha que conter nada explícito. O diácono não tinha que ser um homem
de integridade que iria tornar o fato conhecido para o restante da
igreja. Nenhum dessas coisas tinha que ter sido do jeito que foi. Mesmo
assim foi exatamente como a história se desenrolou. O diácono pegou o
telefone, olhou a mensagem que apareceu e viu a foto do pastor e a
garota. E o pecado se rebentou em gargalhadas. O pecado se alegrou
quando seu amigo foi exposto como hipócrita, um adúltero, uma fraude. O
pecado riu por último.
Isso é o que o pecado faz. Isso é o que o pecado é. O pecado é o amigo pior que o inimigo.
(Apêndice:
Aqui o anel de Tolkien é uma poderosa ilustração do pecado. No momento
em que uma pessoa coloca aquele anel no dedo, o anel o domina e o
destrói. O anel tem mente própria, uma mente empenhada na destruição. O
anel será satisfeito somente quando ele tiver certeza que seu portador
está dominado, oprimido e destruído. Todas as suas promessas levam
meramente a um tipo maior de escravidão que leva à morte)
por Tim Challies
Nenhum comentário:
Postar um comentário