O
transtorno de ansiedade social (fobia social), a agorafobia e o medo de
estar em lugares desconhecidos são relativamente comuns entre a
população portuguesa. Ainda assim, muitas pessoas “escolhem” viver com estes constrangimentos sem pedir ajuda especializada,
como se estivessem condenadas ao sofrimento eterno. Não existindo
comprimidos milagrosos que permitam que o medo desapareça da noite para o
dia, é normalmente através da combinação regrada de psicofármacos com
acompanhamento psicológico que se ultrapassa estas barreiras tão
incapacitantes.
A fobia social é uma perturbação emocional em que a pessoa se sente ameaçada perante contextos sociais que não são familiares.
Há um nervosismo exacerbado que faz com que estes doentes não consigam
falar em público, tenham medo de ser avaliados, de se exporem ao
ridículo. Esta ansiedade acaba por ser comprometedora da progressão na
carreira e do convívio com os amigos, levando muitas vezes à falta de
autoconfiança e ao isolamento social.
Como a pessoa está sistematicamente preocupada com o que está para vir, passa a vida a imaginar cenários negativos.
Até as tarefas mais simples como uma ida à repartição de finanças ou
uma reunião de condomínio podem ser geradoras de (muita) ansiedade.
Escusado será dizer que a pessoa se sente sistematicamente cansada em
função de tantas preocupações.
A
Psicoterapia pode fazer uma grande diferença na recuperação destes
doentes. De um modo geral, a abordagem cognitivo-comportamental é
particularmente eficaz, na medida em que permite que a pessoa
desconstrua, em conjunto com o seu terapeuta, os pensamentos irracionais
que estão subjacentes a estes padrões comportamentais e possibilita a
progressiva aproximação às situações habitualmente geradoras de
ansiedade. Além disso, são identificadas as emoções associadas aos
pensamentos negativos, de modo a reconhecer a verdadeira origem destas
dificuldades.
O
doente aprende a reconhecer o impulso que o leva a reagir aos
diferentes contextos sociais com medo ou pânico e a dar resposta a este
impulso numa fase inicial, travando a escalada de nervosismo e
preocupação e dando azo à racionalização do problema e ao aparecimento
de alternativas mais saudáveis.
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